Capítulo 18

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Vincent

- Por favooooooooor? Eu já fiz tudo e eu nem deveria estar trabalhando hoje, sendo que amanhã nós iremos viajar – Olho incrédulo para a minha namorada, é caralho eu estou namorando.

E nunca pensei que fosse tão difícil, Soraia tem ficado bem quietinha nesses últimos quatro dias, mas hoje ela decidiu acordar animada. Ela não ficou brava, nem ridiculamente grossa, apenas quieta, ficava quieta no sofá e ontem quando viemos trabalhar ela apenas trabalhou, fomos embora, ela brincou com Sophie e dormiu, mas acordou esse furacão. Iremos viajar amanhã, e ela queria ir buscar Sophie na aula de Ballet para passar um tempo juntas antes de irmos, por mim tudo bem ela ir, por mim ela ficava em casa, mas não posso libera-la por algo tão banal sendo que este é o emprego dela e passar o dia com Sophie não é uma urgência.

- Eu já falei não – Sou firme e a sinto se abalar, só espero que ela não chore. – Você pode fazer isso quando chegarmos em casa.

- Vincent, eu não falei à ela que iria viajar com você, ela pode ficar triste comigo – Olho para Soraia que estava a minha frente, hoje ela decidiu vestir um vestido verde escuro, que incrivelmente ficava lindo nela, ia até um pouco à cima de seus joelhos, um curto rasgo na lateral da coxa, ele era de modelo justo e suas mangas ¾ davam um ar sofisticado, a gola redonda e um zíper, ela usava um dos seus saltos pretos e os cabelos agora presos em um rabo arrumado – Para de olhar para mim assim, eu não sou um pedaço de carne.

- Desculpe. Irei te encaminhar algumas pautas da reunião de ontem, analise cada proposta, veja o lucro, faça as contas de quanto investiremos, me envie. Quando você terminar, eu prometo te levar para casa e aí você fica com Sophie – Eu via toda a decepção do mundo em seu olhar, mas ela apenas tirou o salto e caminhou rápido para a sua mesa, se sentou de qualquer jeito na cadeira com os pés nela e de perna aberta, conseguia ver o short de malha que ela põe por baixo. Ela começa a imprimir o que eu a mandei por e-mail, põe os fones de ouvido, e começa a fazer o que eu pedi.

Eu a observo por alguns momentos, ela parecia querer fazer tudo rápido, mas percebendo que não iria chegar a lugar nenhum a não ser erros, ela começa a fazer do modo atencioso de sempre. Então apenas volto a trabalhar, precisava terminar de mapear o balcão que Kaled se estala, havia conseguido contato com alguns seguranças dele e com um pouco de dinheiro consegui livre acesso ao sistema de segurança do galpão, planejava um ataque na sexta, saberia que quarta e quinta teria problemas com Soraia e com a chegada de algum dos meus homens, estaríamos hospedados em um hotel em Alexandria, a 2h40min de Cairo, onde Kaled vivia. Desde sábado eu e Manoel estávamos arrumando carros fortes para o nosso transporte, arrumando todos os jatinhos e helicópteros, nós viajaríamos com 30 dos nossos homens, Eu, Soraia e Manoel em um jato, os homens se dividiriam e iriam 15 em um avião nosso, e outros 15 em voos de companhias.

O governo africano iria achar estranho 3 voos privados com o mesmo destino, então demos um jeito de burlar o sistema. Soraia sabia falar a língua árabe e eu só descobri isso quando a vi conversando por telefone com a moça da embaixada, precisávamos de 33 vistos e Soraia os conseguiu com dinheiro e charme.

- Vincent, Quem é Yunet Mahlab? – Manoel entra em minha sala com alguns papeis em mãos e eu fico confuso – Nós temos as escutas colocadas no galpão e eu ouvi, quem é ela?

- Não sei, você acha que Kaled pode ter uma família? – Manoel olha para mim com espanto, e então eu lembro que Soraia o conhece, e parecia o conhecer bem melhor do que nós.

- Srta. Soares, por favor – Manoel é mais rápido do que eu – Você conhece Yunet Mahlab? – Soraia o encara e concorda com a cabeça, ela nem procura arrumar sua postura na cadeira, mas tira os fones.

Entre Tiros E HarmoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora