Soraia
- ENTÃO QUER DIZER QUE VOCÊ ESTÁ NAMORANDO? – Grito em espanto enquanto o avião nos levava de volta à França. Ainda me sentia enjoada, um pouco tonta, mas tomei um remédio e sinto que tudo dará certo.
- Bom... Estou, Laura foi um anjo que eu quis salvar, mas ela não sabe o que nós fazemos de verdade e eu pensei em ficar fora por uns dois meses. – Manoel diz com incerteza.
- Por que tanto?
- A Laura não é tão fácil de conversar, tenho medo de ela não entender que essa é a nossa realidade e bom... Eu pretendo viajar com ela, e contar tudo lá.
- Isso pode deixa-la assustada, conte para ela na França.
- Mas e se ela fugir? – Manoel parecia perdido, dava até dó.
- Vá atrás dela – Vincent diz alguma coisa pela primeira vez em 1 hora.
- É... É o mais certo – Eu digo por fim. – QUE LEGAL, EU QUERO CONHECÊ-LA – Manoel me disse que Laura era cantora, e que vivia cantando covers em praças, eu sentia que havia mais alguma coisa que eu não sabia em relação a moça doce que o moreno descreveu, mas decidi ficar quieta.
Passamos o resto da viagem de volta em uma conversa simples, ele me mostrou fotos de Laura, ela é ruiva, de olhos claros e rosto de aparência nova, me mostrou um vídeo dela cantando e até mesmo algumas fotos deles juntos. Ela estava morando no apartamento por conta de alguns problemas que passou, ele não quis me contar detalhes
...
- Quando chegarmos em casa, eu irei direto ver Sophie, preciso entregar a resposta a ela – Disse para mim mesma enquanto colocava o cinto de segurança.
- Você está muito ansiosa, acho que não vai mudar quase nada. – Vincent tenta me acalmar da sua maneira, mas logo o carro entra em movimento e eu perco toda a minha calma.
Estava sim animada, queria ver aquele anjinho gordinho e apertar as bochechas dela, depois encher de beijos e chorar, porque em algum momento eu pensei que não conseguiria voltar para casa, mas estou voltando e tem uma garotinha me esperando. A minha filha.
Sophie
Vovó disse que papai ficaria fora por dez dias, mas tudo bem se fosse apenas o papai, o que me deixou mais triste foi a Sô ter ido junto, gosto tanto dela.
- Princesa, vamos fazer um bolo para receber o papai? – A vovó tem feito muitos doces nesses últimos dias, acho que para me deixar feliz, mas nada tem graça sem a Sô, nem doce.
- A Sô vem junto? - Eu pergunto do sofá, tenho ficado muito tempo sentada junto a almofada que a Sô usa de apoio para ler, nela tem seu cheiro.
- Vem sim, meu amor – Vovó aparece na sala sorrindo, como ela pode ficar tão feliz? – Agora vem ajudar a vovó a fazer o bolo.
E eu vou, porque falaram que quanto mais eu me ditaisse mais rápido os dias passariam, fiquei muito tempo com vovó na cozinha, usamos o achocolatado de muitos cacaus que o papai adora, e sei que ele vai ficar bravo, mas se é para a Sô acho que ele não liga.
Quero chamar ela de mãe, quero ter uma mamãe. Ela fica aqui em casa, cuida de mim, desenha comigo, me ensina coisinhas, então ela é a minha mãe, né não? Papai disse que teríamos que perguntar, mas eu acho que podemos ficar com ela, ele falou que ela precisa decidir, mas... E se ela não me quiser mais?! Assim como a minha outra mãe não quis.
- Sophie? – Vovó aparece na minha frente e tira a almofada da minha mão – Precisa ir tomar um banho, jaja eles chegam e você precisa estar limpinha. – Eu tento pegar minha almofada, mas a vovó não deixa.
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Entre Tiros E Harmonia
Storie d'amoreSe apaixonou pela melodia que ouviu, foi assim com Vincent e Soraia, a brasileira de cheiro doce que tocava uma melodia desconhecida no salão de um restaurante enquanto o mesmo almoçava. Os dedos da jovem dedilhavam algo íntimo, que havia composto a...