13| O SOTURNO CANTO DO PÁSSARO ANCESTRAL

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"Consigo lembrar que tudo costumava ser mais quente, deitar dentro dos corpos de nossas mães. Consigo lembrar da luz vindo através da sua pele e a primeira vez que chegou em meus olhos enquanto ela me envolvia. Eu sou uma criança com alma animal."  Aurora (Animal Soul)


"Venha agora, minha criança, se estivéssemos planejando fazer mal a você, acha que estaríamos aqui à espreita na parte mais escura da floresta?" — Kannet Patche.


— Tio Benjamin! — exclama Connor, andando a passos largos e largando o machado no chão

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— Tio Benjamin! — exclama Connor, andando a passos largos e largando o machado no chão. — Cláudia. Vó Wendy! Estão todos aqui!

Cláudia pega Eveline no colo, deixando os braços livres de tio Ben para que ele abrace Connor. A pequena olha fascinada para o bando de coelhos que ainda correm desenfreados pelo gramado, soltando algumas risadinhas que vão quebrando a tensão aos poucos.

Observo que em pouco tempo os pobres coelhos começam a se dissolver entre a escuridão, encontrando refúgio nos lugares mais afastados na noite.

Tio Ben abraça Connor com tanta força que ele suspira quando nosso tio o larga, para logo em seguida cair nos bracinhos frágeis da vovó Wendy.

— Meu menino lindo. — Ela aperta suas bochechas com força, o fazendo contrair o rosto em uma careta. — O que fazia naquela floresta tão tarde?

— Só cortando lenha, vovó. — Ele a abraça com cuidado e deposita um beijo em sua testa enrugada. — Acho que cortei o suficiente.

— Certamente cortou a floresta inteira e ainda assustou aqueles pobres coelhinhos. Não vague por aí tão tarde da noite, a floresta não gosta de ser incomodada. — Ela dá um leve beliscão no nariz dele e depois se vira para mim, agarrando meu braço e nos unindo em um abraço apertado. — Ah, meus dois netinhos queridos estão comigo outra vez!

Procuro o olhar de Connor em busca de algum sinal de que ele possa me desculpar, mas ele não me olha um segundo sequer, decidido a me castigar com seu silêncio. Conheço meu irmão o suficiente para saber que quando resolve me ignorar, é sinal de que está de fato chateado comigo.

— Esses malditos coelhos, sempre correndo desenfreados por aí, mas não se preocupem, eles fazem isso quase todos os dias — resmunga.

Vovó Wendy nos larga e parte para uma conversa afastada com tio Ben, enquanto Amber Clay e Cláudia se juntam a nós. Ainda com receio, tento segurar a mão de Connor, mas ele se afasta com um movimento ríspido, indo até a mesa e se servindo de um copo cheio de vinho. Amber Clay logo se aproxima dele, e os dois começam uma conversa na qual sei que não terei brecha para me intrometer.

— Feliz aniversário, querida. — Cláudia coloca a mão em meu ombro. — O que te preocupa, pequena?

— Connor — murmuro, ainda o fitando entretido em sua conversa. — Essa é a minha preocupação.

SUA TERRA É MINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora