32| COMO CAVALOS BRANCOS NAS ONDAS

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"E quando você diz meu nome igual cavalos brancos nas ondas, acho que o sentimento é o mesmo que um oceano nas veias. E você estará mergulhando como se nada estivesse fora do lugar, e existimos para o amor, apenas para o amor." Aurora (Exist For Love)


Quando anunciamos a proposta para Caroline, soubemos de imediato que o Grande Haras Speck logo estaria cheio, pelo menos até o final da noite

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Quando anunciamos a proposta para Caroline, soubemos de imediato que o Grande Haras Speck logo estaria cheio, pelo menos até o final da noite. Os ânimos entre meus pais não melhoraram, mas isso não foi o suficiente para que ela hesitasse em tomar a frente nos preparativos para a festa do casamento.

Enquanto me encaminho para o piso superior, passo pelo corredor do gabinete e vejo a porta entreaberta, tendo uma visão da bagunça de papéis ao redor da mesa.

Balanço a cabeça para tentar afastar as possibilidades que surgiram em meus pensamentos, sobre o que eles fizeram em cima daquela mesa.

Sigo para meu quarto e agarro a calça suja do chão, retirando o pingente de dentro. Quando olho para trás, me assusto ao ver meu pai parado na porta. Ele está com um meio-sorriso estampado no rosto e fica mais próximo, me fazendo perceber o broche da família pregado em sua camisa social alinhada. Ele só costuma usar quando está prestes a fazer algo muito importante ou quando vai celebrar algum momento especial.

— Estou orgulhoso, Oddy. — Ele segura meus ombros e os afaga. — Na verdade, sempre estive. Porém, hoje estou muito mais.

Sei que ele está se referindo à minha decisão e a de April, de manter o casamento e realizar uma cerimônia de forma civilizada.

Meu pai retira um lenço azul do bolso e o expõe na palma da mão, desdobrando as abas e revelando um broche igual ao seu, apenas um pouco mais escuro. É a cabeça de um cavalo, forjada com ferro. O toque do metal frio em meus dedos me causa arrepio, assim como o peso da responsabilidade que o broche parece emanar.

Meu pai o segura em suas mãos e o coloca em minha camisa. Solto um suspiro pesado e passo os dedos sobre o broche, me sentindo orgulhoso.

— Agora você é o anfitrião da casa Hermann Speck. — Ele me abraça com força. — April será da família agora. Cuide para que ela seja tratada melhor do que qualquer um de nós.

— Ela se-será — murmuro.

— Esse broche era o do meu pai. — Seu semblante triste me faz me lembrar da história infame. — Eu queria que meu filho o conhecesse. Lenon Speck tinha uma gagueira incontrolável, que me pulou e veio toda para você. Oddy, vocês são tão parecidos, até mais do que eu.

— O s-se-senhor parec-ce com a v-v-v...

— Sim, eu tenho todos os trejeitos dela. — Ele suspira e amassa o lenço no punho. — O que tinha para me dizer?

Mostro o pingente para ele, e seu rosto se contorce em um misto de tristeza e surpresa. Suas mãos trêmulas o pegam e logo a raiva parece tomar o lugar da tristeza, fazendo uma veia saltar em sua têmpora.

SUA TERRA É MINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora