Renner olha para mim a cada minuto, como se quisesse se certificar de alguma coisa. Felizmente, Marcus não nota isso, mas eu me sinto incomodada.
Desvio o olhar e sorrio para Marcus, tentando não deixar que ele note meu desconforto ou que perceba que Renner está praticamente me seduzindo com os seus olhares sexys.
— Noite maravilhosa! — Renner diz, fazendo Courtney girar e sentar no seu colo. Eu reviro os olhos porque não esperava outra coisa dele. Claro que ele não mudou e continua o mesmo. De certeza que está enganando ela porque sabe que está interessada.
— Completamente. Você ainda não disse onde aprendeu a dançar assim. — Marcus sorri para ele.
— Aulas de dança desde pequeno. Meus pais queriam que soubéssemos dançar.
— Isso é incrível. — Courtney olha para ele. Deve estar adorando estar no colo dele.
— E você dança apenas salsa? — Pergunto.
— Sou bom em muita coisa, Rubí. Valsa, tango, você nem imagina.
— Você me ensina a dançar o tango?— Courtney pergunta.
— Eu pensei que você já soubesse. — Marcus olha para ela. Eu quero rir com a cara que Courtney faz, mas me seguro.
— Não tanto quanto eu gostaria. E tenho a certeza que Renner sabe muita coisa.
Renner sorri daquele jeito irritante que o deixa sexy. — Eu adoraria, mas eu trabalho. Não tenho muito tempo, sabe?
É estranho que ele esteja negando. Ou será que é apenas porque estou na sua frente? Ele olha para mim, depois para o lado como se estivesse pensando em alguma coisa.
— Eu entendo.
— Mas eu vou ver o que eu posso fazer. — Ele diz.
— Alguém sabe do Zack e da Debby?— Marcus pergunta.
— Tenho a certeza que encontraram um lugar melhor para conversar. — Renner começa a rir, depois Marcus ri também.
— Isso não tem graça! — Digo.
— Porque você não entendeu.
Marcus beija o meu rosto e sussurra no meu ouvido. — O que foi, babe?
Agora Renner está prestando atenção na gente e não parece muito feliz. Eu olho para Marcus e beijo ele na frente deles. Marcus é meu namorado, eu não tenho que me sentir mal por beijar ele. Principalmente por causa do Renner. Eu deixei claro que somos bons amigos.
Marcus sorri quando me afasto e me abraça, beijando a minha testa e o meu cabelo. Courtney sorri para nós, mas vejo Renner se levantando completamente incomodado e com o rosto triste.
— Eu tenho que atender uma ligação. — Ele diz e desaparece na multidão.
Olho para o meu namorado, me sentindo um pouco culpada, mas eu não devia me sentir assim. Renner não é o meu namorado. O que está acontecendo comigo? Eu tenho que parar com isso.
— Você quer dançar? — Pergunto.
Ele sorri. — Eu não sei dançar.
— Eu também não sei dançar. Vamos apenas ficar agarrados, está bem? Apenas nos abraçando e ouvir a música.
— Você me convenceu com o abraço.
Vamos para a pista de dança. Não dançamos como Renner e Courtney, mas estamos dançando. É uma música lenta e suave, por isso não é difícil. É só acompanhar a música. Marcus sorri para mim e me beija.
— Eu estive pensando, babe.
— No quê?
— Quando a gente sair daqui, podíamos ir no apartamento do Zack. Tenho a certeza que ele não vai se incomodar.
— E o que a gente vai fazer no apartamento do Zack? — Pergunto. Mas eu sei muito bem.
— Bem, o que quase fizemos da última vez. Se você quiser claro!
Não estou mais olhando para ele. — Eu não sei. Acho que é melhor eu ir para casa. Não gosto de deixar Jade sozinha.
— Ela sabe se cuidar.
— Eu sei que você quer que a gente transe...
— Nós somos namorados e estamos caminhando para os três meses.
— Sim, mas estamos fazendo as coisas com calma.
— Você diz sempre a mesma coisa, Rubí. Eu quero saber se o problema é comigo.
— Não. O problema não é com você, nem comigo. Na verdade, o problema não é com nenhum dos dois.
— Às vezes, eu sinto que você não quer. Sinto que a culpa é minha.
— Marcus, não seja ridículo, por favor! — Paramos de dançar.
— Eu estou dizendo a verdade. Porquê você não quer? Está com medo?
— Claro que não! — Me afasto dele. — Não vamos falar sobre isso aqui!
— Porque você está tentando fugir do assunto. Está bem, então vamos agora mesmo para o meu carro conversar sobre isso.
— O quê? Não é isso que eu quis dizer.
— Está vendo? É sempre a mesma coisa. Como eu vou pensar que não existe um problema? — Ele segura o meu braço. — É melhor a gente conversar no carro.
Solto o meu braço. — Não! A gente não vai falar sobre isso agora. Você está louco?
— Parece que você não confia em mim. Eu estou me esforçando. — Ele dá um passo para trás.
— Eu também. Mas do que adianta se você estiver me obrigando?
— Obrigar? Rubí, eu só quero conversar sobre isso. Por favor! Vamos para o meu carro.
— Eu já disse que não quero falar sobre isso agora.
— Tudo bem, mas podemos conversar sobre outra coisa? Podemos pelo menos ir para o meu carro?
— Eu não quero ir, Marcus.
— Rubí!
— Pára!
Ele olha para mim demoradamente, como se estivesse em conflito interior, depois ele sai e leva Courtney com ele sem dizer nada. Eu entendo a sua raiva, mas ele tem raiva de quê? Está com raiva por não ter conseguido transar essa noite?
Sento numa mesa livre e peço uma cerveja no garçom. Acho que é a primeira vez que Marcus e eu brigamos, eu não queria que fosse assim. Mas eu não entendo o seu motivo. Na verdade, isso nem é motivo para brigar, ele tem que entender que ainda estamos numa fase de confiança.
Renner regressa não sei de onde e senta na minha frente. Sinceramente, eu pensei que já tinha ido embora. Já estava pensando em ligar para as minhas irmãs porque não tenho dinheiro comigo.
— Onde estão os outros? — Pergunta.
— Está procurando a Courtney? Ela foi embora. Marcus levou ela. — Digo ainda com raiva.
— Porquê?
— A gente brigou.
— Porquê?
— Isso não importa.
Ele suspira. — Eu acho que também vou embora. Essa noite não está sendo muito boa para mim.
Olho para ele. — Você vai me deixar aqui sozinha? Vai me deixar a mercê de psicopatas, homens famintos, violadores e bandidos?
Ele ri. — Quanto exagero, Rubí!
— Pode ir. Eu vou ficar. — Olho para as minhas mãos.
— Você quer que eu te leve? Obviamente, eu não iria embora sem você. Era incapaz de te deixar sozinha.
— Como o Marcus fez? — Pergunto.
— Como o Marcus fez! — Ele segura a minha mão. — Mas eu tenho a certeza que ele tem um bom motivo.
— Do jeito que você é. Tenho a certeza que concordaria com ele. — Afasto a minha mão.
— O que ele fez ou disse? Me dá uma chance para me defender. — Ele sorri.
— É pessoal.
— Muito pessoal?
— Bastante pessoal! — Bebo a minha cerveja.
Renner olha para baixo, depois para mim. — Se é muito pessoal, então é sobre sexo, presumo eu.
— Como... O quê?
— Acho que eu acertei.
— Pára antes que eu fique furiosa com você também.
Ele ri. — Você está mais linda do que assustadora, Rubí.
Achei estranho ele me chamar de Rubí. É o meu nome, é claro, mas ele gosta de me chamar de cerejinha ou de moranguinho. Ou por causa do meu cabelo ou por causa dos meus lábios.
— Podemos apenas fingir que não aconteceu nada?
— Não aconteceu nada. Mas podemos conversar.
— Eu quero conversar. — Dou de ombros.
— Ótimo. — Sorri como se tivesse ganho alguma coisa. — Bom, eu fiquei um pouco curioso. Você sabe o que você está perdendo?
— Céus! O que você quer dizer com isso?
— Sexo é bom. É incrível. Você tem noção disso?
— Está bem. Eu vou embora. — Levanto, mas ele me impede e me mantém sentada.
— Você acha que isso é um assunto proibido. Entendi.
Rio. — Claro que não. Só é estranho conversar com você. Porque isso é remédio para você.
Ele morde o lábio inferior. — Isso o quê?
— Você sabe!
— Pode dizer. Eu quero ouvir você dizer. — Cruza os braços por cima da mesa, olhando para mim atentamente.
— Eu vou mesmo embora!
— Qual é o seu problema? Não é assim tão difícil. Sexo! Sexo! Sexo! Aconteceu alguma coisa comigo?
— Sexo! — Reviro os olhos. — Para a sua informação, Renner, eu não sou virgem.
Ele sorri. — Estou desiludido. Eu pensava que era.
— Porquê eu estou falando essas coisas com você?
— Então, você sabe muito bem como o sexo é agradável. — Ele me olha de um jeito, que me faz olhar para as minhas mãos.
— Eu não sei. — Não sei porque a minha primeira vez, nos meus dezoito anos, não foi muito bom. Na verdade, não foi nada bom. Eu namorava um idiota e eu queria sempre agradar ele, mesmo que eu não sentisse nada. Resumindo, eu acho que tenho um problema com isso.
— Como não sabe?
Agora estou envergonhada por falar essas coisas com ele. — Renner, podemos mudar de assunto?
— Não! Claro que não! Eu acho injusto. Completamente injusto. — Ele não parece feliz com isso.
— Daqui a pouco eu vou mandar você foder uma idiota e vou embora daqui. — Digo.
— E você acha que eu faria isso?
— Sua fama não é muito boa, Renner!
Ele ri. — Você ficaria assustada e provavelmente nunca falaria comigo se eu dissesse tudo o que está passando na minha cabeça nesse momento, Rubí.
— Posso ter uma ideia?
— Melhor não. Eu não quero te perder.
— Porquê você não pode ser como o Peter? Mudar para melhor?
— Eu já mudei, você é que não está vendo. — Ele pisca um olho para mim.
— Acho que sim. Você não me chamou de cerejinha a noite toda.
— Você gosta que eu te chame assim? — Ele diz com um tom baixo e sexy. Porquê eu ainda estou aqui?
— Porquê você me chama assim? — Pergunto.
— É outra coisa que você não vai querer saber. — Ele olha para a minha boca e lambe seus lábios.
— Eu acho que já sei.
— Não. Você não tem ideia!
Olho para os seus lábios também. São tentadores, ele é muito sexy e é tão experiente, não sei como eu consigo resistir. Acho que Marcus é o motivo para eu conseguir enfrentar Renner todos os dias sem cair. E lembrar dos seus podres também.
— Está bem. Pode guardar só para você. — Digo.
— Quando eu me referi a mudar, eu quis dizer que eu não fico com qualquer garota. Já não brinco com sexo e essas coisas.
— Sério? Mas sexo é incrível! — Repito suas palavras acrescentando o meu sarcasmo.
— Não gosto quando alguém diz isso como se fosse mentira.
— Não é bom para todo mundo.
— Isso é porque você passou nas mãos erradas. — Ele passa a mão no cabelo. — De verdade, Rubí, você não quer saber o que eu estou pensando. É melhor a gente mudar de assunto.
Isso me faz rir. Começo a rir como uma louca. Renner fica olhando para mim, depois ri também. Porquê é tão divertido estar com ele?
— Agora está rindo de mim?
Paro e mordo os meus lábios. — Não é de você. Eu estou rindo de mim agora. Porque eu sou ridícula.
Ele fica muito sério. — Nunca mais diga uma coisa dessas.
— Porquê não?
— Porque você não é! — Ele suspira. — Marcus tem muita sorte.
— Será que ele sabe disso?
— Porquê? Ele não cuida bem de você? — Seu tom é acusatório. O que é isso?
— Não é isso que eu quis dizer.
Ele pega a minha cerveja. — Rubí, você é como um rubí...
— Essa é péssima, Renner! — Rio.
— Você não me deixou acabar. — Bebe a minha cerveja. — Você precisa ser bem tratada, bem cuidada e também precisa de aprender algumas coisas incríveis, que não souberam mostrar para você. — Seu sotaque não está ajudando. Nem seu olhar quente.
— Coisas incríveis? E o que seriam essas coisas incríveis? — Pergunto.
— Você sabe a que me refiro, cerejinha. — Ele sorri. — Falamos sobre isso há pouco tempo.
Reviro os olhos e recebo a minha cerveja. — Será que Zack e Debby já foram embora?
— Tenho a certeza que devem estar transando em algum lugar. Deixa eles se divertirem.
— Você também devia se divertir. Ou quer fazer isso apenas com a Courtney? — Olho para ele.
Renner passa a mão no cabelo. — Eu sou livre, não é?
— Pensei que tinha mudado.
— E mudei. Se não, eu não teria passado um mês sem transar com ninguém. — Ele diz.
— Mentiroso! Você acha o sexo incrível, não consegue viver sem isso, como é possível eu acreditar em você?
— Não precisa se não quiser.
— Eu estou farta de falar desse assunto. Não quero brigar com você.
— Está bem. Não precisa falar sobre isso. Vamos falar sobre outra coisa. O que você quer conversar?
Penso um pouco. — Bem... Eu estou curiosa! — Mostro o meu sorriso cruel para ele._______________________
Espero que tenham gostado.
Beijos!
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Rubí - Pedras Preciosas
Storie d'amoreLivro dois Sofia tem quatro filhas: Esmeralda, Rubi, Safira e Jade. Rubi está cansada de insistir em Renner Tales, principalmente depois de descobrir seus podres e perceber que Renner é um beco sem saída. Agora, começa um relacionamento perf...