Capítulo treze - Rubí

2.3K 243 17
                                    

     Não consigo dormir e decido ligar para Renner já que ele acabou de mandar uma mensagem para mim desejando boa noite. Ainda estou brava com Marcus, e ele nem pediu desculpas pelo que aconteceu. Será que a vida está me dando um sinal?
    — Sem sono, cerejinha? — Ele atende.
    — Você também está sem sono. O que você está fazendo?
    — Bebendo um chá. E o que você está fazendo?
   — Tentando dormir. Eu não consigo.
   — Eu também. Mas tive uma ideia que pode ajudar. Vamos fazer um jogo.
   — Você adora jogos. — Rio. — E que jogo seria?
    — Simples. É um jeito de adivinhar coisas um sobre o outro. Você diz uma coisa e eu tento adivinhar sobre essa coisa. Quer tentar?
    — Eu quero, mas não entendi. Explica de novo. — Seu sotaque é uma coisa que eu não canso de ouvir.
    — Se eu disser, por exemplo, país, você adivinha onde eu nasci, depois eu adivinho onde você nasceu.
    — Entendido. Então, você nasceu na Inglaterra!
    — Ainda nem começamos.
    — Começamos sim. Porquê? Você tem medo de perder?
    — Claro que não. Eu inventei esse jogo, não posso perder.
    — Está bem. Então, a minha palavra é: comida.
    Seu riso enche meus ouvidos. — Está bem. Sua comida favorita... você tem cara que gosta de frango.
    Rio. — Isso é sério? Eu tenho cara de alguém que gosta de frango?
    — Sim.
    — Você está errado. Eu amo... a lasanha da minha mãe. Agora, quanto a você, eu acho que você gosta de salmão ou robalo.
    — Não! Sofia deve ter dito para você. Como você sabe?
    — Eu acertei? Sou muito boa adivinhando. — Quero pular na minha cama para celebrar.
    Felizmente Esmeralda não está aqui. Ela está com Peter. Ultimamente, eu praticamente não a vejo. Esmeralda e Safira nunca estão em casa. Não sei se isso também acontece comigo, mas agora que eu penso nisso, acho que Jade se sente sozinha. Eu devia fazer alguma coisa.
    — Você acertou.
    — Rubí 20 e Renner 0. — Rio.
    Isso está sendo divertido.
    — Agora é a minha vez. Filme, gênero. — Consigo sentir o seu sorriso.
    — Eu acho que você gosta de terror.
    — Porquê você acha isso? Eu sou assustador?
    — Com certeza que não. É apenas o que eu acho.
    — Na verdade, eu não tenho preferência num gênero exato. Aprecio filmes.
    — Uau!
    — Mas tenho a certeza que você gosta de romance.
    — Sim. Eu adoro romance. Mas eu errei?
    — Sim. Renner 10 e Rubí 20.
    Reviro os olhos, mas não consigo evitar sorrir. — Então, agora é sobre cantores.
    — Tenho a impressão que você gosta da Ariana Grande.
    — Errado. Eu gosto dela, mas não é a minha preferida. Eu gosto mais da Katy Perry.
    — Está bem. Anotado.
    — E acho que é você que gosta da Ariana Grande.
    — Não. Gosto de cantores como Justin Timberlake e Usher, mas não tenho um cantor favorito.
    — Não! Isso é completamente injusto. Assim, eu vou perder.
    — Veremos. Minha próxima palavra é hobbies.
    Sorrio. — Você gosta de nadar, de vídeo game e ver filmes.
    — Eu vou aceitar a primeira opção. Só porque você lembrou do que eu gosto. Mas que fique claro que eu faço muita coisa divertida.
    — Consigo imaginar, senhor Tales.
    — Seu hobbie deve ser fazer bolos.
    — Você acertou. Então, estamos 30 a 20.
    — Por enquanto.
    — Cor. — Digo.
    Ele faz um som estranho com os dentes. — Vou arriscar em vermelho.
    — Porquê vermelho? — Pergunto.
    — Porque você fica muito linda de vermelho e rubí é uma pedra vermelha. Se o meu nome fosse narciso, eu iria gostar de narcisos, entende?
     — É uma teoria estranha, mas você está certo. E a sua deve ser azul.
     — Errado, cerejinha. A minha cor favorita é... preto.
     — Por isso você só usa preto?
     — Não. Eu não uso apenas preto.
     — Está bem. Então, agora estamos empatados.
     — Ótimo. Carros.
     — Você está brincando? Eu não sei nada sobre carros?
     — Está bem. Eu vou mudar. Fruta.
     Deito na cama. — Acho que você gosta de... céus Renner, você tem cara de alguém que gosta de morango.
    Ele ri. — Não. Eu gosto de cereja, cerejinha. Na verdade, eu amo cereja.
     — Porquê você me chama de cerejinha?
— Pergunto.
    — Não importa. Eu acho que a sua fruta preferida é maçã ou melancia.
    — Maçã é fruta preferida de alguém? — Rio. — Você errou. Eu sou louca por pêssego.
    — Gosto estranho. Mas não faz mal. Pode mandar a próxima palavra.
    — Sobremesa.
    — Ah, cerejinha. Com certeza a sua é cheesecake de morango.
    — Como você sabe?
    — Porque no dia em que a gente comemorou a sua palestra, você pediu isso e seus olhos estavam brilhando. Eu noto as coisas, baby. — Ele diz.
    Penso um pouco. — Você está certo. E a sua deve ser bolo de chocolate.
    — Você está errada. Eu amo crémme brulleê. — Ele ri. Isso não é engraçado, mas ele é o Renner Tales.
    — Está bem. Agora eu estou perdendo.
    — Um animal.
    — Gato. — Digo imediatamente.
    — Porquê? — Ele pergunta.
    — Porque os gatos são asseados, são vaidosos e fofinhos.
    — Eu acho os cachorros mais engraçados e os coelhos também. Mas você deve gostar de gatos.
    — Eu gosto de cachorros também. Eles são fiéis.
    — Está ficando com sono? — Pergunta. — Eu estou ajudando.
    — Eu não tenho sono. Mas está sendo divertido conversar com você.
    — Eu sei de algo que pode ajudar você. — Ele diz. — Vou contar uma história. Deite na cama e oiça com atenção.
    — Está bem. Estou pronta.
    — Um homem muito bonito, pensava que uma mulher gostava dela, mas ela não se importava. Ela era egoísta e mentia para ele. Ele só queria um relacionamento sério, por isso continuou tentando até que percebeu que não adiantava. Sabe o que aconteceu depois?
    — O quê? — Pergunto, achando que essa estória está relacionada com ele.
    — Ele conheceu outra. Havia outra mulher que estava deixando ele louco. Havia outra mulher que estava conseguindo tocar seu coração. Ele percebeu que ela era a mulher perfeita...
    Começo a ouvir como se estivesse debaixo de água e fecho os olhos lentamente.

Rubí - Pedras Preciosas Onde histórias criam vida. Descubra agora