Capítulo vinte e seis - Renner

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    Courtney apoia o rosto no meu ombro quando a sua mãe traz um chá para mim e deixa por cima da mesa. O pai dela também entra na sala e olha para a filha. Como Rubí pode dizer que ela está fingindo? Eu estive com ela esse tempo todo, ela está péssima. Rubí devia aprender que já não pode confiar no Marcus.
    Sorrio para a senhora Zoltan que tem sido muito boa comigo. Nem imagino quando eu terminar com a sua filha. Eu só estou sendo uma boa pessoa. Não seria bom abandonar ela nesse momento.
   — Muito obrigado, senhora Zoltan. — Sorrio para ela.
   — Me chama Teresa, querido.
   — E qualquer coisa é só chamar. — O pai dela diz.
    Ambos se retiram. Courtney olha para mim e me beija. Eu não tenho coragem de afastá-la quando está tão triste. Preciso ter calma e fingir que está tudo bem.
    Ela se afasta e acaricia o meu cabelo. — Obrigada por estar comigo nesse momento tão difícil.
    — Não faz mal. Você deve ter sido muito próxima da sua avó, não é?
    Ela desvia o olhar. — Claro que sim. Você ainda tem dúvidas?
    — Não. Desculpa.
    Ela me abraça. — Eu vou sentir muita falta dela. — Limpa as lágrimas.
    — Eu sei que sim.
    Ela me beija novamente. Ouvimos a porta, mas mesmo assim, Courtney não me larga. Ela está muito triste, mas também parece muito preocupada em me beijar e me dar carinho. Espero que não veja como uma recompensa pelo que estou fazendo.
    — O que você está fazendo aqui? — Marcus pergunta. Nós nos afastamos.
    — Marcus, ainda bem que você veio. — Courtney levanta e abraça o irmão.
    — Você está bem? — Ele pergunta. — Devia descansar.
    — Está bem. Eu vou só me despedir do Renner. — Ela vem me abraçar e vejo que Marcus está sorrindo com isso. É impressão minha ou ele é uma espécie de calculista?
    Courtney deixa a sala, me deixando sozinho com o idiota do seu irmão. Também devia ir embora, mas eu tenho umas boas para dizer para esse imbecil de merda.
    — Ainda bem que você e Courtney estão bem.
    Rio sem humor. — Soube que Rubí terminou com você.
    — Por enquanto. Ela é minha, vai voltar para mim em breve. — Ele se aproxima de mim.
    — Ela não te ama. Tenho pena de você por pensar que ainda pode ter alguma coisa com ela. — Me aproximo também.
     — Nunca vou deixar você ficar com a minha Rubí! Você vai ver.
    — Eu já tenho a Rubí!
    Ele me empurra e me faz cair na mesinha de centro. Eu levanto imediatamente e dou um soco no seu rosto, ele cai no chão. Fico por cima dele para descontar a minha raiva por causa do que nos fez, por causa das mensagens que me enviou fingindo ser a Rubí.
    — Ela não é sua!
    Marcus me acerta no queixo, depois fica por cima e me bate com mais raiva. Eu fecho os olhos e tento acertar nele, quando o seu pai vem me socorrer. Courtney desce do quarto correndo, enquanto Marcus escapa dos braços do seu pai e acertar no meu estômago, me fazendo cuspir sangue e  cair no chão.
    Courtney me ajuda a levantar. — O QUE DEU EM VOCÊ? — Olha para Marcus irritada.
    — Pergunta para ele! — Ele se solta e vai correndo pelas escadas.
    — Meu amor, você está bem?
    — O que aconteceu? — Senhor Zoltan pergunta.
    — Eu não sei. Ele pediu para Courtney ir descansar depois começou a me agredir.
    — Marcus não é agressivo sem motivos. — Courtney responde.
    — Eu não fiz nada. — Limpo o sangue no canto da minha boca.
    — Seja como for, peço imensa desculpa. Tenho a certeza que ele está assim por ter terminado com a namorada. — Teresa me ajuda a sentar no sofá.
    — Não faz mal. É melhor eu ir embora. — Levanto, apesar da dor.
    — Renner, desculpa! — Courtney me abraça.
    — A culpa não é sua. Não se sinta mal.
    — Está bem. — Ela olha para mim. — Mas amanhã a gente pode sair? Eu preciso me distrair.
    — C-Claro! — Nesse momento, não consigo dizer não para ela.
    Courtney me acompanha até a porta e me abraça. Encontro o meu carro e dirijo para casa. Não quero ficar nesse lugar nem mais um segundo.

    Quando chego, a minha mãe vem correndo até mim, preocupada. Eu estou muito bem, só estou morrendo de ódio do Marcus. Ele teve sorte que o o seu pai o ajudou porque iria sair muito sangue. Eu não vou ficar assim. Ele vai se arrepender por isso.
    — Eu estou bem. Briguei com o Marcus, nada mais. — Digo, sentindo a raiva ainda queimando nas minhas veias.
    — Você está machucado. — Ela me abraça. — Meu bebê, eu vou cuidar de você!
   — Eu estou bem, mãe.
   — Não está.
   — Realmente. — Nicholas diz. — Ele está com raiva. Eu diria até sedento por sangue.
    Desvio o olhar. — E se eu tiver?
    — Filho, fica calmo. Eu vou buscar um copo de água para você. — Minha mãe vai correndo para a cozinha.
    — Foi por causa da Rubí? — Nicholas pergunta, achando isso divertido.
    — Ele me provocou.
    — Não liga. Vai descansar, amanhã será outro dia. — Ele me acompanha até o quarto, depois de gritar para a mamãe que já não preciso de água.
    Nicholas me fecha no meu quarto, mas não me sinto melhor. Eu ainda tenho vontade de matar aquele imbecil filho da puta. Deito na cama e respiro fundo, tentando livrar a raiva de mim. Talvez eu precise de um banho quentinho e depois de dormir.

Rubí - Pedras Preciosas Onde histórias criam vida. Descubra agora