Capítulo trinta e seis - Renner

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     Volto para a casa da Sofia e não fico feliz com a imagem que eu vejo. Rubí olhando para um corpo caído no chão. O corpo do Philippe. Desço imediatamente do carro e fico ao seu lado. Porquê eu sinto que tenho culpa nisso? Devia ter esperado ela entrar em casa antes de ir embora.
    — O que aconteceu? — Pergunto. Eu notei que Rubí tende a ser um pouquinho agressiva quando está com raiva.
    — Ele disse que ia se despedir das minhas irmãs e... e... e ele começou a rir... eu fiquei com raiva, Renner!
    — Ele está morto?
   Rubí se aproxima dele lentamente, mas Philippe começa a rir. — Você acreditou!
    — Filho da puta! — Ajudo ele a levantar e me controlo para não dar um soco nos seus dentes amarelos.
    — Olha como fala comigo!
    — Você... — Rubí parece com mais raiva. Eu seguro ela antes que faça algo pior.
    Safira sai de dentro de casa com o cabelo molhado e olha para o homem na nossa frente. — Philippe?
    — Vou processar você por agressão. — Ele sorri para Rubí.
    — O que você quer de mim? — Rubí pergunta.
    — Quer processar ela? Tudo bem. — Coloco Rubí atrás de mim. — Eu vou colocar todos os meus advogados trabalhando. E você sabe quem eu sou? Sabe? Eu sou o Renner Tales! Renner Tales! Meu pai pode contratar os melhores advogados e você vai se dar tão mal que pode acabar falido. Se você se mete com a Rubí, está se metendo comigo. Eu vou acabar com você! — Philippe parece assustado agora. — Vai se arrepender de ter feito o que fez. Nunca vai esquecer o sobrenome Tales.
    — Está bem. Eu não faço nada.
    — Se você procurar ela mais uma vez... — Fico muito perto dele. — ... Vou arranjar um jeito de acabar com você. Você não imagina como eu posso ser fodido, Philippe. Não quer me ver furioso.
    — Você já recebeu dinheiro, o que quer mais? — Rubí pergunta.
    Philippe está olhando para mim. Ele sabe que não pode se meter comigo. Se ele fizer isso, ou irritar Rubí mais uma vez, eu vou usar a artilharia pesada. E com artilharia pesada, eu quero dizer, eu, meus irmãos e muita coisa que ele não pode nem imaginar.
    — Estamos entendidos? — Olho para baixo, para ele.
    — Está bem. Eu deixo ela em paz.
    — Todas elas. Tudo que tem a ver com a Rubí.
    — Está bem. — Responde irritado.
    — Agora vai antes que eu cometa uma loucura.
    Eu o sigo com os olhos até que ele entra no seu carro velho e desaparece. Imediatamente abraço Rubí e beijo a sua testa. Ela estava tão assustada quando ligou para mim, eu fiquei com medo que tivesse acontecido algo grave.
    — Alguém pode explicar o que está acontecendo? — Safira pergunta.
    — Philippe. — Rubí olha para ela. — É melhor a gente entrar.
    — Quer que eu fique? — Pergunto.
    — Sim.
    Entramos todos e sentamos no sofá. Fico ao lado de Rubí e entrelaço as nossas mãos. Safira olha para a irmã preocupada. Estou vendo que Rubí ainda não contou para as suas irmãs o que está acontecendo. Mas ela tem as suas razões.
    — Há algum tempo, eu liguei para Philippe e pedi para conversar com ele. Mas é só porque eu pensava que ele sentia alguma coisa por nós.
    — Rubí...
    — Eu sei. Eu soube de tudo quando o Renner apareceu. Philippe soube que Renner é um Tales e ficou simpático comigo depois de ter dito coisas ruins para mim. Ele mostrou que só queria se aproximar do Renner por causa do dinheiro.
    — Ele tem estado atrás de você esse tempo todo? — Safira levanta do sofá.
    — Sim. Foi na minha palestra, apareceu na faculdade, ele me seguia sempre. Até que recentemente, Renner pagou ele para parar de vir atrás de mim. Ele aceitou o dinheiro e foi embora. Mas eu não esperava ver ele hoje. Ele disse que só veio se despedir de mim e de vocês. Eu fiquei com raiva e empurrei ele.
    Safira senta ao seu lado. — Você está bem?
    — Estou. Desculpa por ter escondido isso.
    — Não faz mal. Philippe não tem um coração. Devia ter falado com a gente antes de ir atrás dele.
    — Eu sinto muito.
    — Não faz mal. Está tudo bem. Você precisa aprender a controlar seus sentimentos. E se ele se machucasse de verdade?
    — Eu sei. Eu vou tentar.
    — Eu posso te ajudar. — Digo.
    — Muito obrigada, Renner. — Safira sorri para mim. Olho para seus cabelos loiros caindo, seu sorriso doce e olhos sinceros. Ela é perfeita para o Harris.
    — Não precisa agradecer. Faço qualquer coisa pela Rubí.
    — Sim. Eu gosto de você. — Ela levanta. — Tenho pena que não tenha quebrado os dentes do Philippe. — Sim, ela é perfeita para o Harris. Porquê eu pensei na Jade primeiro?
    — Eu também lamento por isso.
    — Quer comer alguma coisa? — Sorri para mim. — Acabei de fazer um bolo de chocolate.
    E sabe cozinhar?!
    — Claro que eu quero. — Olho para Rubí. — Parece que vou ficar mais tempo com você.
    — Você é um sortudo.
    — Sou sim.
    Nos beijamos no sofá, mas Safira grita da cozinha para pararmos. Ficamos rindo bastante e resistindo a vontade de ir para o quarto dela.

Rubí - Pedras Preciosas Onde histórias criam vida. Descubra agora