Rubí - Pedras Preciosas

Capítulo nove - Rubí

     Quando todos aplaudem, sorrio completamente feliz por tudo ter dado certo e que tenham gostado. Não é fácil falar para muita gente. Eu estou orgulhosa de mim mesma por tanto trabalho e dedicação. Seria uma honra poder fazer isso várias vezes.
    Desço do palco e vou pegar a minha bolsa. No celular, encontro várias ligações de Marcus. Se ele ligou para mim durante a palestra, significa que não está aqui. Deve ter acontecido alguma coisa.
    Ligo para ele imediatamente. Espero que esteja tudo bem e que não seja nada grave. Deve ter acontecido alguma coisa com o seu pai.
    — Babe! — Ele atende.
    — Eu vi suas ligações. O que aconteceu?
    — Meu pai teve uma crise. Estamos agora no hospital. Eu sinto muito ter faltado. Queria estar aí com você.
    — Não faz mal. Eu entendo. Você precisa ficar com o seu pai. É grave?
    — Não! Não! Apenas efeitos colaterais do acidente, segundo o médico.
    — Acontece muito. Ele vai ficar bem.
    — Depois você me diz como correu a palestra, está bem? Cada detalhe.
    — Eu faço isso. Tenho a certeza que alguém deve ter gravado.
    — Espero que sim. Agora eu vou desligar. Depois conversamos.
    — Sim. Tchau!
    Desligo e vou procurar a minha família, mas são elas que me encontram. Minha mãe vem me abraçar e beija a minha testa. Minhas irmãs também vêm me abraçar e me parabenizar.
    — Você arrasou, Rubí! — Safira diz.
    — Estou tão orgulhosa! — Mamãe me abraça mais uma vez.
    — Foi muito bom. Você estava dizendo tudo naturalmente, parecia feliz e mostrava o seu amor pela medicina. — Esmeralda fica do meu lado.
    — Eu treinei muito para isso.
    — E esteve perfeita. — Jade sorri.
    Zack e Debby também se aproximam de mim e vêm me abraçar. É uma pena que Marcus não tenha conseguido vir até aqui. Pelo menos, não estou sozinha. Minha família e meus amigos estão aqui.
    — Está vendo porquê você é a escolha perfeita? — Debby diz. — Courtney é boa, mas você é mais.
    — Não diga isso na frente dela, por favor! — Digo.
    — É apenas uma verdade. — Zack responde por ela.
    — Então, não vamos comemorar? — Debby pergunta.
    — Eu não sei.
    — Vai comemorar com os seus amigos, filha. Você merece.
    Safira me abraça de novo. — Depois iremos comemorar em casa.
    — E eu vou convidar o Peter se não se importar. — Esmeralda sorri.
    — Está bem. — Abraço todas elas, que se despedem de mim. Mamãe tem trabalho na mansão Tales com certeza. Jade ainda vai trabalhar, Safira e Esmeralda eu não sei, mas não importa.
    Elas nos deixam no anfiteatro que está quase vazio, conversando. Debby e Zack riem e olham atrás de mim. Eu me viro e vejo Renner com flores e um cesto com cupcakes. Eu pensei que ele não viria porque não gosta de medicina.
    — O que você está fazendo aqui? — Pergunto.
    — Eu queria saber mais sobre medicina e saúde, por isso vim. — Ele me entrega as flores. — Parabéns, você esteve muito bem. Eu diria que foi perfeita.
    — Muito obrigada! — Sorrio e recebo as flores.
    — O que você tem no cesto? — Zack pergunta.
    — Eu fiz uns cupcakes.
    Olho para ele sem acreditar. — Você fez?
    — Sim.
    Tiro um e como. Olho para Renner. — Você fez? — Pergunto novamente.
    — Sim. — Sorri com orgulho.
    Debby também tira um para provar. — Você fez? — Pergunta também.
    — Céus! Sim, eu fiz. Eu, Renner Tales!
    — Parabéns! Isso está ótimo! — Debby diz.
    — O que você achou, Rubí? — Renner olha para mim.
    — Não está ruim.
    Ri. — Não vai admitir que sou muito bom nessas coisas?
    — Não! — Termino o cupcake. Está delicioso, mas eu posso fazer melhor.
    — Eu também quero provar. — Zack também tira um.
    — Não vamos comemorar? — Renner pergunta.
    — Vamos sim. Mas eu não queria fazer isso sem o Marcus.
    — Porquê ele não veio? — Renner pergunta. Sinto um tom acusatório vindo dele. Acho que deve pensar que Marcus não se importa.
    — O pai dele está no hospital. Teve uma crise, mas vai ficar bem.
    — Mas a gente vai comemorar. — Zack diz.
    Renner fica ao meu lado. — E onde nós vamos? Eu tenho uma ideia excelente.
    Olho para ele. — E qual é a sua ideia, senhor Tales?
    — Vamos para o Colors! Eu pago tudo. — Ele pisca um olho para mim.
    Zack fica ao seu lado e bate no seu ombro. — Você é incrível!
    — Você também acha que eu sou incrível, Rubí?
    — Eu não disse nada. São palavras do Zack.
    — Então, o que vamos fazer no Colors? — Debby pergunta entusiasmada.
    — Rubí decide. Tem bares, restaurantes, cinema, piscina, jacuzzi, ginásio, jogos, o que você quer, doutora? — Eu acho que não há sotaque que eu mais ame nesse mundo. Dá para imaginar esse sotaque sussurrando no meu ouvido, dizendo coisas sujas que vão parecer algo diferente do que está dizendo?
    — Eu não sei.
    — Também podemos fazer tudo. Não se preocupe. É por minha conta.
    — Você tem a certeza? — Pergunto.
    — Certeza. Você merece.
    — Então, estamos esperando o quê? — Tiro mais um cupcake. — Vamos comemorar! — Rio.
    Está tudo bem, até eu ouvir aquela voz. — Rubí!
    Eu me viro e vejo meu pai. Debby e Zack olham para ele, sem entender. Eu não consigo fazer nada ou pensar em nada. Renner faz isso por mim.
    — Zack, Debby, vocês podem esperar no carro? — Renner entrega as chaves do seu carro no Zack.
    — Está bem. Vamos, amor! — Eles saem.
    — O que você está fazendo aqui? — Pergunto.
    — Você me convidou para a sua palestra. Foi muito bom. Eu aprendi bastante.
    — Senhor Montigo, já sabemos o que o senhor quer. — Renner fica na frente dele. — Eu sou podre de rico, você quer se aproximar da sua filha por minha causa.
    — Não. Eu percebi que não fui o pai que queria que eu fosse.
    Seguro as lágrimas. — Acho que é tarde demais.
    — Vamos conversar melhor, por favor!
    — Sinto muito. — Olho para ele.
    — Você ouviu. — Renner segura a minha mão e me leva para fora daquele lugar. Eu não sei porquê ele está tentando fingir que não é Renner que interessa para ele. Todos nós já descobrimos o que ele quer. Ainda bem que minha mãe não o viu.
    Renner me pára no corredor e olha para mim. — Não deixa que isso te afete, cerejinha. Hoje é seu dia. Eu não quero que fique triste.
    Suspiro. — É difícil.
    — Não é difícil. Eu vou ajudar você a sorrir o dia todo se for preciso. — Ele toca o meu rosto carinhosamente. — Porquê acha que trouxe flores?
    Olho para as flores na minha mão. — E cupcakes! — Rio.
   — Isso mesmo! Você merece festejar. Então, vamos. Estou ansioso para mostrar tudo. — Ele me leva para o parque de estacionamento.
    Renner está sendo um amor ultimamente. Eu amei as flores que me deu e aprecio o fato de possivelmente ter dormindo tarde para fazer esses cupcakes para mim.