𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑪𝒐𝒏𝒇𝒍𝒊𝒕𝒐. (𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌)

Capítulo 8

Jimin.

A semana passou devagar, cada dia que acordava a tristeza vinha com força total. Falta pouco pra terminar os estudos. Depois de formados assumiremos a empresa. Por enquanto o advogado da empresa está cuidando de tudo.

No sábado, estávamos na sala de casa, tínhamos acabado de almoçar e Tae comenta algo sobre os meninos no basquete me trazendo lembranças. Seguro na mão de Tae o levando até meu quarto. Ainda não estou preparado pra falar com minha mãe sobre minha sexualidade.
Ao chegarmos no quarto me jogo na cama e conto tudo que aconteceu, sobre as sensações e sentimentos... E depois do desaparecimento de Jungkook.

- Ele nem te ligou depois para explicar o motivo?- Tae pergunta. - Nem pra se desculpar...

- Não, eu até fui atrás dele pela casa. - Digo. - E eu pensando que ele tinha algum sentimento por mim... Mas tudo bem, vida que segue.

- A vida te dando o troco... - Tae força um sorriso. - Como você sempre disse para as meninas: Não crie expectativas!

- Pode ser... Aceito o troco! - Digo com um bico torto.- Tudo que vai volta. A vida é como um bumerangue, a diferença é que eu avisava antes. Vou tentar descansar.- Digo me ajeitando nos travesseiros.- Dormir é o melhor remédio pra dor.

- Isso, descansa. - Tae diz se deitando ao meu lado.- Eu vou ficar aqui com você.

Deitei minha cabeça em seu peito e deixei as lágrimas caírem. Tae ficou fazendo cafuné até que adormeci.

Taehyung.

Ver meu amigo e a mãe sofrendo a perda do pai me corta o coração. Me faz lembrar da época em que perdi meus pais no espaço de uma semana. Jimin não saia de perto de mim um minuto. Todos os dias ele dormia no meu quarto abraçado comigo.
Sempre fomos muito unidos, desde bem pequenos fazíamos tudo juntos. Sempre estudamos nas mesmas escolas e na mesma sala. Dividimos tudo. Seus pais nunca fizeram diferença entre nós dois.

Fiquei pensando enquanto acariciava os cabelos dele, vejo que o mesmo já dormiu. Me arrumo do seu lado e adormeço abraçado com ele.

Acordei e Jimin já saiu da cama. Vou até a sala procurar por ele o encontrando sentado no sofá com o olhar perdido.

- Quer que eu chame os meninos?- Pergunto quando me sento ao seu lado. - Talvez seja bom se distrair um pouco.

- Não, vai parecer que estou correndo atrás dele. - Jimin deita a cabeça no meu ombro. - Eu prefiro ficar aqui quietinho.

– A amizade não pode acabar por causa disso. - Digo sincero. - Como você mesmo diz: Foi só um beijo.

- Por mais que meu racional concorde, meu emocional está muito abalado. - Passo meu braço por cima de seus ombros puxando ele pra mim. - Eu senti tantas coisas novas naquele beijo... Ele não esperou eu me recompor para conversarmos. Simplesmente fugiu como se eu tivesse mau hálito.

Dou uma risada por seu comentário.

- Você não tem mau hálito! - Falo ainda rindo. - Tenta esquecer... Sei que é tudo muito confuso, mas tenta seguir em frente. Parte pra outra, agora que você já aceitou sua sexualidade. Vai descobrir novas sensações em outros braços, outras bocas... Você é lindo demais pra ficar sofrendo por um carinha que é um gatinho mas muito confuso.

- Você tem razão, por isso que te amo! - Jimin beija o meu rosto. - Talvez eu tenha ficado muito sentimental por causa do que aconteceu com o meu pai na mesma noite, talvez eu esteja supervalorizando algo que normalmente eu nem daria tanta importância.

- Pode ser... - Digo. - Vamos dar uma volta. A mãe e Sook não param em casa e você quer ficar aqui jogado no sofá. A dor pela perda vai ficar durante muito tempo... Eu sei que é muito grande, mas você precisa aceitar e seguir em frente.