Capítulo 13

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JungKook.

Estou agora no avião seguindo para casa dos meus pais. Não é exatamente o lugar que gostaria de estar, mas eu também não posso forçar uma situação com quem não faz questão da minha presença. Preciso pensar mais em mim, com toda certeza do mundo essa pseudo relação não está me fazendo feliz. Amar sozinho é péssimo.
Muitos podem dizer que ele me deu uma chance ao começar algo comigo... Tá, mas sem nenhuma vontade, posso dizer com toda dor do mundo. Do que adianta, dizer estamos junto, sem contato, sem beijos, sem trocas de carinhos, sem nada que possa me dar garantias de que estou fazendo o certo? Eu prometi aguardar seu tempo, mas e o que eu quero, o que eu sinto, como eu me sinto nessa relação, não tem importância nenhuma?
Não vi nenhum interesse da parte dele, mesmo dizendo que gosta do meu beijo, como se sente quando o beijo, mas depois, nada além de uma amizade. Eu preciso de mais que isso! Eu gosto muito dele, quero tocar, estar junto, falar besteiras somente para vê-lo sorrir...

Seco as lágrimas que caem sem permissão.

Eu esperei tantos dias por uma única ligação durante a semana. Eu poderia ter ligado, sim poderia, mas ele prometeu que me ligaria e eu prometi esperar seu tempo. Isso tudo só me fez enxergar que não passo de uma distração ou experiência homossexual pra alguém confuso com sua sexualidade e não é isso que quero pra mim: Virar um brinquedo nas mãos de alguém confuso.

Tentando ser forte mais uma vez eu sigo o meu caminho. Não sei o que há comigo, toda minha tentativa de relacionamento é exatamente assim: Sou descartado como algo insignificante, sem se importarem com meus sentimentos.
Eu tive um relacionamento na adolescência e a pessoa em questão simplesmente me trocou por outra sem sequer terminar o que tínhamos.
Vejo agora a situação se repetir, exatamente como foi no passado, a diferença é que dessa vez consegui perceber os sinais, prefiro fugir antes que eu me machuque mais. Já estou machucado o suficiente.

Chego em casa, ao abrir a porta sou recebido por minha mãe com um sorriso imenso.

– Meu bebê!– Minha mãe grita ao me ver. – Por que não avisou que viria, eu teria te buscado no aeroporto?

Ao sentir seu abraço, sinto todo peso que carrego sendo jogado pra fora através das lágrimas. Soluçando em seus braços, sou acolhido com todo carinho de mãe.

– Aconteceu novamente... Digo entre soluços. – Será que sou alguém tão insignificante assim mãe, ninguém se importa com meus sentimentos? Eu me dou por inteiro somente por migalhas, eu não quero isso, eu preciso ser amado de verdade, me sentir importante pra alguém, sabe?

Minha mãe me leva até o sofá e deita minha cabeça em seu colo acariciando meus cabelos, me deixando chorar.

– Calma meu filho, logo você vai encontrar alguém que te ame como você merece... – Minha mãe diz acariciando meus cabelos. – Eu entendo sua dor, sei que é difícil. Só tenha um pouco mais de paciência, você é jovem!

– Dói muito, ser insignificante pra quem amamos, é doloroso mãe!– Digo triste. – Sempre o vi como alguém inalcançável, sabe? Quando ele disse que queria tentar, eu me senti tão feliz... Mas logo em seguida me vi jogado sozinho pelos cantos e depois que eu fui embora passamos a semana toda sem sequer um contato, nem uma mensagem. Como eu posso não estar triste? Eu vi que não vale a pena insistir. Eu vou voltar pra casa, vou transferir meus estudos pra cá. Não quero ficar disponível pra virar um brinquedo em suas mãos.

– Tudo bem meu filho, eu te entendo! – Minha mãe seca minhas lágrimas. – Você está certo disso?

– Sim, eu vou trabalhar com o pai na empresa após as aulas. – Digo. – Agora eu preciso dormir.

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑪𝒐𝒏𝒇𝒍𝒊𝒕𝒐. (𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌)Onde histórias criam vida. Descubra agora