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YOONGI

Voltei para o quarto e Hoseok ainda estava acordado, sentado, com as costas na cabeceira da cama. Entrei e ele me seguiu com os olhos, mas não disse absolutamente nada. Seu rosto parecia uma folha em branco, não indicava raiva, tristeza, mágoa, nada, apenas um vazio.

Parei com a porta entreaberta, virei de costas e fiz menção de sair de novo.

- Onde você vai? - sua voz era seca.

- Dormir no sofá.

- Por quê?

- Não sei.

Na minha cabeça ele não queria me presença e eu não podia ir para o quarto do Minho depois do que ele havia dito, então só me restava o sofá.

Hoseok suspirou mais uma vez e veio até mim. Pôs a mão em cima da minha que segurava o trinco e fechou a porta. Enlaçou minha mão livre e me levou até a cama. Deitamos um de frente para o outro.

- Desculpa - Pedi baixinho.

- Yoongi, só... vamos dormir. Por favor.

Fechei os olhos e em pouco tempo adormeci. Dormi mal. Acordei mal. Tudo meu estava mal. A cama parecia espaçosa e vazia demais. Virei para o lado, procurando o Hoseok e não tinha ninguém. Fui até a sala, cozinha, varanda: nada. Foi então que me lembrei. Ele tinha um trabalho em grupo hoje de manhã. Por isso não quis sair ontem. Mas eu o fiz sair mesmo assim.

À tarde, Minho e eu conversamos rapidamente sobre o que aconteceu. Ele pediu desculpas, disse que agiu sem pensar, repeti que gostava do Hoseok e etc. No final, nos resolvemos e ele foi embora me dizendo para pedir desculpas ao Hoseok por ele.

Passou o dia inteirei e nada do Hoseok aparecer. Eu já estava impaciente, olhando para o relógio de cinco em cinco minutos, ansioso pela demora dele, mas sem querer ligar para não parecer o namorado desesperado e sufocante.

Eu estava deitado na cama, discutindo mentalmente com minhas paranóias, quando ouvi a porta da frente. Fui até lá.

– Hobi! – Me aproximei animado ao vê-lo chegar.

– Oi – Sua voz era seca e ele foi direto para o quarto, sem dizer nada. Ao chegar na porta, virou de frente para mim – Não vou jantar hoje, tá? Já comi na rua – E fechou a porta antes de esperar uma resposta minha.

Fiquei ali encarando a madeira. Ele ia mesmo agir daquele maneira? Não ia nem tentar conversar comigo? Bati na porta de leve.

– Hobi, abre aqui. Vamos conversar.

– Não tô a fim de conversar – Respondeu lá de dentro.

– Você pode abrir a porta pra dizer isso olhando pra mim?

O trinco se mexeu e a porta abriu.

– Eu não tô a fim de conversar – Falou calmo e sério e fechou de novo.

Meu queixo quase caiu. Espantado, me sentindo como uma mãe ou pai lidando com um adolescente rebelde e mimado. Tentei abrir a porta, mas estava trancada.

Lado a lado || SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora