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YOONGI

Já eram mais de dez da noite quando Hoseok mandou uma mensagem avisando que estava chegando. Eu estava no quarto estudando Civil (ou tentando) quando ouvi a porta da frente abrir.

Eu queria sair e falar com ele. Abraçar. Beijar. Perguntar como tinha sido o trabalho. Mas ao mesmo tempo eu estava nervoso criando paranóias e inseguranças e não sabia se seria uma boa hora para conversarmos.

Escutei mais portas batendo. Não aguentei e saí do quarto. Ele estava tomando banho. O que eu deveria fazer? Voltar para meu quarto? Esperar na sala? Fingir que estava dormindo? Fiquei nessa indecisão, fazendo um passo de vai e volta no corredor, indo em direção à sala e depois ao quarto de novo, quando ele abriu a porta do banheiro.

- Ginho! Você tá acordado - ele estava com a toalha amarrada na cintura.

Talvez fosse apenas minha imaginação, mas ele subiu a toalha alguns centímetros e entrou no próprio quarto numa velocidade maior do que a necessária.

- Volto já.

Sentei no sofá, esperando. Não demorou muito e Hoseok estava na sala, se inclinando na minha direção e me beijando.

- Pensei que você estivesse dormindo.

Balancei a cabeça fazendo que não.

- Como foi o trabalho?

- Normal - Disse dando de ombros.

- Ah...

- Não deu tempo de terminar ainda. Vamos nos encontrar de novo no sábado.

- Ah...

Ele me olhou franzindo as sobrancelhas.

- Tá tudo bem?

Fiz que sim com a cabeça. Um de seus braços envolveu meus ombros e ele me puxou para um abraço. Cabeça, coração, circulação sanguínea tudo parecia se agitar dentro de mim. Me levantei, procurando um pouco de espaço para me acalmar e fui andando em direção a sala de jantar.

- Você já comeu? - Perguntei fingindo que não tinha escutado o que ele disse.

- Já. Você também?

- Hunrum.

Hoseok notou o clima estranho e pesado. Levantou e se aproximou de mim. Dei um passo para trás. Ele deu mais um para frente. A cada passo que eu dava para trás, ele dava um para a frente. Quanto percebi eu estava quase colado na parede do corredor.

- O que você tem? - Perguntou enquanto segurava as pontinhas dos meus dedos.

- Nada.

- Eu sei que tem, Guinho. Fui eu? Eu fiz alguma coisa?

- Não.

Ele me analisou por alguns segundos. Passou o polegar em minha bochecha e disse como se consolasse uma criança.

- Quando quiser me contar, eu tô aqui, tá?

Hoseok então se inclinou em minha direção, parecendo ter crescido uns vinte centímetros exatamente naquela hora, e me deu um beijo na testa.

- Quer vir deitar comigo? - Disse segurando minha mão e virando para sair.

Não me movi. Ao invés disso, segurei sua mão com mais força, impedindo-o de sair.

- Onde você tava hoje?

- Já te falei. Fazendo um trabalho. Por quê?

- Por nada.

Lado a lado || SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora