Capítulo 14

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Jimin.

Logo pela manhã estou saindo do hospital, olhando tudo ao meu redor. Minha cabeça continua uma bagunça, exatamente como sempre foi... Um furacão de sentimentos embaralhados, Amor, medo, saudade, ansiedade... Canalizo todos os sentimentos, fecho meus olhos, pego meu celular, abro o aplicativo e começo a falar... Iniciando um novo livro. Quando chegamos em casa, pauso o livro. Beijo o meu irmão, subo em seguida para o meu quarto. Me jogo na cama, fecho meus olhos novamente, dando sequência ao livro.

Passo meu dia todo trancado no quarto, não me dou conta do horário. Jogo todos meus sentimentos, sonhos e desejos nesse romance.

Poucas horas foram o suficiente para “escrever” um livro completo.

Me levanto da cama, não sei dizer o motivo, ainda de olhos fechados, pego minhas roupas, entro no banheiro, tomo um banho demorado. Me visto, abro meus olhos por fim, vendo minha imagem refletida no espelho. Sorrio, desço para a sala.

Pego o meu celular, envio uma mensagem para o Jungkook.

“ Já estou em casa. Senti sua falta."

Apaguei a última frase enviando a mensagem.

Vou pra cozinha preparar um lanche para nós dois, pois sei que sempre que envio uma mensagem, ele vem rápido. Aproveito para preparar um suco. Me sento na bancada pra comer. Fico pensando na vida, no que fazer agora. Totalmente perdido em meus pensamentos, não sei quanto tempo fiquei ali...

— Tudo bem maninho?— Kai me desperta — Tá parado aí faz tanto tempo.

— Eu estava pensando na vida...— digo — Eu vou dormir.

Me levanto deixando o lanche intacto. Pego meu celular no caminho para o quarto, vejo que se passaram mais de quarenta minutos e ele não respondeu. Jogo o celular sobre a cama, retirando a roupa, me jogando na cama em seguida. Respiro fundo, deixando todo ar sair lentamente.

Volto a pegar o meu celular, edito o livro, enviando por e-mail para a editora.

Fico rolando na cama pensativo, O que será que mudou?

Me visto novamente, desço as escadas, encontro o meu irmão na sala com meu pai.

— Eu preciso sair, eu vou para o meu apartamento — os dois me olham assustados — Não dá, estou me sentindo sufocado, eu preciso sair.

Meu irmão joga as chaves do carro pra mim. Saio rapidamente, entro no carro, encosto meu rosto no volante, respiro fundo, dando a partida.

Não demora muito estou chegando em casa. Entro no apartamento, vendo cada detalhe, tantas lembranças de uma vida, quando eu me moldava pra caber na vida de alguém. Eu não quero mais viver dessa maneira, colhendo migalhas que deixam pelo caminho, vivendo um amor fictício, eu mereço um amor verdadeiro, eu mereço ser amado.

Larguei o celular sobre a bancada da  cozinha, comecei uma faxina pelo apartamento. No caminho da limpeza, liguei o som. Cada cômodo que limpava me libertava dos fantasmas do passado que me assombravam.

Depois de tudo limpo, retirei minhas roupas, entrando na banheira, fiquei algum tempo relaxando, curtindo a música.

Após o banho, vesti um moletom e uma camiseta, me deitando na cama com o celular na mão, iniciei outro livro de romance.

Esse romance, conta a história de uma jovem sonhadora que se apaixona pelo popular da escola. Ela ficava distante, admirando cada gesto do ser amado...

A história seguiu tão fácil, que em poucas horas estava pronta.

Após editar a história, fiquei pensando até perceber que meus romances se alimentam da minha dor. Da confusão que se forma em meu interior.

Desliguei meu celular, deitei na cama adormecendo imediatamente.

Acordei bem cedo e após o café da manhã, desci até a portaria, pedindo ao porteiro que enviasse alguém para trocar a fechadura da porta do meu apartamento. Aproveitei para deixar claro que ninguém poderia subir sem a minha autorização.

Subi novamente, peguei meu celular, e voltei a escrever. Logo que a campainha toca, como eu já sei que é a pessoa que vai trocar a fechadura. Abro a porta e deixo o senhor fazer o seu trabalho. Logo ficou pronto, ele me entrega as chaves, eu pago, voltando pra sala pra escrever meu livro.

JungKook.

Trabalhei até o dia amanhecer, passei o dia inteiro dormindo. Acordo já está anoitecendo. Tomo um banho demorado, como um macarrão instantâneo, entro para minha oficina, criando até o dia amanhecer novamente. Me jogo na cama, adormecendo logo em seguida.

Acordo com o toque insistente da campainha, me levanto ainda meio tonto de sono, olho no celular, vejo as horas, ainda são onze da manhã. Caminho preguiçoso até a porta.

— O que está acontecendo com você? — Sr. Park me pergunta parecendo chateado — Eu pensei que você seria o primeiro a comemorar a felicidade do meu filho, pensei que fosse amigo do Jimin...

Dou passagem para que ele entre, o levando até a sala. Nos sentamos no sofá.

— Ele não precisa mais de mim — digo simples — Agora ele pode levar uma vida independente.

— Entendi. Você só era amigo do Jimin cego, dependente? — o Sr. Park suspira — Quando te devo pelo seu trabalho?

O olho confuso e ao mesmo tempo assustado.

— Quanto custa um amigo de aluguel? Quanto você cobra pelo seu serviço de assessoria? E seus serviços tecnológicos, quanto custa? — o Sr. Park já está de pé — Me diz, qual o seu preço? Eu pago!

— Sr. Park, eu não fiz nada disso por dinheiro — digo assustado — Eu fiz tudo porque ele precisava...

—  Então, você acha que como ele voltou a enxergar, ele não precisa mais de você?— o Sr. Park me olha confuso — Que a sua amizade pra ele não é importante?

Fico em silêncio.

— Eu me enganei com você, pensei que você fosse diferente, mas no fundo é igual. O Jimin tem razão! — eu o olho assustado — Um o abandonou no leito de um hospital ao saber que ele perdeu a visão, o outro o abandonou da mesma maneira, quando ele voltou a enxergar. Realmente, qual a diferença? Nenhuma!

O Sr. Park sai da minha casa me deixando confuso.

Volto pra minha cama. Fico pensando em tudo que ouvi. Pego meu celular, entro no aplicativo, onde dou suporte aos livros do Jimin, vejo que de ontem pra hoje, ele escreveu três livros.

Abro a caixa de mensagem, vejo que ele mandou uma mensagem ontem, avisando que já estava em casa.

Fico olhando para o celular sem saber o que fazer.

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ℒ𝓊𝓏 𝒹ℴ𝓈 𝓂ℯ𝓊𝓈 ℴ𝓁𝒽ℴ𝓈  (𝒥𝒾𝓀ℴℴ𝓀) ( ℳ𝓅𝓇ℯℊ) Onde histórias criam vida. Descubra agora