Chapter one

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Olá, meu nome é Catarina. Tenho 15 anos e vivo uma vida monótona, numa cidade patética. No momento estou de férias (o esperado momento de todos os estudantes), e morro de tédio em cada dia da minha vida. Além de eu morar em Santos Dumont, que não tem ABSOLUTAMENTE nada, apenas uns lugares que vendem açaí. Tenho que conviver sem ninguém. Minha mãe, trabalha o dia todo. Minha irmã, só quer saber do namorado. Meu pai, mal o vejo. E meus amigos, nunca podem sair comigo. Então fico presa em uma prisão sem muros.

Como eu estava no último ano do ensino fundamental, minha mãe falou para fazer o IF, espera, ela me obrigou. Eu queria passar, sabia que aquilo era o melhor para mim. Então durante três longos e torturantes meses estudei para passar. Eu tinha o pensamento que eu tinha que passar. Porque minha irmã havia passado no ENEM e no PISM, isso era o mínimo que eu deveria fazer. Então no dia eu fui confiante fazer a prova, eu sabia que não havia ido bem, mas sabia que não era impossível eu passar. Mas quando vi o gabarito e corrigi a prova, todas as minhas esperanças desceram pelo ralo. Parabéns Catarina. Acertou quatorze de quarenta e cinco. E para piorar minha mãe falando que essa era minha obrigação, era o mínimo que eu tive que fazer. Essa frase foi o suficiente para eu me sentir péssima.

Nunca tive pensamentos tristes ou suicidas. Sempre fui uma pessoa feliz. Eu sempre vi muitos colegas meus falando que eram insuficientes e se cortavam, eu sempre tentava ajudar, mas eu não era a pessoa perfeita para isso. Mas ultimamente, tenho ficado mais triste que o normal. Fico falando: "Eu não sou bonita, não sou inteligente, não sou legal, não sou talentosa", então nunca soube o que eu deveria fazer. Não faço a menor ideia do que gosto, e do que quero fazer na faculdade. Mas agora vamos focar na minha vida e verão como ela faz jus ao título.

- O que é isso? – Caminhava pela rua em frente à minha casa. – Isso é impossível! E no futuro? – Olhei no celular e dizia que era 13/06/2020.

Eu caminhava pela rua e havia um vento absurdo, nunca havia acontecido isso antes. Quando cheguei mais na frente, havia pessoas correndo para todos os lados, os estabelecimentos lotados por conta da chuva, e um monstro vindo na nossa direção.

Na verdade, não era um monstro. Mas ele estava destruindo tudo que havia ao seu redor. Era um tornado. Tudo bem, até eu achei super estranho. Tornado? No Brasil? Mas estava na minha frente. Era real. Tão real que com a força do vento arrancou uma árvore que veio na minha direção. Eu achei que iria morrer. Mas quando eu saltei da cama, vi que era apenas um pesadelo.

- WOW! Que bizarro. – Sussurrei para mim mesma. – Isso é impossível de acontecer, certo? – Levantei da cama rapidamente, e troquei de roupa. - Mãe vou na rua. – Falei já abrindo a porta.

- Eu não tenho dinheiro. – Falou da mesa do computador.

- Eu só vou dar uma volta, precisa de dinheiro não. – Peguei meu celular e desci as escadas. – Não sei o que eu vou fazer na rua às 11hrs no domingo. – Assim que apertei o botão para destrancar o portão, ouço um barulho estridente de carro, e depois um choro de cachorro. Um cara num SUV havia fugido após matar um cão. – NÃO! – Estiquei minha mão e parecia ocorrer tudo em câmera lenta. – OU! – Acordei no pulo novamente. – O que foi isso? Eu só estiquei minha mão e o cachorro não morreu. – Cambaleando eu levantei da cama, e acabei batendo o guarda-roupa. – Será que eu voltei no tempo? – Ri com a possibilidade. – Isso é impossível. – Na hora que peguei meu celular, eu tropiquei no tapete e ele voou das minhas mãos, e se estatelou no chão. Rachando a tela em centenas de pedacinhos. – MERDA! – Gritei. – Bom... se eu realmente posso voltar no tempo. Eu consigo trazer meu celular de volta! E salvar o cachorro! – Assim que estiquei a mão, o celular voltou, intacto. – AHHHH! Nem acredito! – Ri. – O cachorro! – Vesti a primeira roupa que vi e saí correndo pela porta.

Efeito Borboleta - Noah SchnappOnde histórias criam vida. Descubra agora