Chapter fifty-four

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- Não deu tempo de eu comprar algo para a gente, tipo um anel ou coisa do tipo, porque eu decidi vir de última hora. Mas...a gente pode comprar um sorvete...! Mas você quer?

- A....

- Não me mata de ansiedade, Catarina! – Falou ofegante.

- Mas...você nem deixou eu falar ainda...!

- Então diz logo!

- Eu...eu....

- Catarina...? – Ele me olhou aflito.

- Mas é claro que sim! É óbvio!

- Jura? – Ele sorriu, respirando novamente.

- Sim!

- Ah, graças a Deus. – Ele suspirou. – Valeu muito a pena! – Ele voou em cima de mim me abraçando forte. – Há muito tempo queria te chamar de minha...minha namorada.

Essa frase fez-me arrepiar inteira. Sinceramente, nunca achei que namoraria alguém...principalmente tão cedo. Mas era compreensível, quem iria me querer na verdade?

- Eu fico tão feliz de você ter sido o meu primeiro beijo e a minha primeira namorada! – Falou sorrindo. – Vamos. – Ele se levantou de um dos degraus da escada, e deu leves tapas na sua calça para sair a sujeira.

- Para aonde? – Perguntei. Em Santos Dumont não tinha absolutamente nada. E se fossemos para minha casa, eu teria que encarar minha mãe e contar para ela.

- Sei lá. – Deu de ombros com um sorriso fofo. – Para qualquer lugar, só vamos aproveitar um tempo só...nós dois....

- É tudo que eu mais quero. – Levantei rapidamente da escada com um sorriso de lado, e limpei a minha calça. Na hora que me curvei para pegar a minha mochila do chão, Noah a pegou rapidamente.

- Eu levo para você. – Ele a colocou nas costas e acho que bateu um arrependimento. – O que tem nessa mochila?! – Perguntou indignado, a apontando com o polegar.

- Livros, cadernos, meu casaco, minha garrafinha, duas bolsinhas.... – Falei enquanto contava nos dedos.

- Tudo bem, pode parar. – Ele sorriu fraco.

- Eu posso levar.... – Avancei um passo, e ele recuou. – Qual é Noah?

- Eu posso levar.

- Noah, não estamos no século passado.... Nós mulheres podemos carregar nossas próprias coisas e pagar também...! – Sorri arqueando as sobrancelhas.

- Eu só quero ser educado. – Ele sorriu.

Inesperadamente, ele me puxou pela mão, fazendo me parar ao seu lado. Ele posicionou minha mão em sua cintura, e passou o braço por cima dos meus ombros.

- Sabe? Eu já imaginei isso antes.... – Comentei enquanto caminhávamos.

- O que? – Perguntou me olhando.

- A gente andando dessa maneira. Mas...eram só pensamentos. E geralmente vinham seguidos de lágrimas.... – Falei olhando para o chão. Me deixava triste lembrar disso.

- Ei.... – Ele me olhou com ternura. – Isso é passado. Foca no presente, em nós....

- E tem como desfocar de você? – Soltamos uma risada anasalada e desviamos o olhar para o chão. – Acho que a gente pode deixar essa mochila lá em casa.

- Como? – Ele me olhou confuso.

- A gente não precisa entrar, mas podemos deixar na porta da minha casa.

Efeito Borboleta - Noah SchnappOnde histórias criam vida. Descubra agora