chapter forty-nine

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(POV) Narradora
- Catarina, por que você está chorando?
- Eu não queria te preocupar...tá tudo bem....
- Não, não está tudo bem. Você...eu nunca te vi assim. Por favor, me diz o que aconteceu.
- Eu briguei com a minha mãe..., por causa do namorado dela. Eu...eu não gosto dele.
- Eu sinto muito...eu...só queria poder te dar um abraço agora.... – Ele juntou as sobrancelhas.
- Eu também..., é tudo o que eu mais queria.... Por que as coisas não podem ser mais simples? Eu queria tanto estar aí...aí com você.
- Talvez você possa.... – Ele sorriu de lado, como se tivesse tido uma ideia.
- O que...? – Ela o olhou confusa pelo celular.
- Bem...não fisicamente. Mas eu posso tentar te passar a sensação (?) de eu estar aí.
- Okay...? – Concordou confusa.
- Vai para o seu quarto e pega um travesseiro.
- Tudo bem.... – Catarina caminhou até o seu quarto e pegou o travesseiro se sentando na cama. – O que eu faço agora? – Perguntou olhando pelo visor do celular.
- Eu quero que você abrace o mais forte possível esse travesseiro e pense que sou eu.
- Ah Noah.... – Rolou os olhos. – Você não tem noção de quantas vezes eu já fiz isso.... Tipo, no começo até funcionava para tampar o vazio que eu sentia. Mas depois, virou só segurador de lágrimas.
- Mas agora você já sabe a sensação, talvez consiga imaginar melhor....
- É.... 
- Ou então.... – Ele parou para pensar. – Já sei! Você usou muitas vezes o moletom que eu te dei?
- Não...aqui tá quente. Por que?
- Pode parecer idiota o que eu vou falar agora, mas é o seguinte: o moletom ainda deve ter o cheiro do perfume que eu uso, então vai ficar mais fácil de você imaginar eu com você....
- É...boa ideia. – Ela sorriu fraco e caminhou até o guarda-roupa pegando o moletom.
Ela se sentou na cama e colocou o moletom no travesseiro.
- Pronto? – Noah perguntou. Ele não via nada, já que ela colocou o celular em cima da cama, e a única coisa que ele via, era o teto.
- Sim.... – Concordou pegando o celular novamente.
- Ok. Agora você vai deitar aí na sua cama e “me” abraçar da melhor maneira que você puder. E enquanto isso, a gente conversa.
Ela fez exatamente o que ele pediu. Se deitou na sua cama e abraçou o travesseiro, respirando o mais fundo possível naquele moletom, podendo sentir o seu aroma.
O Noah estava certo, aquilo ajudou bastante, ela conseguia imaginar o seu abraço. Só de sentir o aroma do moletom, conseguia sentir os braços do Noah envolta à sua cintura, e sua respiração perto de seu ouvido. Aquilo lhe trazia muitas sensações boas.
- lembra de quando você veio para cá pela primeira vez? – Sua voz saiu suave. – Você estava tão animada, e eu fiquei tão puto na primeira hora com você aqui. Eu queria ficar o máximo de tempo com você, mas Chloe e Julia rapidamente te tomaram de mim. Eu fiquei com ciúmes, queria ir ao seu lado, mas tudo bem. Depois eu queria que você dormisse no mesmo quarto que eu, mas mais uma vez, a Chloe tirou isso de mim.
Catarina apenas apertava mais o travesseiro contra o seu corpo e deixava as lágrimas caírem. Noah apenas continuava a falar, enquanto suas lágrimas saíam silenciosas, ao ver a garota que ama tanto tão triste.
- E quando eu te levei na escola comigo? Todos falavam que ia dar merda se alguém te visse lá, mas até que não. – Noah riu. – Só se retirarmos a parte da aula de química. Na hora que o professor bateu o olho em você, eu comecei a rever todas as minhas decisões. Mas sorte que o Malcon conseguiu encobrir isso...senão, nem sei o que teria acontecido.
Noah parou de falar, já que havia mencionado o nome de Malcon. Catarina nem pareceu ligar, na verdade, ela nem ligou. E Noah queria saber o que houve entre os dois, mas agora não seria um bom momento, já que a mesma estava tão triste. E mesmo ele estando curioso, ainda tinha empatia pela amiga. Não queria interroga-la num momento tão ruim, principalmente arriscando ela ficar pior do que já estava.
- E quando a gente saiu e ficamos o dia inteiro rodando a cidade? E fomos até à cidade vizinha para andarmos de patins. O que foi uma grande desgraça, já que passamos a maior parte do tempo no chão. Você veio com tudo para cima de mim e me derrubou. E depois não quis me ajudar a levantar.
Catarina soltou uma risada anasalada. Ela realmente estava sentindo como se Noah estivesse com ela, a sua voz suave, o seu cheiro no moletom, o travesseiro que era quase tão aconchegante quanto o abraço de Noah.... Tudo isso lhe fazia se sentir bem, mas não o suficiente. Porque ela sabia, sabia que uma hora aquilo ia acabar.
Que uma hora o Noah ia desligar.
Que uma hora ela teria que se levantar.
Que uma hora ela veria sua mãe a escarando feio. 
Que uma hora ela iria até a sala, e veria um inconveniente deitado no sofá.
Que uma hora ela ia perceber que Noah não estava ali de verdade.
Que uma hora a dor não estaria mais contida.
Que uma hora ela teria que voltar para a vida real.

- Cat...? – Noah a chamou suavemente.
- O que...? – Perguntou enquanto pressionava mais o travesseiro contra si mesma.
- Você vai conseguir passar por tudo isso Okay?
O Noah não fazia a menor ideia do que falar, já que nunca havia passado por nada parecido.
- Eu não quero que ela tenha raiva de mim...!
- E ela não tem. Ela te ama. E vai entender que ela está errada.
- Eu espero....
- Eu tenho certeza.
- Eu falei coisas horríveis para ela...me sinto um monstro. Eu sou um monstro.
- Não, você não é. Você foi sincera com o que sentia, e ela tem que entender. Se ela te ama, vai rever suas atitudes.
- E eu vou ter que ser obrigada a ficar vendo a cara dele?
- Talvez ela pense em tudo que aconteceu, e não deixe ele ficar tanto tempo na casa de vocês...?
Outro motivo par Noah não saber o que falar, era que ele não sabia a história completa. E ele não queria perguntar, para não machucar ainda mais Catarina.
- Noah...eu não odiava ninguém...e...eu o odeio! O odeio por tudo que ele fez com a nossa mãe. O odeio por não pedir desculpas para gente. O odeio por ser um folgado! O odeio! O ODEIO! – Catarina começou a bater seu punho fechado na cama.
- Catarina, se acalme. Olha, vamos parar de pensar nisso. Vamos tentar pensar em coisas boas. Nas minhas férias de verão, eu sempre vou para o acampamento, eu posso te levar comigo. Você vai adorar conhecer meus outros amigos de lá. E também, quando eu voltar para casa, eu viajo com a minha família. A gente ainda não escolheu o lugar, mas você pode ir com a gente também. Vai ser as melhores férias da sua vida, você vai adorar.
Catarina, estava tentando manter o pensamento em coisas boas. Mas sempre que que pensava nisso, vinha uma memória ruim em seguida. Seu tempo em Scarsdale foi algo bom, mas lembrar dele, ela se lembra que já voltou à sua cidade e que não voltará para lá tão cedo. Suas talvez férias com o Noah no acampamento? Foram destruídas por pensamentos de que não poderia pagar. Ela só queria poder pensar em coisas boas, por que era tão difícil?
- Noah....
- O que foi?
- Minha cabeça....
- O que tem sua cabeça? – Ele começou a ficar preocupado.
- Minha cabeça...AH! – Ela gritou.
...

~-~
A cada dia que passa, mais eu quero ter um amigo (ou namorado?) como o Noah KKK sofro
Acho que vou roubar um moletom do Noah para colocar no meu travesseiro também KKKK (ainda mais agora que sei o endereço da casa dele u.u KKK)
Vocês já devem imaginar o que aconteceu com a Catarina, certo?

Espero que você tenham gostado.
Não deixem de comentar e nem votar (pessoal daqui meio desanimado)
e Até segunda
:)

Efeito Borboleta - Noah SchnappOnde histórias criam vida. Descubra agora