Chapter sixty

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Como minha mãe e minha irmã tinham viajado para Ouro Branco visitar minha tia, eu e Noah tivemos que ficar num hotel, que era um pouco afastado do centro. Ele ficava numa espécie de condomínio.

- Não acredito que tudo isso é culpa minha. – Falei me jogando em uma das camas. – Eu sou tão desatenta, vamos acabar perdendo o voo por culpa minha! – Bufei.

- Calma. – Noah se sentou ao meu lado. – Amanhã a gente fala com o síndico e conseguimos pegar seu passaporte. Nem vamos precisar trocar as passagens. Além disso, parece que vai chover monstruosamente, é melhor ficarmos por aqui essa noite.

- Como você consegue? – Perguntei indignada me virando para ele.

- Consigo o quê? – Perguntou confuso.

- A culpa da gente está aqui, é inteiramente minha, por ter esquecido o passaporte. E você está sendo super compreensível, como isso é possível?

- Isso é porque eu te am...doro.

- Eu também. Para caramba. – Na hora que nós íamos nos beijar, a luz piscou, e eu não podia perder a piada. – Will? Will?

- Não é o Will. É o demogorgon. – Falou Noah rindo. Mas ele parou na hora assim que a luz se apagou de vez.

- Argh, acho que a gente tá sem energia. – Bufei. – E sem wi-fi... – Olhei para meu celular que mostrava "sem sinal".

- O que será que aconteceu?

- Não sei...agora estamos sem wi-fi, sem sinal, sem energia, sem vida. – Suspirei.

- Você não acha que isso pode ser algo bom? – Perguntou Noah.

- Como?

- Sem nada e nem ninguém para nos atrapalhar. – Senti ele se aproximando de mim. – Somente nós dois. – Ele sussurrou.

Eu acho que sabia onde ele queria chegar, por isso comecei a ficar tensa e a tremer. Mas toda essa angústia foi embora assim que senti seus lábios sob os meus.

Não sabíamos onde aqueles beijos iriam chegar, mas estavam se intensificando cada vez mais. A última vez que havia acontecido isso, foi quando ele me pediu em namoro, um dia antes dele ir embora.

De repente, tivemos que nos separar rapidamente, por causa de um barulho estridente.

- Que porra é essa?

A porta da sacada havia explodido. Sorte que o vidro era temperado, e não virou cacos, apenas pó.

- O que está acontecendo? – Perguntei ao Noah que chegou perto da sacada para ver o que estava havendo. – Noah? – Fui me aproximando devagar ao perceber que ele olhava extremamente assustado para fora. – Noah? Puta que pariu. – Falei ao ver um monstro na nossa direção. – 13 de junho.... A tempestade.

- Seus sonhos. Eles são reais. Como?

- Que merda! – Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, outra janela estourou. Só que aquela não era temperada, estava cheio de cacos voando de um lado para o outro. – A gente precisa sair daqui, antes que a gente se machuque.

- Vamos logo. – Com muito cuidado conseguimos sair do quarto, e ao chegarmos na recepção, todos os hóspedes corriam de um lado para o outro.

Mas não há escapatória.

Não há saída.

É inevitável.

- Vamos logo. – Noah pegou na minha mão e saiu correndo. – Por aqui! A tempestade está indo na direção oposta!

Efeito Borboleta - Noah SchnappOnde histórias criam vida. Descubra agora