(POV) Chad.
- Eu não sou obrigada a ficar com aquilo!
- E você acha que eu sou?
Eu acordei ouvindo meus pais discutirem, já é a terceira vez essa semana.
- Deixa der ser sínico! – Minha mãe gritou.
Como eu não estava entendendo o contexto do que estava acontecendo, saí de fininho do meu quarto e me sentei perto da escada. Ali dava para ouvir o que estava sendo discutido na cozinha.
- Isso é álcool? – Perguntou minha mãe, visivelmente brava. – Você andou bebendo de novo?
- Não!
Isso era mentira, meu pai se acabava de beber. Mas ele não bebeu aquilo em específico. Semana passada, enquanto eu ouvia barulhos ensurdecedores saindo do quarto da minha mãe, e meu pai ter sumido durantes alguns dias, eu acabei bebendo. Não me orgulho disso, mas era uma maneira de afastar esse vazio que estava sentindo. Por que a minha família não pode ser estruturada? Por que minha vida não pode ser estruturada?
- E você que anda me traindo? Acha que eu não sei? – A voz do meu pai só se enfurecia cada vez mais.
- E quando você some de noite e só volta dias depois? Está realmente só bebendo ou também está transando com Deus e o mundo?
- Isso também não é da sua conta!
- Quer saber? Eu vou contatar nosso advogado, eu quero divórcio!
- Ótimo! Não te aguento mais. Boa sorte para vocês dois! Depois dessa viagem do meu trabalho, vocês nunca mais me verão.
- O que? Você acha mesmo que eu vou ficar com aquele garoto? Trate de levar ele com você, eu não quero ficar com ele.
Isso não pode estar acontecendo, não pode.
Eu só corri para o meu quarto, fechando a porta e escorregando pela mesma. Eu simplesmente escondi meu rosto com as mãos e autorizei as lágrimas saírem. Se nem meus pais me querem por perto, quem mais iria querer?
Eu não queria, não queria desistir assim. Mas talvez fosse a melhor opção não é mesmo? Além disso, ninguém me quer por perto. Então, ninguém sentiria minha falta.
A janela do meu quarto era alta, mas alta o suficiente para finalizar tudo isso? Qual era a chance de eu quebrar algum membro? Qual era a chance de eu ter uma concussão?
De repente um barulho de notificação impede meus pensamentos de fluírem. Era Chloe, ela mandou uma mensagem que dizia: "Hey, Chad. Bom dia! <3. Hoje a professora de biologia está doente, então não vamos ter aula dela. Me encontra na sala de informática no primeiro horário! :)".
O que eu estava fazendo? Chloe era o meu anjo. Eu estava à beira de fazer algo terrível, e ela me salvou. Como eu pensei em fazer algo assim? Eu gosto da Chloe, e...acho que ela também gosta de mim. Não quero que ela sofra por mim, é a última coisa que eu quero. E talvez, tenha pessoas que se importam comigo sim, a Chloe é uma delas. E...talvez a Catarina. Lembro que ela falou: "Em algum lugar alguém te ama, isso é fato. Se ninguém te ama, tem algum maluco por aí, daqueles que amam todo mundo, encontra essa pessoa, porque ela vai te amar. Um bêbado legal, que ama todo mundo. Alguém, em algum lugar te ama, você só precisa encontrar ela. E talvez eu seja essa maluca. Eu te amo".
Eu não sei se ela estava sendo sincera, ou só falou da boca para fora. Mas eu prefiro acreditar que ela se importa comigo.
Então só digitei para Chloe: "Te encontro lá então :)".
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Efeito Borboleta - Noah Schnapp
Fiksi PenggemarCatarina tentava fugir de seus demônios que a devorava por dentro. Ela gostaria de ser mais forte ou menos sensível, mas ela falhava. E tudo isso aconteceu por conta de uma pessoa. E o nome dela era: Noah Schnapp. Mesmo ela sabendo que nunca iria co...