Uriel Castro
Ouço o sinal indicando o final das aulas e isso é um alívio para mim. Guardo meus materiais dentro da mochila e me levanto de forma apressada. Não consegui prestar atenção nas aulas após o intervalo, já que meus pensamentos estão em Dylan, na minha ansiedade em saber se ele está bem ou não. Foi bem assustador encontrar ele naquele estado, mas ainda bem que ele ainda possui um amigo que se preocupa e o ajudou.
Saio da sala de aula e sigo até à sala dos professores, já que tenho que esperar por minha mãe. Passo em meu armário antes e deixo meus livros, logo após me sento em um dos bancos no corredor e espero pela boa vontade da minha mãe.
Em um gesto automático, levo meu dedão até à boca, roendo minha unha. Eu estou me sentindo tão angustiado e nem sei o porquê de toda essa preocupação com Dylan. Nós mal nos conhecemos e ele não é alguém de importância na minha vida... Então de onde vem essa angústia?
Solto um suspiro e mal percebo quando minha perna começa a balançar em um tique nervoso. Levo um pequeno susto ao que a porta da sala se abre, mas fico aliviado por ver minha mãe.
- Vamos? - Ela pergunta sorrindo e eu concordo, me levantando em seguida.
- Mãe? Você dá aula para algum Dylan? - Pergunto curioso enquanto sigo ela pelos corredores quase vazios do colégio.
- Acho que sim, um menino do terceiro ano... Por que? Já se apaixonou, seu safadinho? - Ela pergunta rindo e me sinto envergonhado, já que algumas pessoas ainda estão no corredor.
- Mamãe! Não! - Falo rápido e sinto meu rosto queimando de vergonha. - Eu só estava curioso. - Respondo.
- Entendi, mas eu não vi ele realmente, já que não compareceu à última aula. Sabe porquê? - Ela pergunta curiosa e isso me deixa em uma verdadeira cilada.
Quem manda ter a boca grande, Uriel? Ficasse quieto, menino!
- Eu não sou amigo dele, mãe... Apenas nos trombamos e fiquei curioso. - Falo e não é totalmente mentira.
- Entendi! Só me avisa se estiver apaixonado, estalkeio ele pra você. - Ela diz e isso me faz bater na testa, não acreditando nas coisas que escuto da minha mãe.
- Mãe! Por favor! - Imploro, morrendo de vergonha.
- O que? Eu sou sua amiga, menino! - Ela diz indganada e isso me faz rir.
Saímos pela porta ampla e vejo meu pai com o carro estacionado em uma das vagas livres. Fico feliz em entrar no carro e saber que vou para casa. Escuto meus pais conversando durante o caminho, mas não presto muita atenção, me foco mais em saber em como vou descobrir que Dylan está bem.
Assim que meu pai estaciona na garagem de casa, sou o primeiro a sair. Pego a chave de casa com minha mãe e abro a porta, seguindo diretamente para o meu quarto. Entro no cômodo e praticamente me jogo na cama, me sentindo frustrado com toda essa situação.
Nunca me senti tão inquieto assim na minha vida e isso me irrita. É algo muito mais forte que eu, como se tivesse uma outra consciência dentro de mim.
- Misericórdia! Será que tem um espírito dentro de mim? - Pergunto a mim mesmo e só a possibilidade me deixa "cagado" de medo.
- Quem está com espírito? - A voz do meu pai soa atrás de mim e chego a dar um pulinho pelo susto.
- O senhor ainda vai acabar me matando... Eu 'tô avisando. - Falo e aponto para ele, que faz uma careta.
- Vira essa boca pra lá, menino. E você anda muito assustado ultimamente. - Ele diz e entra mais em meu quarto e se senta na minha cadeira da escrivaninha. - O que foi? Você está quieto... Aconteceu alguma coisa no colégio? - Ele pergunta preocupado e isso me faz suspirar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]
RomanceLIVRO COMPLETO DISPONÍVEL PELA AMAZON!!!! Um segundo pode mudar tudo. Pode ser o fim de uma vida, mas também a continuação de outra. Uriel e Dylan nunca se viram na vida, mas a ligação deles começa no mesmo instante em que Uriel recebe uma parte im...