Dylan Becker
Por que me incomoda ouvir sua fala? Por que me causa um aperto no peito constatar que ele não gosta de mim como todos falaram? E por que minha vontade e abraça-lo e dizer que estou ao seu lado? Merda! O que está acontecendo comigo?
- Então nós continuamos amigos? - Pergunto por fim a Uriel e por alguma razão há um incômodo em minha garganta ao perguntar isso.
- Sim, sempre. - Ele sorri em minha direção e sinto um aperto na boca do estômago, o que me faz desviar o olhar.
Voltamos ao mesmo silêncio de antes e tento não me incomodar demais, afinal de contas era isso que eu queria, não? Que fossemos apenas amigos e sem mais problemas como uma paixão. É, isso mesmo, eu não preciso lidar com esses sentimentos confusos que há dentro de mim desde aquele beijo.
- Filho, você está bem? - Ouço a voz do meu pai e ao levantar meu olhar, o vejo entrando no quarto em que estamos. Há preocupação em seu rosto e ele se abaixa em minha frente, checando cada mínimo lugar em mim, principalmente meu rosto que tem alguns hematomas. - Esses moleques são animais! Não acreditei quando sua tia me ligou. - Ele diz de forma séria e isso me faz rir um pouco.
- Eles estão pior, pai... Eu só não poderia deixar eles machucar Uriel. - Respondo e sinto raiva apenas por lembrar o hematoma enorme que está em seu abdômen.
Eu não me importo de levar alguns socos, até porque já briguei muito nesse colégio, mas Uriel não. Ele é aquele garoto frágil e também tem o fato de sua saúde ser algo delicado. É claro que nunca vou dizer a ele, mas quase morri do coração quando o vi desmaiando em minha frente após a briga. Ele estava rindo em deboche e de repente apagou de uma vez. E se não fosse eu ser rápido o suficiente, ele cairia igual jaca madura no chão.
- Está certo. Eu sou contra qualquer tipo de violência e já te avisei sobre isso, mas se tiver que se defender, defenda. - Meu pai diz olhando em meus olhos e deixa um beijo em minha testa após se levantar. - E você, querido... Está bem? Encontrei sua mãe na sala do diretor, amei ela, aliás.
- Mamãe é intensa às vezes. - Uriel diz com humor, mas para de rir quando parece sentir dor. - E sim, estou bem, Marcos... Obrigado por se preocupar.
- Imagina querido, você é da família. - Meu pai diz e noto um tom de humor em sua voz que me faz revirar os olhos.
- Ok, podemos ir? Eu vou ser suspenso? - Pergunto, me levantando da cadeira e preciso me segurar na beirada da cama, pois minha visão escurece por levantar rápido demais.
- Ei, calminha aí! - Ouço a repreensão por parte do meu pai e suas mãos me sustentam.
- Eu tô bem. - Falo, piscando algumas vezes para enxergar melhor.
- Ok e não, vocês não foram suspensos, só os três patetas. A câmera do corredor filmou eles entrando no banheiro quando Uriel estava sozinho e confirmou a versão de vocês. Além daquele próprio Eduardo, eu acho, ter dito coisas bem nojentas. Ele foi expulso e os outros dois estão suspensos por duas semanas. - Meu pai explica e isso me deixa satisfeito, mas não totalmente.
- Jonathan e Pedro também deveria ser. Eles são os piores! - Uriel diz com certa irritação e é a primeira vez que o vejo dessa forma, mas entendo.
- Sim, mas eles são alunos "influentes". - Meu pai diz com desgosto e isso deixa claro que eles não foram expulsos por serem ricos demais e seus pais ter alguma ligação com o colégio.
- Isso é totalmente injusto... Que mundo é esse em que o dinheiro vem antes do caráter? - Uriel pergunta indignado e isso me afeta um pouco, pois já fui um desses até pouco tempo atrás.
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Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]
RomanceLIVRO COMPLETO DISPONÍVEL PELA AMAZON!!!! Um segundo pode mudar tudo. Pode ser o fim de uma vida, mas também a continuação de outra. Uriel e Dylan nunca se viram na vida, mas a ligação deles começa no mesmo instante em que Uriel recebe uma parte im...