Capítulo Trinta e Um

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Uriel Castro

- Eu vou matar esse garoto! - Ouço a voz raivosa do meu pai e desvio os olhos de Dylan, me sentindo tão pequeno e idiota.

- Eu acho que vou embora. - Falo mais para mim mesmo e faço menção de descer a arquibancada, mas a mão de Beatriz em meu braço me impede.

- Para de ser bobo, Uriel, isso é tudo o que ela quer. - Minha amiga diz e eu sei que suas palavras são verdadeiras, mas eu me sinto tão envergonhado.

Assim que Celine beijou Dylan na frente de todos, pude sentir os olhares de algumas pessoas sobre mim, pois ainda ontem estávamos andando de mãos dadas juntos no parque e noventa porcento do colégio deveria estar naquele lugar.

- Eu só na... - Começo a falar, mas paro quando Beatriz tapa minha boca e me faz olhar novamente para o campo.

Me sinto confuso em ver Dylan andando apressado até à pequena cabine onde estão os comentaristas do jogo e logo depois sai de lá com um microfone em mãos. Assim como eu, todos olham para ele sem entender, até que ele pare bem próximo da grade que separa a torcida do campo e seus olhos se voltam para mim.

Me sinto um pouco mole com seu olhar em mim, mas me mantenho firme e sustento seu olhar, dizendo a mim mesmo que não vou chorar. Eu percebo que ele também está nervoso com essa situação e eu não o culpo, afinal só há uma culpada aqui, mas não posso esquecer a cena de minutos atrás... Foi humilhante.

- Primeiramente eu quero dizer uma coisa para a garota que me beijou aqui agora e acreditem, ela não é minha namorada e nem nada do tipo. - Dylan começa em um tom sério e seus olhos vão até Celine, que olha para ele com um sorriso cínico. - Você é bonita, deveria se valorizar mais e parar de atacar as pessoas. Você sabe que não gosto de você e não estou falando isso para te humilhar como você fez com Uriel ao me beijar, estou dizendo isso pro seu bem. - Ele diz, olhando fixamente para ela e Celine apenas revira os olhos, mas eu percebo que as palavras a atingiram de alguma forma.

E então seus olhos se voltam para mim e é como se eu pudesse desmaiar a qualquer momento, então agradeço pela mão de Beatriz segurando meu braço.

- Acho que a maioria aqui me conhece e sinceramente, não ligo para a opinião de vocês, só me importa uma e ela é a do garoto que está logo ali. - Ele diz e aponta em minha direção, o que faz absolutamente todas as cabeças no pequeno estádio se virar em minha direção e me sinto ficar vermelho igual a um pimentão.

- Sei que a cena de minutos atrás te magoou, mas você sabe que sou apaixonado apenas por você, Uriel. Demorei um pouco para entender meus sentimentos, mas agora que entendi, não vou te deixar ir. Então, primeiramente, pessoas eu sou urielsexual... Segundo, almofadinha mimado, você quer namorar comigo? - Dylan pergunta e eu juro que meu coração quase para.

O silêncio ao meu redor é ensurdecedor quando ele termina seu pequeno discurso e sinto meu coração quase sair do meu peito, de tanto que ele bate loucamente agora. Mas então eu abro o maior sorriso que eu consigo, pois eu realmente esperei e sonhei com esse momento.

- Sim! - Falo, alto o suficiente para que ele me ouça.

- Porra! Ele disse sim! - Dylan sorri e soca o ar.

E para minha maior surpresa, oitenta porcento das pessoas presentes começam a gritar e aplaudir, assim como alguns colegas de time de Dylan pulam em cima dele, felizes.

Me sinto um completo bobo apaixonado em meio a tudo isso e só acordo quando Bia me balança, praticamente me empurrando.

- Vai lá, menino... Tasca um beijo nele. - Ela diz rindo e então eu percebo que Dylan está vindo até nós.

Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora