Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]

Capítulo Trinta e Dois

Dylan Becker

Uriel me abraça de forma apertada e retribuo na mesma intensidade o seu gesto, sabendo que isso é importante não só para ele, mas para mim também. Me abrir para os pais dele foi algo um pouco difícil, mas depois que consegui falar, decidi que eles precisavam saber de tudo. Eu sei que não sou o exemplo de genro que um pai ou uma mãe espera, mas eu realmente gosto de Uriel e estou disposto a mudar tudo de errado que eu já fiz. Sei que o processo é longo, mas eu estou pronto, desde que meu pai, meus amigos e Uriel estejam comigo.

Me afasto do abraço segundos depois e deixo um beijo na testa do meu namorado. Cara, é tão estranho pensar nisso. Há semanas atrás eu via relacionamento sério como um fardo, mas hoje, quando tomei a decisão de pedi-lo em namoro, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Saber que ele é meu, deixa um sentimento bom em meu peito. Não algo de posse, pois não sou seu dono, mas traz um sentimento que me preenche de uma forma muito boa.

- Ele é perfeito, não é, papai? - Uriel questiona ao se afastar completamente e guia os olhos até o pai.

Observo Ricardo, que há momentos atrás me analisava como se pudesse ver minha alma e então ele dá de ombros.

- Não diria perfeito, mas é um rapaz com coragem e eu admiro isso. Então, seja bem-vindo a nossa família, Dylan. Mas, o que eu te disse ontem está valendo. - Ele avisa e eu sorrio, assentindo com a cabeça.

- Ok, vou me lembrar sempre... Obrigado! - Agradeco, me sentindo feliz.

É bom não ganhar nenhum olhar de julgamento vindos dos pais do meu namorado. Eles teriam todo o direito de me impedir de ficar com o filho deles, mas não, eles estão me dando sua bênção. Mesmo que Renata não diga isso com palavras, o sorriso doce dela em minha direção deixa isso muito bem claro.

- Ótimo, somos uma grande família agora... Já pode pensar em aceitar aquela proposta que eu te fiz, Ricardo. - Meu pai se manifesta, tendo um sorriso no rosto e fico um pouco confuso.

Ainda é estranho saber que meu sogro trabalha junto com meu pai e eu nunca soube disso. Na verdade, eu nem sei muito sobre o trabalho de advogado que meu pai desempenha, sempre me mantive afastado desse meio.

- Que proposta? - Renata pergunta e nesse momento nossas pizzas chegam à  nossa mesa.

Sinto minha boca salivar ao sentir o cheiro maravilhoso das pizzas e meu estômago também reclama pela fome. Não costumo comer antes de um jogo, apenas me mantenho hidratado, por isso estou morrendo de fome nesse momento.

- Qual você quer primeiro, bebezinho? - Uriel questiona com um toque de humor na voz e sei que ele está fazendo isso para me provocar.

- Você 'tá me testando, Uriel... - Aviso, mas ele dá de ombros, ainda sorrindo e coloca um pedaço da pizza com muito queijo em meu prato. - Obrigado, principezinho!

- Awnnn! Você se lembrou do primeiro apelido que me deu. Já disse que você é fofo, amor? - Ele pergunta com certo deboche na voz e aperta minhas bochechas, me fazendo rir.

Balanço minha cabeça em negação e volto a prestar atenção na conversa dos nossos pais, pegando o momento em que meu pai diz ter oferecido para Ricardo ser seu sócio na empresa de advocacia.

- Uau, isso é uma proposta e tanto... Por que não me contou, amor? - Minha sogra pergunta a Ricardo, que sorri um pouco sem graça.

- Porque eu não pensei aceitar, não tenho dinheiro para investir no momento. - Meu sogro responde e meu pai revira os olhos, o que me faz encher a boca de pizza para não rir.

- Pare de ser bobo, Ricardo, já disse que não estou interessado em seu dinheiro, mas sim no seu trabalho. Preciso de alguém para cuidar do novo escritório e você é perfeito para o cargo. - Meu pai responde de forma séria.