Bônus Seis - Camilo & Marcos

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Camilo Pontes

Reviro meus olhos ao escutar Matias praticamente berrando em meu ouvido ao jogar um maldito jogo no celular. Por que aqui tinha que ter Wi-Fi mesmo?

Tiro o endredom de cima de mim e me coloco sentado na cama. Passo as mãos por meus olhos, espantando o sono e saio da cama em seguida. O espertinho do Breno nem se encontra no quarto, estando muito bem escondido com Beatriz.

Pego meu moletom jogado em cima da mala e saio do quarto em seguida. Não se escuta muito barulho na casa, a não ser os gritos de Matias e uma TV ligada em algum cômodo. Desço às escadas e sigo até à cozinha. Acendo as luzes e fico alguns segundos no mesmo lugar, pensando no que fazer. Resolvo por um pouco de chocolate quente, então começo a separar os ingredientes. Pego também alguns pães secos e corto em fatias, para fazer torradas. E enquanto faço o chocolate quente, deixo os pães no forno.

- Com fome a essa hora? - Escuto a voz um pouco rouca atrás de mim e isso é o suficiente para que eu leve um baita susto.

- Aí! - Praticamente grito quando por desastre eu acabo pegando na borda da panela super quente. - Droga!

Desligo o fogo da panela e me afasto, indo até à pia. Abro a torneira e deixo a água gelada cair na palma da minha mão avermelhada.

- Merda! Tudo bem? Desculpa, não pensei que te assustaria. - Marcos diz e sinto suas mãos em meu quadril quando ele se coloca atrás de mim para checar minha mão.

Respiro fundo, mas isso não é realmente ao que seu cheiro se impregna em minhas narinas. Fecho meus olhos por um momento e peço forças ao criador, pois sou apenas um mero mortal para suportar a tortura.

- Não se preocupe, eu sou um desastre mesmo. Já disse que cozinha e eu não combinamos, mas eu insisto. - Respondo com um sorriso pequeno e desligo a torneira, fazendo a água parar de cair.

- Não temos fogo em nenhum lugar. - Marcos brinca ao se afastar de mim e solto uma risada.

- Mas temos minha mão queimada. - Ergo minha palma, que arde de uma forma louca, e faço um biquinho nos lábios.

- É, isso é realmente um problema. Vou procurar alguma pomada para queimaduras com Alfredo. - Ele diz e começa a se afastar de mim, não me dando tempo para dizer mais nada.

Balanço minha cabeça e sigo até o fogão, desligando o forno também, para não ocorrer mais acidentes. Vejo que meu chocolate quente até surgiu, apesar do meu pequeno acidente. Transfiro o líquido para duas canecas e pego minhas torradas no forno, vendo que estão com uma cara boa.

- Eu sou foda! - Comemoro comigo mesmo, me achando o máximo por ter feito algo certo na cozinha.

- Está se referindo ao seu banquete? - Ouço a voz de Marcos novamente, me fazendo pular no lugar.

- Porra! Dá para parar com isso? Eu vou morrer da próxima vez. - Falo com drama e me viro em sua direção, vendo ele rir.

- Desculpa, vou tentar me controlar. Mas você é muito assustado. - Ele respondo, ainda rindo.

Reviro meus olhos para ele, mas sigo até sua direção quando ele me chama com um aceno. Marcos me encosta contra o balcão e pega minha mão machucada, colocando uma boa quantidade de pomada para queimaduras nela.

É involuntário quando meu corpo se arrepia com seu toque e me sinto um bobo apaixonado por isso. Mas é exatamente isso que eu sou.

- Prontinho! - Ele diz, assim que termina sua tarefa.

Marcos guarda a pomada na pequena caixa com mais alguns utensílios médico e em seguida seus olhos se encontram com os meus, fazendo aquele friozinho na barriga surgir.

Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora