Capítulo Seis

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Uriel Castro

* Alguns dias depois... *

Abro meu notebook em cima do meu colo e me ajeito melhor na cama, para ter uma visão melhor da tela. Entro em meu Facebook e checo algumas notificações antes de ir até à barra de pesquisa. Meus dedos ficam alguns segundos suspensos em cima das teclas, até que tomo coragem e digito o nome de Dylan. E como carma, aparece somente umas duzentas pessoas com esse nome.

Solto um suspiro e começo a minha dura tarefa de ir filtrando minha pesquisa, até que encontro o perfil que estou procurando.

- Dylan Becker. - Sussurro, antes de clicar em sua foto e entrar no perfil.

Fico alguns minutos vendo as publicações em sua linha do tempo e percebo que já faz alguns meses que ele não publica absolutamente nada. Sendo sua última publicação uma foto com uma mulher bem parecida com ele, que não tenho dúvidas ser sua mãe. E não sei, mas ela me parece tão familiar... Só não consigo saber o porquê.

Leio com atenção o texto na foto e me sinto triste de repente. Eu sinceramente não sei o que faria se perdesse minha mãe ou meu pai, seria algo desolador para mim.

Respiro fundo e impeço o choro que quer vir à tona. Vou até as fotos mais antigas e fico um pouco impressionado em ver Dylan sorrindo junto com seu pai. São fotos de mais ou menos dois anos atrás e em todas elas os dois estão sorrindo... Seja jogando futebol, seja não fazendo nada, seja eles e sua mãe juntos. E é tão nítido o amor dele pelo pai, que eu acho impossível esse sentimento ter sumido apenas porque o pai dele é gay.

Não sei, mas algo me diz que ele não é esse homofobico que parece ser.

Fecho meu notebook e o deixo de lado, me deitando na cama. Fecho meus olhos e me sinto com preguiça do dia de hoje, sabendo que ainda tenho uma pilha de deveres do colégio para fazer.

- Uriel! Vem aqui! - A voz da minha mãe ecoa pela casa e isso me faz suspirar.

Me sento na cama e passo minha mão por meu rosto, calçando meus chinelos antes de me levantar e sair do quarto. Ando de forma lenta pelo corredor, até chegar na sala de estar e ter um pequeno susto ao ver Camilo e outro menino junto dele, que reconheço ser um dos meus colegas de classe.

O que está acontecendo aqui, Deus? Como eles sabem onde eu moro? Serão stalker's?

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto, apontando para Camilo, mas no mesmo segundo minha mão é abaixada por minha mãe.

- Isso é jeito de tratar as visitas, menino? Pratique a educação que eu te dei. - Ela ralha comigo e murcho um pouco.

- Desculpa! Só estou confuso. - Falo e levanto minhas mãos em rendição.

- Tudo bem, nós que estamos invadindo sua casa. - Camilo é quem fala e eu concordo com um aceno.

- Então né?! - Falo irônico e olho para minha mãe, que me lança um olhar nada agradável.

- Senta aí, vou buscar bolo e suco pra vocês. - Ela diz e sai em seguida.

Pelo que conheço, minha mãe deve estar querendo soltar fogos de artifício nesse momento, achando que acabei de fazer novos amigos.

- Ok, o que vocês querem? - Pergunto e olho para Camilo e se não me engano, Breno.

Camilo solta uma risada e junta as mãos em seu colo.

- Viemos te convidar pra ir na casa de Dylan com a gente. Marcos acha que fará bem ele ter companhia e distrair a mente. - Ele diz me olhando e eu solto uma risada.

Maktub | Livro 01 - Trilogia Destinos [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora