Acordei às seis, como de costume, fiquei por um tempo deitada e esperando a grande coragem que me impulsionaria a sair da cama. Não, não foi sempre assim. Antes, eu costumava acordar bem disposta e animada, mas todos têm seus tempos de preguiça - acredito eu -, e eu estava no meu.
Eu não era assim, isso é algo recente na minha vida - assim como minha solteirice. Sim, já é a segunda vez que cito isso, mas é porque é realmente importante. Eu amava - e amo ainda, infelizmente - minha noiva, quer dizer, ex-noiva. O que aconteceu? Eu fiz algo errado e ela encontrou outra garota. O que eu fiz de errado eu não sei. E isso não é caô. Eu ia vê-la sempre - ela mora em outra cidade -, sempre dizia que a amava, fazia surpresas, demonstrava sempre o quanto ela era importante, me esforcei e consegui comprar um apartamento em um novo prédio na cidade dela e mais outras mil coisas. E mesmo assim ela me deixou. É clichê, eu sei, mas foi o que aconteceu comigo.
Por isso, todos os dias eu me recuso a entrar na rotina. As pessoas acham que é bobagem, mas sinto um vazio ao ver que não vou ouvir a voz dela de manhã me desejando bom-dia, nem à noite me contando como foi seu dia e me desejando boa-noite e repetindo que me amava -coisa que se tornou escassa nos últimos tempos e eu achei que ela precisasse de espaço e não que estivesse com outra.
Não é todos os dias que eu começo com essas doces lamentações. É só que hoje estou me sentindo só, precisando sentir que não estou tão fora de órbita, mas parece que estou mesmo, e muito.
Finalmente consigo me levantar, tomo um banho quente, escovo os dentes e visto minha armadura de professora. Hoje não estou com fome, faço apenas um suco de laranja e vejo meus horários e planejamentos. E lá vou eu para mais um dia de aulas da matéria de sociologia para alunos universitários.
Não é que eu esteja reclamando da vida, é só que estou desanimada mesmo.
- Bom-dia, Senhorita Lauren! - deseja-me seu João, meu vizinho.
- Bom-dia, seu João - devolvo sorrindo e entro no carro.
O campus da faculdade fica do outro lado da cidade. Ligo o som do carro tocando qualquer coisa. Quando estou quase chegando começa a tocar "It Will Rain", do Bruno Mars. E adivinha? É uma das músicas favoritas dela. Tentei ignorar isso, já estava quase adentrando o campus. Mas, como tudo conspira para o bem, acabei prestando atenção bem na hora que Bruno cantava a frase da música que eu sempre cantava para ela. E é claro que isso me deu um puto mau humor durante grande parte do dia.
Por que eu simplesmente não mudei de música? Não sei. Não sei mesmo. Teria me poupado de um dia cinzento. Mas correu tudo bem na sala de aula e também fora dela. As pessoas tentam entender minha situação, apesar dela já estar perdendo a validade por já estar passando do tempo de eu superar tudo isso, como dizem algumas pessoas. O problema é: pra mim não é simples assim.
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Bittersweet Discoveries (Camren)
RandomEssa fic é uma adaptação, a original é de uma amiga minha, mas como amigos são lindos ela me deixou adaptar... Enfim, Sem mais delongas né. Tem dia mais preguiçoso que segunda-feira? E uma segunda-feira cheia de lembranças de um passado que você de...