Bittersweet Discoveries (Camren)

Bittersweet Discoveries

BOM EU NÃO IA ATUALIZAR HOJE, mais tem uma BICHA INSUPORTÁVEL VULGO RAFAELA ME ENCHENDO A PACIÊNCIA PRA POSTAR LOGO ENTÃO EU VO POSTAR... E se vc querida filha não comentar Vo entra em Hiatus até ver um comentário seu aqui :) a Mama te Ama <3

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Vejo a Camila entrar numa boate. Bem, não é bem uma boate. Por isso a sigo. Fico pensando nas possibilidades. Calma, Lauren, você pode estar equivocada - penso.

Me vem à cabeça a tal mensagem da Lucy. Ah, por favor né, ela só fez isso pra tentar me afastar da Camz . Pois na cabeça dela eu sou sua e blablablá. Presta atenção, Lauren - digo a mim mesma.

Vou seguindo os Lacinhos Pretos de longe. Isso não é invadir sua privacidade, é? Foi uma coincidência. Ela sabe dessas coincidências que nos cercam.

De repente, ela some.

Sinto-me desconfortável. Aqui não é bem uma boate, é uma casa de strip-tease e, bem, umas coisas mais. Fica meio disfarçada. Eu nem saberia o que é, mas nos meus tempos de fossa quase acabei deixando que me trouxessem aqui, mas ao chegar à porta vi que não iria ajudar. Acabar com meu fígado tinha de ser o suficiente.

Não fico perto do palco. Só quero saber o que a Camila quer aqui e dar o fora. Não curto esse tipo de coisa. Que tipo de otária eu sou? Mas, porra, eu "tenho" uma mulher e tanto, pra quê isso logo agora? Não faz sentido. E é justamente por causa dessa mulher que estou aqui. Isso soa irônico.

Acomodo-me mais atrás, num lugar que me dê uma vista panorâmica e não apenas do palco, como a maioria está fazendo.

Cadê a Camila?

Passam-se mais de dez minutos e estou quase desistindo quando tenho uma surpresa. Nada agradável, mas ainda assim uma surpresa.

Uma Baixinha sobe ao palco. Olhos Castanhos. Lacinhos na cabeça. Corpo bonito. Pele perfeita. Não fosse nossa relação sem nome, não saberia que é ela. É a Camila. A Camila. Ali. Em cima do palco. E eu aqui no meio desse tanto de homens, e até mesmo mulheres, que estão despindo ela com os olhos. A Camila. A minha Camila.

O mundo quase some, mas dessa vez a realidade é tão amarga que insiste em se grudar nos meus olhos, ouvidos, sentimentos. Em tudo que achar pela frente. Engulo em seco. Pisco com força, querendo acordar. Tem que ser mentira. A minha Camila não. Não pode ser. Ela é um anjo. Um anjo ferido, mas um anjo.

Fico totalmente estática. Começa a me subir um sentimento ruim à cabeça. Uma falta de controle emocional. Não pode ser.

Ela se move de modo sensual enquanto uma música sugestiva enche o ambiente. Passa as mãos pelo corpo, delineia suas curvas, cria imagens maliciosas na cabeça de quem vê. Seu corpo parece totalmente acostumado àquilo. Não há vergonha em seus movimentos ou caras e bocas. Não há nada, pra falar a verdade. Mas em mim há um furacão de sentimentos.

Dois minutos depois, me encaminho até uma recepção, ou pelo menos é o que parece ser. E digo:

- Eu quero essa Garota aí - aponto o palco com a cabeça.

- Duzentos reais adiantados - o cara me diz na maior indiferença. Parece que estou barganhando um objeto qualquer. Isso me causa repulsa.

Esperava que ele me dissesse que ela não faz isso. Seria mais fácil.

Por uma incrível arte do destino, hoje estou com um dinheiro de pagar algumas contas. Apenas tiro o dinheiro de dentro da carteira.

- Quarto seis. Daqui a alguns minutos ela estará lá.

Apenas olho para o cara como se ele estivesse me dizendo que aquilo é mentira. Por fim, consigo acenar positivamente para ele.

Fico um pouco perdido no lugar, mas tem pessoas que me ajudam a me situar. O caminho para o quarto parece ter quilômetros. O tempo parece ter virado uma coisa gelatinosa que se mexe preguiçosamente quando tocada. Minha cabeça provavelmente vai explodir a qualquer instante.

Hoje, sim, eu fico louca. Que situação. Lembro-me de novo da mensagem da Lucy. Como ela pôde descobrir isso?

Respiro fundo repetidas vezes. Não é o suficiente para me acalmar. Algo dentro de mim dói copiosamente. Parece que alguém está afiando facas dentro de mim, mas ao mesmo tempo parece que estou irremediavelmente vazia. E, ainda assim, me doendo como nunca antes.

Parece que a qualquer momento vou me desmanchar numa torrente de lágrimas. E nem sei ao certo por quê. Eu a conheço há... o quê? Um mês?

Deus, qual teu problema comigo, cara?

Começo a pensar que provavelmente não mereço tudo aquilo que plantei. E nem sei o por quê disso. Só pode ser karma. Talvez de outra vida - e eu nem acredito em encarnação e reencarnação.

Essa é a hora que eu acordo, porra! Essa é a hora que eu fico atordoada no meu quarto e depois sorrio de tamanha besteira!

Mas não. Não. Sou eu. A pessoa mais azarada do mundo.

De repente a porta se abre e a pequena entra com aquele sorriso deslumbrante. Estou de costas para a porta, meio escondida por uma parede de gesso que fica entre a porta e o restante. Como sei que ela está sorrindo? Há um espelho num canto que me dá total visão de quem entra.

- Olá - diz ela numa animação genérica, creio eu.

Permaneço em silêncio. Minha respiração passa a pesar mais e mais. Vejo que ela começa a se mover e abaixo a cabeça, impedindo-a de ver meu rosto.

Ouço seus passos. Ela para segundos depois. Ouço-a subir na cama e se arrastar até mim. Passa as mãos pelas minhas costas. Isso me causa repulsa e meu corpo todo se estremece.

Não aguento mais. Não dá mais.

- Olá - me viro para ela e dou-lhe um sorriso amargo.