Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes. Ciúmes.
Meu subconsciente alerta. E aqui estou eu com os tais blablablás. Só falta o amor - creio eu.
Encaro a Lauren. Sim, aquela que ficou me esperando por horas na frente do meu prédio sem ao menos saber meu nome, que vai todos os dias até o maldito pub, que não me mandou ir andar - mesmo depois das minhas evasivas incansáveis. Sinto uma tristeza. Perdendo o que nunca tive. Perdendo por ser covarde, em parte. Perdendo.
- Uau - é tudo que consigo dizer. Na verdade, expressa bem tudo que não posso dizer.
Uau. Em menos de um mês eu achei e perdi - vou perder - uma garota bacana. Respiro fundo. Quero chorar. Não posso.
- Uau? Mais que isso - ela está indignada? Com o quê?
Olho para ela, confusa. E ela se põe a me contar como Lucy acabou com ela e ainda colocou essa cereja no bolo. Ela não merecia, penso. Preciso me afastar.
- Eu... - me olha com atenção, meio culpada - Eu preciso ir... ir pra casa.
- Você pode dormir aí - prevê minha desculpa.
- Nem é isso - pensa, pensa, pensa. - Preciso lavar umas roupas - digo tudo duma vez, tão rápido como se as palavras fossem fugir caso não as falasse sem respirar.
- Tudo bem - sorri, e eu me sinto pior. - Eu te levo.
- Não precisa - recuso rápido demais e ela estranha.
- Tem certeza? - aceno que sim. - Não seria incômodo nenhum - insiste.
- Está tudo bem - minto. - Outro dia você me leva em casa - minto mais descaradamente.
- Se você prefere assim.
Saio de sua casa e ando meio às cegas - mesmo sendo umas oito ou nove da manhã -, simplesmente vagando até chegar à orla.
Paro próximo à amurada que separa a praia da calçada em alguns trechos. O vento matinal se lança contra meu corpo e eu me encosto na amurada. Sinto um rastro morno sendo feito pelo meu rosto, mas não me importo. O cheiro salgado do mar se impregna nas minhas narinas, mas também não tem importância.
Isso foi longe demais. Me deixei levar demais. Sabia que não podia. Por que não tomei as rédeas da situação? Essa impossibilidade me mata lentamente.
Começo a pensar que talvez eu não devesse ser feliz. Primeiro meus pais. Minha vida. Meus sonhos. Agora a Lauren.
Apesar da sua ex-noiva ter feito o que fez, isso não faz com que eu seja menos ruim do que sou. Não quer dizer que eu não posso fazer menos estrago do que de fato posso. Não quer dizer que eu a mereça mais que era. Talvez diga exatamente o contrário.
Meu coração pesa toneladas. Apenas sinto as lágrimas banharem meu rosto e o vento bagunçar meus cabelos. Meus pensamentos se embaralham e eu já nem sei mais o que se passa na minha cabeça.
Em algum momento caio no chão e coloco minha cabeça contra a amurada. Totalmente sozinha no mundo. Começo a soluçar. Meus olhos estão inchados. Nem sei há quanto tempo saí da casa da Lauren.
Olho pro meu celular que marca 10:27. Penso em ligar pra Dinah, mas desisto logo em seguida. Preciso dormir.
Pego um táxi e vou pra casa.
-
Corredores escuros se fecham em volta de mim. O ar é denso, ruim de respirar e frio. Giro meu corpo e não consigo distinguir um palmo a frente do meu nariz. Sinto-me desesperar. Quero gritar por socorro, mas minha consciência faz com que minha boca fique fechada, alertando-me sobre algo que não consigo lembrar.
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Bittersweet Discoveries (Camren)
AléatoireEssa fic é uma adaptação, a original é de uma amiga minha, mas como amigos são lindos ela me deixou adaptar... Enfim, Sem mais delongas né. Tem dia mais preguiçoso que segunda-feira? E uma segunda-feira cheia de lembranças de um passado que você de...