- Eu definitivamente não acredito! – Star fala novamente e encaro Loren suspirar e revirar os olhos – Não é possível que seja verdade.
- Star, só aceita e para de ficar remoendo isso – Lori diz por nós enquanto caminhamos até a sala.
- Tá brincando comigo? – Star para no corredor para encarar a morena ao seu lado – Vocês, mais que ninguém, sabem o quanto é difícil pra mim.
- É, mas é o que temos por enquanto – Loren revira os olhos e pega no braço da ruiva para podermos voltar a andar.
- É tão injusto – Consigo ver a cara de choro da ruiva pelo canto de olho – Meus pais nem conversam comigo, mas me obrigam a vir até aqui – Agora sua voz sai num sussurro melancólico – Se eu pelo menos conseguisse minhas notas sem precisar dar meu rim, igual vocês.
Star é tão incrível e inteligente, mas a relação com seus pais a faz enxergar as coisas de forma totalmente distorcida. Entre nós três, a ruiva é a mais dedicada e estudiosa e certamente a que tem o futuro decidido, felizmente por ela mesma.
- Stacy – Minha voz sai repreensora – Você é inteligente e sabe muito bem que não precisava fazer tudo o que faz para conseguir as notas que tem.
- Aham – A ruiva desdenha – Olha só – Ela começa a falar, mas não continua, ergue a coluna e abre o sorriso bonito que tem – Quem é? – Aponta com a cabeça para o final do corredor e me recuso a olhar, encaro-a com escárnio no tom, ela é louca.
- O homem do destino da Amy – Loren diz sem muito interesse e observo Stacy murchar novamente.
- Ah – Seu desanimo me irrita.
- Chega de drama! – Loren diz por mim e observo os olhos castanhos de David me avaliando de longe com um sorriso bonito no rosto – Vamos falar sobre um assunto importante – Lori começa, chamando nossa atenção, enfim sentamos nos lugares que há 3 meses não víamos – O que vamos fazer no nosso aniversário?
Eu e minhas amigas fazemos aniversários em dias consecutivos e desde que nos conhecemos, há 3 anos, fazemos uma festa enorme para comemorar.
- O que fazemos todo ano – Dou a sugestão e recebo o olhar de reprovação de ambas.
- Já cansei só em pensar nas coisas que temos que organizar – Loren deita na mesa a sua frente com preguiça e Stacy concorda, fazendo o mesmo que a morena.
- Então vamos fazer o que?
- A gente pode viajar – A ruiva senta animada na cadeira, novamente – Vai ser legal, só nós três.
- Ata – A risada de Lori é engraçada – Minha mãe já até deixou já.
- A gente conversa com eles direitinho depois – Stacy se ajeita na cadeira atenta a tudo, assim que o professor de álgebra adentra a sala.
- Não está com suas amigas por que? – David pergunta ao sentar ao meu lado da bancada – Posso sentar aqui, certo?
- Certo – Encaro meu fichário cheio de botons – Não fazemos todas as aulas juntas – E respondo à pergunta dele.
- Entendo – O garoto coça a cabeça e morde o lábio – Vocês são bem famosas por aqui – Minha careta de dúvida fica evidente em meu rosto e ele percebe – Estou falando sério, não sabia?
- Não – Apoio meu cotovelo na bancada e meu rosto em minha mão fechada, num punho, e encaro o menino bonito – O que escutou?
- Muitas coisas – Ele sorri animado e encara meus olhos atentos, o amendoado de seus olhos quase perfuram o azul dos meus – A maioria sobre a aparência de vocês – Faço careta e balanço a cabeça.
- Acho que não quero saber disso não, obrigada.
- Não são coisas ruins – Ele se apressa – Na verdade, só coisas boas e verdadeiras.
- Bom – Passo a língua pelos meus lábios e encaro o seu sorriso extremamente bonito – Sendo assim, obrigada.
- De nada – Seus olhos se estreitam e arqueio a sobrancelha.
- Algo de errado? – Passo a mão pelo meu rosto. Será que deixei entornar pasta de dente?
- Definitivamente não – Ele tira minha mão de meu rosto – Não tem nada errado – Ele sorri novamente, hipnotizando-me aos pouquinhos, e consigo percebe-lo encarando cada detalhe de meu rosto, a queimação estranhamente boa vem em seguida.
- Então para de me olhar – Puxo minha mão, para longe dele – Assim – Completo – Para de me olhar assim, por favor.
- Desculpa, gosto de admirar quando acho algo bonito – A cantada é clichê, mas receio não ser uma cantada – Uma hora eu paro – Ele encara o quadro e a professora de química entrando no laboratório, mas logo volta a me olhar – Ou não – Seu sussurro é baixo, mas audível o suficiente.
- Por favor guardem os celulares lá trás e vamos começar, tudo bem? – Senti saudade da senhora Firmann.
- Ele falou isso mesmo? – Stacy pergunta, já no intervalo, animada demais – Com essas palavras?
- Foi – Reviro os olhos para a animação de minhas amigas – Agora chega desse assunto, tudo bem?
- Que assunto? – Jack chega com Brad e David ao seu lado e se senta na nossa mesa.
- Nada – A voz de Stacy se afina e o moreno sabe que o assunto está entre nós, observo seu sorriso travesso e seu olhar correr todos nós na mesa.
Jackson é irmão de Loren e como os dois são próximos, é óbvio que nos aproximaríamos também. O detalhe importante é que Jack é imaturo e gosta de brincar demais, ainda não sei se ele conhece os limites, mas tenho quase certeza que não. Outro detalhe é que o desgraçado conhece a gente bem o suficiente, ele sabe nos ler e é como se pudesse ler nossos pensamentos.
Queria poder odiá-lo, mas não consigo.
- Nada, sei – Ele ri nasalado e para seu olhar em mim – Então, Amy – Seu sorriso travesso continua no rosto e o deboche de Brad é palpável – Já conheceu o David aqui?
- Sim – Bebo do meu suco e tento forçar uma expressão de desinteresse, mas falho pateticamente – E aí, David – Cumprimento o garoto, que sorri lindamente para mim.
- Ela não sabe disfarçar – Escuto o cochicho das meninas ao meu lado, nem um pouco discretas.
- Não sabe disfarçar o que? – Brad pergunta e morde o lábio, ele está se divertindo com a nossa tensão, talvez só a minha tensão.
- Sou eu? Querem que eu saia? – David tenta preencher o silêncio, ao mesmo tempo confuso, ao mesmo tempo sabe tudo – Eu não me importo de procurar outra mesa.
- Que isso, cara! – Jack é o primeiro, passa o braço pelo ombro largo do garoto e sorri para mim, ele já entendeu tudo – Não é você não, né Amy.
- Uhum – Termino meu suco e jogo a caixinha de onde estou até a lata de lixo, mais ao canto.
- Boa pontaria – David sorri e eu encaro seus olhos, sorrindo também.
- Obrigada – Observo a tentativa falha das meninas de tentarem não rir e reprimo o grunhido – Bom, preciso resolver algumas coisas com a bibliotecária – Digo e já levanto, brutalmente, sinto muitos olhares sob mim agora, mesmo sabendo que todos estão focados em suas próprias vidas.
- Ela sempre vai lá, quando quer fugir de alguma situação que não gosta – Stacy explica para quem fica e isso me faz revirar os olhos, levemente irritada.

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Para Sempre Sua, Amy
Fiksi Remaja"- Não vai ser fácil - Consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e meu nariz começa a arder - Não vai ser fácil mesmo. - Eu não te obriguei a me amar, Amy - Seus olhos me avaliam com cuidado, ele sempre faz isso, sempre faz eu me sentir a...