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- E a corrida? – Minha voz sai alterada, carregada de desejo e tesão.

- A gente vai chegar a tempo – Cohen deixa um beijo no meu pescoço antes.

- Certeza?

- Não vão começar sem a gente – Cohen me encara sério – Se não quiser fazer nada só falar.

- Eu quero – Minha mão adentra seus fios quase cacheados e puxo sua nuca para mim, beijo-o com desejo de novo.

Cohen volta a deitar por cima de mim, a música deixa o clima no quarto mais sensual, sou ajeitada melhor na cama do garoto e minha blusa sai do meu corpo de forma rápida. As enormes mãos de Cohen passeiam pela minha coxa, minha bunda, minha cintura, meu seio coberto pelo sutiã, meu pescoço e para ao adentrar meus fios. Ele controla o movimento da minha cabeça durante o novo beijo, sua mão livre segura minha cintura com firmeza, sua língua comanda em minha boca e uma sensação de submissão percorre meu corpo.

Cohen chupa minha língua, morde meu lábio e meu queixo, beija meu pescoço, tira meu sutiã e chupa meus seios que estão mais que sensíveis, é impossível não arfar com a sucção. Minha calça só não sai tão fácil do meu corpo, por estar apertada demais, sinto sua mão mapear cada detalhe meu, minha barriga borbulha ao senti-lo acariciar minha intimidade. Cohen sabe o que fazer, o que falar, onde tocar, onde beijar, sabe enlouquecer, faz tempo desde que eu transei pela última vez. Cohen sabe ser inesquecível, percebo.


- Agora sim estamos atrasados – O garoto termina de colocar a roupa, seu cabelo ainda está molhado, o meu não está diferente.

- E a culpa é de quem?

- Minha que não é – Reviro os olhos.

- A gente se vê na pista – Ele acena para mim e eu saio de seu quarto, direciono-me apressada até meu carro e sigo para a pista onde correremos.

Preciso respirar fundo duas vezes antes de adentrar o local, ver Ash não fez bem para mim, ela não é uma boa pessoa. Encaro a décima mensagem de Star e a quinta de Char, meu celular começa a tocar, mas a chamada é encerrada, por eu já estar na pista, Stacy guarda o celular no bolso. A morena entra em seu carro e Ash também, precisamos esperar só mais alguns minutos até Cohen entrar na pista também, ele se posiciona no lugar e os amigos saem do carro.

Os motores começam a roncar e observo meu braço se arrepiar. Se eu morrer, quero reencarnar como um carro, eu tenho alma de carro.

- Prontos? – A mesma garota da última corrida pergunta, ajeito-me no banco e direciono minha atenção no que está prestes a acontecer, encaro Ash e seu sorriso maléfico, antes de assentir para a garota que estou pronta – Vão!

Piso no acelerador sem rodeio, como estamos na pista, não precisamos de passar por pontos obrigatórios, apenas precisamos passar pelo ponto de partida 3 vezes, a quarta vez é a final, quem chegar primeiro, ganha. No início, todos nós estamos igualados, mas na primeira curva a diferença começou a surgir, Char está correndo como uma louca a minha frente, Ash está ao meu lado, um pouco a minha frente e Cohen do meu outro lado, se os dois se juntassem poderiam me esmagar.

Char ficou em primeiro lugar, como era de se esperar e eu, Ash e Cohen empatamos, por mim poderíamos apenas ir para casa e aceitar o empate, mas Ash exigiu outra corrida e Cohen foi na dela. Eu não tive outra opção. Depois de abastecerem todos os três carros, posicionamo-nos novamente no ponto de partida, minha animação foi embora. Eu vou perder essa corrida.

- Está pronta? – A mulher de cabelo roxo pergunta para Ash, logo em seguida para Cohen e depois para mim, assinto – Vão!

Demorei para pisar no acelerador, e todo mundo percebeu que foi de proposito, mas não ligo. Mantenho uma velocidade boa e aproveito o tempo com meu carro, a potência dele é incrível, o ronco do motor me deixa arrepiada, ele é tão confortável, tão macio, passo pela segunda vez na linha de chegada e acelero um pouco mais, apesar de não querer ganhar, não quero chegar tão atrás assim.

- Você desistiu – Ash grita saindo do carro, franzo o cenho e deixo meu querido carro para encarar a loira face a face – Não é assim que se corre.

- Ao meu ver, ela correu sim – Charity fica ao meu lado, Ash encara a morena com fogo nos olhos e encara Cohen mais à frente.

- O que tu achou, senhor arrogante? – A loira pergunta para o garoto que venceu a corrida, ele encara a menina com uma cara engraçada de confuso.

- Achei sobre o que?

- Sobre a corrida, você acha que Amylind correu direito?

- Não, se ela tivesse corrido direito teria ganhado – A loira ergue a sobrancelha, sustenta seu corpo apenas com a perna direita e coloca as mãos na cintura, ela sempre faz isso quando se sente ameaçada ou desafiada – Mas isso foi escolha dela, não é da minha conta.

- Todo mundo do seu lado, então? – Ash chega perto o suficiente para sentir sua respiração em meu rosto – Você acha que eles vão continuar te amando assim quando descobrirem o que você fazia? – Seu sussurro carrega as ameaças que por muito tempo tive medo, ainda tenho.

- Você está na minha cidade, Ash, eles sabem tudo que precisam saber – Meu sussurro é tão ameaçador quanto o dela – Todo mundo aqui tem alguma coisa para esconder, quer contar as minhas coisas? Sinta-se à vontade, mas isso não vai tirar a culpa das suas costas.

Eu sei que ela quer brigar, quer testar meus limites, fazer eu voltar a ser o que costumava ser quando estava do seu lado, o monstro que ela criou e manipulou, mas eu não sou mais assim. Encaro as pessoas a volta, todo mundo prestando atenção na gente, tentando entender nosso mistério, Lori e Star me encaram e o olhar delas me faz desistir do que pretendia fazer. Deixo Ash falando sozinha e adentro meu carro, preciso sair daqui.

Eu sempre quis esquecer o meu passado, sempre tive medo da minha antiga eu voltar, passei a me policiar para não agir como costumava agir, parei de acreditar nas coisas que acreditava por isso, como o amor. Eu acreditava que amava Ash, ela era como minha alma gêmea, eu não poderia estar mais errada. Estou errada em tentar esquecer, estou errada ao agir como um robô, usando a desculpa de não voltar a ser como era.

Se eu voltar a ser como era, é porque não mudei, estou apenas atuando, preciso lembrar e evoluir com as memórias, jogá-las no lixo vão me deixar sem experiências para ter como base. A melhor forma de superar as coisas é me alimentar das lembranças, mesmo com medo. Como não encontro a chave da garagem, estaciono na rua em frente minha casa e saio do carro, eu não percebi que estava sendo seguida. O carro de Ash para atrás do meu, quase batendo no meu bebê, a loira sai enfurecida do veículo e vem como um touro em minha direção.

Para Sempre Sua, AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora