- Me deu nos nervos! – Meu tom sai alto, David me encara – Ele só pode ser do século passado.
- O que ele disse? – David me encara atento e curioso.
- Coisas que mulher nenhuma gostaria de escutar – Limito e observo o garoto fazer um leve carinho em minha coxa.
- Tipo o que?
- Tipo que mulher serve pra cuidar da casa e das crianças, ele nem sabe se eu quero ser mãe e vem com essa – Suspiro fundo e encaro o garoto do meu lado.
- E não tá certo não? – Consigo sentir seu tom irônico.
- Vai brincando vai – Rendo-me a sorrir ao ver seu sorriso.
- Quer que eu te leve pra casa?
- Não, estou de carro e vou levar minhas amigas.
- Então por que estamos no meu carro? – Ele encara o volante e olha para mim em seguida.
- Porque precisava de um lugar tranquilo pra ficar.
- Pra ficar comigo? – Observo a transformação de seu rosto, seu sorriso se alastra ainda mais, mas agora com pitadas de safadezas.
- Não necessariamente contigo – Observo seus lábios – Só queria sair de lá com alguém, para ele não ir atrás – Volto a encarar seus olhos – Mas já que estou aqui.
Inclino-me até chegar perto dele, minha mão encontra sua nuca e meus dedos alguns de seus fios, a outra se apoia no banco para me manter equilibrada, nossos lábios se tocam. O beijo é calmo, sereno, apenas para reconhecermos o ambiente, uma mão sua adentra meus fios e controla meus movimentos, a outra se apossa da minha cintura. Ficamos nessa até o ar fazer falta, nos separamos por milésimos de centímetro, encaro sua boca agora vermelha e seus olhos amendoados, sou puxada para o seu colo.
- Você é linda, sabia? – David sussurra tirando algumas mechas do meu rosto, é difícil esconder o sorriso – Muito linda – Seu dedão percorre meu rosto.
Nossos lábios voltam a se tocar, dançando elegantemente, sua mão que antes percorria meu rosto, desce até meu pescoço, ele espalma sua mão em meu peito, alisando-o devagar, descobre minha barriga e cintura, deixa um leve aperto em minha bunda, desliza pela minha coxa e repousa um pouco abaixo do meu quadril, dentro da saia. Arfo sem querer em sua boca. Sou puxada para mais perto dele, meu seio é esmagado pelo seu peitoral, e eu sento em sua ereção.
Eu quero mais, mais contato, mais prazer, mais dele, e no momento que estou prestes a tirar sua blusa, batem no vidro do carro.
- Irrú! – Alguns garotos do time gritam do lado de fora, sou obrigada e revirar os olhos, apoio minha testa no ombro de David que ri, enquanto acaricia minha bunda.
- Depois perguntam porque chamo os meninos do time de idiotas – Reclamo e volto para o banco do passageiro, David apoia a cabeça no encosto do seu assento e me encara.
Sua boca levemente aberta, seu peito descendo e subindo lentamente, sua calça marcada e sua mão arrumando o cabelo de forma lenta, seus movimentos é um deleite. Ele arruma a cueca por cima da calça jeans e tento não rir, ele não é o único excitado e frustrado nesse carro, afinal.
- Bom – Ele suspira fundo ao falar – A gente se beijou duas vezes hoje, isso é constante, né? – Minha risada sai alta.
- Cala a boca – Puxo-o pela nuca e retomo o beijo sorrindo.
O final de semana foi divertido e familiar, papai decidiu passar alguns dias com a gente, fazia tempo que não passávamos tanto tempo juntos assim, a segunda foi como todas as outras, com a diferença de que todo intervalo de aula David me sequestrava e passávamos um tempinho juntos no último corredor da biblioteca. Star parece abatida ainda e Jackson não está diferente, tem a ver com a carta que Loren entregou para Stacy outro dia, eu daria tudo para saber o que tinha naquele papel. Loren parece iluminada, fico feliz por ela estar feliz.
- Está prestando atenção? – David sussurra ao meu lado, encaro seu rosto que está perto do meu.
- Sim – Sussurro de volta.
- Que bom, porque você vai me explicar depois, tá bom? – Ele sorri e eu assinto, voltando a prestar atenção na professora de química.
A aula passou rápido, tudo que é bom dura pouco, química definitivamente é minha matéria preferida, química orgânica pelo menos. Junto minhas coisas na mesma velocidade que David. Star e Loren já me esperam na porta, sempre que fazemos a aula antes do intervalo separadas uma espera a outra para podermos irmos juntas até a cantina.
- Preciso ir encontrar o treinador – O moreno na minha frente fala – Ele disse que tem um assunto importante pra falar com a gente.
- Vai lá – Assinto com a cabeça, retribuo o rápido beijo que ele deixa na minha boca e seguimos caminhos diferentes ao chegarmos no corredor.
- Vocês estão juntos então? – Star pergunta sorrindo, não é o mesmo sorriso de antes.
- Sei lá – Faço careta – A gente se beija.
- E conversam bastante e compartilham tudo que acontece na vida de vocês, estão andando muito juntos, falta só conhecer os pais um do outro e andar de mãos dadas – A ruiva diz, subo meu ombro e minhas amigas riem sem muito humor.
- Eles não vão vir – Aviso as meninas que parecem procurar os meninos – Treinador queria falar alguma coisa com o time.
- Entendi – Elas concordaram e sentamos na nossa habitual mesa, o assunto fluiu fácil, é sempre assim com elas, não preciso quebrar cabeça para arrumar assunto, não é desgastante, não consigo imaginar minha vida sem essas duas, definitivamente.
- Estão sabendo? – Mellory invade nossa mesa, ela encara a morena – Acho que nem você está sabendo disso.
- Porque eu saberia disso?
- Porque é sobre seu irmão.
- O que ele fez dessa vez?
- Saiu do time, o menino novo é o novo Quarteback – Minha boca se abre chocada, encaro a ruiva que apenas encara o chão e a morena encara a pequena a nossa frente sem reação – Pois é, ele nem deu um motivo relevante.
- Ele não me disse nada, falou algo com vocês?
- Comigo não.
- Comigo também não – Star parece ainda mais triste, minha preocupação aumenta.
- E fica esperta, escutei as líderes de torcida agora pouco, algumas já estão de olho em David – Mellory fala para mim, reviro os olhos.
- Eu to tranquila.
- Aham – A garota sorri – Bom, era só isso mesmo, tchau.
Mellory saiu tão rápido quanto chegou, o silêncio invadiu nossa mesa, Jackson amava o time, amava jogar, amava a atenção que recebia, amava liderar, não faz sentido nenhum ele ter saído do nada, sem mais nem menos. Star coça a nuca e encara a unha que fez no dia anterior, ela sabe de alguma coisa, os dois estão escondendo algo, eu só queria ajudar.
O intervalo demorou para acabar, nos separamos de forma natural, cada uma afogando em seus pensamentos, adentrei a sala em tempo recorde, tomo meu lugar e arrumo minha mesa à espera do professor. Não gostei dessa nova sensação.

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Para Sempre Sua, Amy
Teen Fiction"- Não vai ser fácil - Consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e meu nariz começa a arder - Não vai ser fácil mesmo. - Eu não te obriguei a me amar, Amy - Seus olhos me avaliam com cuidado, ele sempre faz isso, sempre faz eu me sentir a...