Meu coração está acelerado e eu sinto que vou enfartar a qualquer momento, pelo menos estou perto de alguém, assim não vão demorar para chamar a ambulância. Mas se David estiver muito puto comigo ainda, provável que ele me deixa morrer, será? Agora estou com medo e meus batimentos apenas aumentam a velocidade. Meu Deus, não me deixa morrer agora, tudo bem? Eu sei que já fiz muita merda, mas eu ainda sou muito nova para morrer, olha quanta coisa boa eu vou poder fazer pelo mundo quando me formar.
- Amy! – Encaro o garoto que agora está em pé a minha frente de novo, eu acho que dei uma voada boa aqui agora.
- Hãm? Oi.
- Você não pode fazer isso – Encaro seus olhos e a vontade de chorar me atinge, ele coloca alguns fios do meu cabelo para trás da minha orelha e hidrata os lábios – Você não pode jogar na minha cara que não confia em mim, que não me conhece de verdade, sendo que você foi a primeira pessoa em anos com quem eu me abri de verdade, não pode me acusar de traição sem ter provas e fatos de verdade, não pode fingir que eu não existo por uma semana, como se nós não fossemos importantes e chegar aqui dizendo que me ama.
- Eu sei – Minha voz sai falha, eu não queria isso.
- Não! – Eu assustei com seu tom alto – Você não sabe, você não tem a mínima ideia de como sobreviver num relacionamento, eu percebi, mas mesmo assim não me importei, eu não importei porque eu gosto de você, só queria ficar com você, talvez até te ensinar o que é estar num relacionamento. Mas você não quis aprender.
- Eu tentei – Sua risada é sarcástica.
- Você está apenas se enganando, Amy – Sinto sua mão mapeando meu rosto – Você não tentou, apenas aproveitou da calmaria, daí quando as coisas ficaram levemente estranhas, você desistiu, fugiu, igual você fez com aquela menina.
- Que menina? – Pergunto, mesmo sabendo a resposta.
- Rachel.
- O que você sabe sobre ela?
- Tudo – Por um momento eu esqueci que Ash é prima de David, encaro meus pés – Quando você finalmente viu que as coisas ficaram estranhas, quando você percebeu a merda que tinha feito junto com a minha prima, qual foi sua primeira decisão? Vir pra cá, levou anos para você ir falar com a Rachel e a mãe dela, Amy. E vai ser sempre assim, você primeiro vai fugir, antes de resolver mesmo e em algum momento, não vai ter ninguém para te esperar.
- Eu disse que estava sensível, David – Ele não está errado e eu preciso ouvir isso, mas não pensei que ia ouvir justo agora que resolvi pedir perdão para ele, sou envolvida em seus braços.
- Eu sei, desculpa por isso, mas é que eu não vou aguentar se isso acontecer de novo no futuro, Amy.
- Então estou perdoada? – Apoio meu queixo em seu peitoral e encaro o amendoado de seus olhos, seu sorriso aparece, mas logo some.
- Se eu não precisar passar por isso de novo – Sou obrigada a rir. Rir para não chorar, rir de desespero, rir de nervoso.
- Não vai.
- Mesmo? – Assinto e me aperto em seu abraço um pouco mais, suspiro fundo – Não vai ser fácil – Digo em voz alta, mas para mim mesma, consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e meu nariz começa a arder– Não vai ser fácil mesmo.
- Eu não te obriguei a me amar, Amy – Seus olhos me avaliam com cuidado, ele sempre faz isso, sempre faz eu me sentir assim, alguém especial que merece toda a atenção do mundo – Mas não vou dizer que não fico feliz com isso, porque eu fico feliz pra caralho – Seu sorriso fode com meu psicológico desde o primeiro dia que o vi.
- Você pode me beijar agora? – Encaro o chão, levemente envergonhada, acho que nunca pedi um beijo dele – Por favor?
- Não precisa pedir duas vezes – Não demorou para sua boca alcançar a minha e foi um dos melhores momentos da minha vida, nunca cansarei de ter seus lábios sob os meus – Me promete que vai ser minha. Só minha.
- Para sempre sua – O sorriso bonito volta para o seu rosto e sou puxada ainda mais para perto – Sempre – Sussurro e retomo o beijo, não conseguindo deixar o sorriso de lado mais.
Contorno sua cintura com minhas pernas assim que ele me tira do chão, abraço seu pescoço e um beijo encharcado de saudade, amor, felicidade e desejo se inicia. Realmente não vai ser fácil controlar todas as emoções que sinto e a vontade constante que tenho de fugir, mas eu vou tentar de tudo, porque agora que eu descobri o que é o amor, não quero perder nunca mais. Pelo menos não por culpa minha, não por caprichos meu, não por medo meu, não por inseguranças minhas, não por medo de me machucar.
Até porque me machucar é quase nada, comparado a machucar ele. David conseguiu me mostrar a facilidade que a vida pode ser quando se tem alguém para contar, alguém para amar. Essa parte eu já tinha lido nos livros, mas não sabia que era tão forte assim, não sabia que traria tanto impacto assim, não sabia que iluminaria minha vida como está iluminando agora e como iluminou. Eu sei amar e estou amando. É a coisa mais bonita que já aconteceu comigo em toda minha vida.
- Vocês são tão melosos e clichê – Liam está parado, escorado no batente da porta, sou colocada no chão e juntos encaramos o mais novo.
- Você acha?
- Eu tenho certeza, dá vontade de vomitar só de olhar e escutar vocês – Sua feição é de nojo e isso chega a ser engraçado. Eu não acho a gente clichê.
- Vai lá então, mas tem que vomitar arco-íris – David diz, seu irmão revira os olhos e deixa nós a sós, assim que encaro o garoto agora ao meu lado, começamos a rir.
- Vomitar arco-íris? Sério?
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Para Sempre Sua, Amy
Teen Fiction"- Não vai ser fácil - Consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e meu nariz começa a arder - Não vai ser fácil mesmo. - Eu não te obriguei a me amar, Amy - Seus olhos me avaliam com cuidado, ele sempre faz isso, sempre faz eu me sentir a...