"- Não vai ser fácil - Consigo sentir as lágrimas se formando em meus olhos e meu nariz começa a arder - Não vai ser fácil mesmo.
- Eu não te obriguei a me amar, Amy - Seus olhos me avaliam com cuidado, ele sempre faz isso, sempre faz eu me sentir a...
- É tão estranho vir pra escola sem a Star – Lori comenta sentada do meu lado, no carro.
- Foi bem estranho não passar pela casa dela mesmo – Concordo com a morena e sorrimos triste uma para a outra.
- Eu não falei nada no final de semana, porque estávamos ocupadas com a Star no hospital e tudo o mais, mas a gente não deixou de notar que David estava sem camisa, na segunda vez que o vimos.
- É?
- É, sim.
- Que estranho, né? – Aperto o volante e tento controlar as minhas expressões.
- Certo, se não quiser falar agora, eu vou respeitar – Sorrio em agradecimento – Eu só acho que somos amigas e nos conhecemos bem o suficiente para não precisarmos esconder nada uma da outra.
- É assim que você respeita o espaço de alguém? – Procuro por uma vaga no estacionamento do colégio e ignoro a careta de Lori.
- Certo.
- A gente ficou um pouco, só isso – Informo a garota ao meu lado, enquanto caminhamos pelo corredor a caminho do refeitório.
- E por que não queria contar antes?
- Não sei – Suspiro fundo – Depois da sua reação quando eu conheci ele, fiquei com um pouco de medo.
- Medo?
- Não medo, mas receio, sei lá.
- Entendi – Jack nos encara assim que sentamos junto a ele, Brad e David – Eu estava muito bêbada aquele dia, não ia acontecer a mesma coisa.
- Certo.
- Como ela está? – Brad toma a dianteira.
- Ela vai ficar bem, alguns cortes estavam fundos demais, teve que dar pontos, ela não pode sair do hospital ainda, porque eles querem ver se algum pedaço de vidro entrou no olho dela, mas vai ficar tudo bem.
- Palavras médicas? – Jack pergunta e esfrega a mão no rosto.
- Óbvio – Loren é quem fala – Eles disseram que ela vai ter alta amanhã, talvez depois.
- Bom saber – O moreno deita na mesa e suspira cansado.
Jack pode ser insuportável, sem noção e sem limite, mas ele é um amigo bom, principalmente para Stacy. Loren me disse que ele não dormiu a noite inteira, pela ansiedade e preocupação com a ruiva. Meu corpo se arrepia e encaro os olhos confusos de David, eu não posso ser egoísta agora, tenho que dar toda minha atenção, agora, para Star.
- Sua mãe já voltou? – Loren me encara, assim que levantamos para irmos para nossas salas.
- Não, ela vai ficar mais alguns dias lá – Informo a morena que assente pensativa.
- Posso ficar essa semana na sua casa? Meus pais estão brigando demais e não consigo focar em nada com eles assim.
- Claro, no final da aula a gente vai na sua casa pegar suas coisas, tá bem? – Abraço-a de ladino rapidamente e seguimos caminhos diferentes.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
- Eu não estou entendendo – David para de procurar o livro e me encara, encosto minhas costas na estante de livros da biblioteca e sinto o calor de seus olhos sob mim.
- O que você não está entendendo?
- Você – Ele sorri e volta a procurar o livro que precisa – Stacy vai precisar sim da sua atenção, eu entendo, mas o que isso tem a ver comigo?
- Bem, eu não vou poder... – Tento recriar a frase em minha cabeça, agora que estou aqui parece tudo tão precoce – Não vou poder... – Seu olhar fica intenso em minha direção, molho meus lábios com a língua, envergonhada.
- Não vai poder? – David só precisou de um passo para cobrir meu corpo, suas mãos vão até minha cintura e sou puxada para si – Não vai poder me dar atenção? É isso que quer me dizer? – Consigo sentir sua risada num tom sarcástico, ele desliza os lábios pelo meu pescoço, minha respiração sai do compasso – Você não acha que está apressando as coisas não?
- Você nem sabe o que eu ia falar – Forço minha voz a não tremer, sua mão desce para minha bunda e observo seu sorriso safado e malicioso.
- Será mesmo? – Ele morde minha orelha e eu levo minha mão para sua nuca.
- Dá para sentir a tensão sexual de vocês dois de longe – O sorriso de Jack é enorme, reviro os olhos, David e eu nos afastamos – A Lori vai passar essa semana na sua casa?
- Isso, ela pediu – Encaro seu rosto pensativo.
- Certo, é o melhor para ela – Jackson volta com seu típico sorriso maldoso e brincalhão – Fiquem tranquilos, podem continuar com o pornô de vocês, não vou mais atrapalhar.
- Obrigada, você é um ótimo amigo – Sou irônica e recebo sua risada.
- Ah, e antes que eu me esqueça – O mais velho aponta o indicador para David – Parabéns, você foi aceito no time.
- Que bom, valeu, Bro.
- Vou deixar vocês sozinhos agora.
- Você joga? – Encaro seus olhos e desço meu olhar para seu peito, coberto pela sua camisa.
- Agora sim – Ele sorri, assinto incomodada – O que foi?
- Não, nada – Suspiro e o mando um sorriso – Minha aula vai começar, depois a gente se fala, tudo bem?
- Claro.
Jogadores de futebol atraem líderes de torcidas mimada e histéricas e eu não estou com vontade, nem paciência para lidar com isso agora. David beija rapidamente minha boca e me dá passagem para seguir meu caminho, entrego um sorriso para ele e logo dou as costas, seguindo para a aula de álgebra. Respiro fundo três vezes e controlo meu corpo, que começa a formigar.
David não é mais uma opção para mim, porque não quero lidar com dramas adolescentes de líderes de torcidas. Como me afastar de alguém que me faz me sentir atraída mesmo à distância? Debruço sob a mesa, assim que adentro a sala de aula e coço minha nuca. O que está acontecendo dessa vez com a minha cabeça? E quem disse que eu preciso de opções? Estou bem assim, certo? Certo!
Separo meus materiais ao observar o professor entrar na sala e tento passar o meu foco na aula e não nos meus problemas. Sinto atração por um garoto que praticamente acabei de conhecer. Parece que faz anos que somos amigos? Sim, mas não faz nem um mês direito ainda. Bagunço meu cabelo e encaro o professor, sua careta de confuso sob mim me deixa envergonhada.
- Está tudo bem, Neompsey?
- Hã? Sim, claro, por favor, continue – Alinho meu cabelo novamente e volto a tentar prestar atenção em sua aula, mas é em vão.