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- Quem você pensa que é? – Ash grita em meu rosto ainda por cima de mim, tentando me acertar um soco.

- Que droga Ash, sai de cima de mim! – Grito em vão com a loira, minha garganta arranha.

- Você acha que pode mesmo falar aquilo? Eu não tenho nada a ver com o que aconteceu, por que sentiria culpa?

- Ah, não? – Seguro as mãos da garota e a intenciono para trás, mudando nossas posições, acho que machuquei minhas costas – Você me apresentou aquela garota, você me mandou fazer aquelas coisas e você que colocou a cereja no topo do bolo quando bateu nela naquela festa.

- Você poderia não ter feito nada daquilo, eu não te obriguei – Consigo ver as lágrimas se formando nos olhos azuis da garota.

- Poderia? Eu tinha 13 anos Ash! Estava apaixonada por você e você sabia! Eu faria qualquer coisa por ti, você teve a ideia, você começou, a culpa não é só minha.

- Eu não fiz nada.

- Negar não te faz ter razão – Quando percebo que ela acalmou, rolo para o lado e deito na grama, encaramos o céu estrelado juntas – Eu senti a culpa por muito tempo, Ash, só consegui melhorar quando percebi que realmente tinha feito besteira, então eu fui na casa da Rachel, pedi desculpas para a mãe dela e fui na clínica que ela está internada, ela vai ficar legal.

- O que a mãe dela disse?

- Ela agradeceu – Minha voz sai falha, trêmula demais, o caso da Rachel foi o pior problema que Ash me meteu e o estopim para minha mãe – Disse que se não fosse por nós, ela nunca saberia da depressão da Rachel.

- Ela não está brava?

- Mas é claro que está, Ash – Digo o óbvio – A gente acabou com a filha dela até ela querer se matar, não tem como ela não ficar brava.

- A gente não sabia que ela era depressiva.

- Isso não importa, a gente não deve fazer aquelas coisas com ninguém – A lágrima solitária desce pelo meu rosto – Ninguém merece aquilo.

- Eu sei – Encaro o azul dos olhos da garota – Eu também te amava, meu coração se partiu quando você foi embora e depois que você ignorou minhas mensagens eu percebi que não fazia mais parte da sua vida.

- Você me usava, Ash, me fez fazer coisas horríveis, eu não estava feliz comigo, não podia entrar em contato com você, porque você sempre me influenciou, eu te seguia feito uma cachorrinha, não queria isso para mim – A garota sorri e suas lágrimas brilham ao descer de seus olhos.

- Eu não era uma pessoa muito legal – Ela volta a encarar o céu – Ainda não sou, dei uma melhorada, mas não como você – Sua risada é sem humor – Já faz tempo, mas você acha que seria uma boa ideia falar com a mãe da Rachel?

- Acho que seria sim, vai te fazer bem, deveria ir na clínica também – Escuto o suspiro cansado da garota.

- Bom, valeu aí – Ash levanta e me encara, o pedido de desculpa está no seu olhar – Vou ir lá receber sermão do meu primo – Ela revira os olhos, sorrio amarelo.

- Eu nunca imaginei que você poderia ser prima do David.

- Coincidência louca, não?

- Demais – Levanto também, encaro minha antiga gêmea por segundos mais, ela sorri como despedida e dá as costas, entrando no seu carro, suspiro fundo e bato na minha roupa, deixando as gramas caírem.

Puxo a chave de casa do bolso e destranco a porta, respiro fundo e sinto pela primeira vez o peso dos meus ombros indo embora, essa sensação é impagável. Respondo as mensagens das meninas e de David, adentro meu banheiro e relaxo na banheira, antes atualizando como estou para mamãe.

 Respondo as mensagens das meninas e de David, adentro meu banheiro e relaxo na banheira, antes atualizando como estou para mamãe

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O sábado começou agitado, Star me acordou com uma ligação, e fui correr com a garota, coisa que não fazíamos há tempos. Loren nos encontrou no Elle's para tomar café com a gente, cada uma seguiu seu rumo depois e eu pude tomar um banho gostoso e prazeroso quando cheguei em casa. Escuto meu celular tocando no mesmo segundo que deixo meu banheiro.

- Alô.

- Oi filha – Mamãe parece animada demais, ela é assim quando está com papai.

- Oi mãe – Sorrio e encaro meu reflexo no espelho, seguro a toalha que quase vai ao chão – Como estão as coisas aí?

- Tudo bem, Amy e aí? – Ela responde meu pai sobre alguma coisa e volta a me dar atenção – Vai fazer o que hoje?

- Vai ter uma reunião sobre nossa formatura – Olho o relógio – To me arrumando para ir, depois devo fazer alguns resumos e assistir filme.

- Eu fico tão feliz com isso, filha. Você está tão crescida e responsável – Sorrio animada pelo reconhecimento da mais velha – Estou orgulhosa e seu pai também.

- Obrigada, gente.

- Agora eu preciso ir, devo voltar na quarta, tudo bem?

- Ta bom, aproveita aí e manda beijo pro papai.

- Ele mandou outro.

Jogo meu celular na cama e visto qualquer roupa rapidamente, desembaraço meu cabelo e seco-o de qualquer jeito com o secador. Desço apressada para atender a porta e meu sorriso some aos poucos ao encarar o garoto a minha frente, suspiro forte com culpa.

- Que foi? – Ele deixa um selinho nos meus lábios e me olha – Tá com cara de quem transou – Ele me puxa e tranca a porta atrás de mim, seguimos juntos até seu carro.

- Tá doido?

- Não, mas é que tá na sua cara – Ele sorri e eu reviro os olhos.

- Eu disse que não precisava me buscar.

- Eu queria passar um tempinho contigo.

- Pra que?

- Eu perdi algum capítulo? Tá assim comigo por que?

- To normal – Encaro o amendoado dos seus olhos.

- Você pode estar do jeito que quiser, mas normal não tá.

- Tu vai me trazer de volta cedo, tenho alguns resumos para terminar.

- Posso estudar com você hoje? – Suspiro cansada, estou impaciente, nervosa e não sei porquê, mas tenho certeza que David tem alguma coisa a ver com isso.

- Não tô muito afim de explicar matéria hoje.

- Você não precisa explicar – Ele aperta o volante e suas veias sobressaltam – Posso?

- Tudo bem – Respiro fundo – Sua prima ainda está na sua casa?

- Sim, ela vai voltar semana que vem só.

- Hm – Encaro minha unha e observo a janela em seguida.

Não demorou para chegarmos no lugar da reunião, prestei atenção em quase nada, David invadiu meus pensamentos o tempo todo e isso tá me deixando puta.

Para Sempre Sua, AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora