Capítulo 28

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Meu corpo dói, minha cabeça lateja, tento abrir meus olhos, mas minhas pálpebras não me obedecem, não escuto nada, mexo minha cabeça, porém me arrependo, sinto uma tontura tão grande que jogo minha cabeça para trás. Depois de uns minutos quando percebo que a tontura está passando, abro os olhos lentamente. Vejo um teto de concreto muito sujo com várias teias de aranhas, no teto uma lâmpada que mal clareia. Levando minha cabeça para olhar ao meu redor. Minha visão ainda um pouco turva por causa da dor forte, percebo que estou amarrada dos ombros aos pés em uma cadeira, uma cama de solteiro com um colchão manchada a minha esquerda e uma mesa sem nada a minha direita, e eu no meio do quarto de frente a porta de ferro. O cheiro de mofo é forte e as paredes de tijolos imundas, tento me soltar, mas em vão.

Quando me lembro de Dona Victória, lágrimas inundam meu rosto, tento segurar os soluços, mas não consigo. A imagem dela caindo em minha frente com um tiro na cabeça, há perda de uma segunda mãe é tão forte, não sei se consigo suportar, vem à tona a imagem da minha mãe pendurada em uma corda de lençóis amarrada pelo pescoço só de lingerie e agora presenciar a morte de Dona Victória, destruiu tudo em mim.

Nunca deveria ter a procurado!

— Que bom que acordou!

Assusto-me com o som da voz atrás de mim, tento olhar para trás, mas não consigo com os ombros amarrados torna impossível.

— Oliver! — Um nó se forma em minha garganta. — Por quê? Por que matou Dona Victória?

Choro, choro pela traição, pela vida de uma segunda mãe.

— Ah Laila, você não mudou nada! — Escuto seus passos batendo no chão de concreto, até que vejo suas mãos no meu ombro e seu hálito quente em meu pescoço. — Mesmo que você nunca percebeu? Nada? Ou até mesmo por qual motivo meu pai nos treinava tão bem? Por sempre todos te prenderem tanto dentro de casa?

Me sinto confusa, porém me dói querer saber a verdade.

— Eu não entendo!

— Sempre te admirei Laila, sempre tão durona e impenetrável, mas você não é nada disso que aparenta, igual a sua mãe! — Ele massageia minhas costas, coisa que ele fazia muito comigo, eu amava isso, mas agora sinto nojo do seu toque. — Eu te conheço Laila como a palma da minha mão. Eu sabia que você ia aparecer, o beija-flor sempre volta.

— Você é um sínico, o único que eu pensava que nunca poderia me trair, algo cotidiano que vem acontecendo comigo. — Ironizo, mas eu queria era chorar, espernear e gritar o porquê?

— Gostei muito do que você fez no dia no seu aniversário, facilitou muito

— Eu suspeitei que fosse você, está mania de Elias de só atirar na cabeça. — Lembro dos nossos alvos.

— O cachorro me mandou fazer uma visitinha naquele dia. — Aperta meu ombro, faço uma careta de dor pelo tiro da bala de borracha no meu ombro. — Você estava tão sexy naquele vestido, eu fui comprar pessoalmente com ele pensando em você.

Uma ânsia passou pelo meu estômago. Saber que aquele vestido tinha a ver com Alec, um tremor de medo toma o meu corpo.

— Alec Morovisk, Oliver por que se envolver logo com ele? Foi por que fui embora?

Oliver gargalha e vem para minha frente, me dando a visão do seu corpo em pé. Oliver não mudou nada, o mesmo corte de cabelo, o mesmo corpo e os mesmos modelos de roupas, algo que acha lindo nele.

Pega o meu queixo, mas como reflexo desvio, o fazendo pega mais forte e levantando-o até que olhe em seus olhos.

— Você acha que tudo gira ao seu redor, né!?— Ele me analisa por um tempo. — Por isso que te acho ingênua, nunca desconfiou de nada, viveu com a podridão debaixo do seu nariz e nunca fez nada, só porque sua mãe morreu quer ser a vingadora, com coisas que sempre estive diante dos seus olhos. — Ele solta meu queixo com tanta força que gemo de dor.

Fora De Controle.(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora