Capítulo 32

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Mesmo perdendo todas as pessoas que amo, me restou apenas o motivo disso tudo.

Minha herança!

Senhor Carlos foi me pegar no outro dia no hospital. fui liberada e me receitaram analgésicos para dores, minha perna esquerda foi costurada, graças a Deus que não pegou nas áreas vitais. Ao entra na mansão pela primeira vez depois de todo ocorrido, aonde era apenas eu agora. O aperto em mim não se suavizou em nenhum momento.

O que eu queria?

Cumprir tudo o que queria, mesmo que não fosse pelas minhas próprias mãos, Alec Morovisk agora está morto, Maria ainda está foragida, e os outros pagando pelos seus atos.

Por que ainda me sinto assim?

Fazia dias que não saia da cama, tanto pela perna que ainda doe quando ando e pela Margô que não saí do meu pé. Está preocupação toda alegra meu coração, me mimando como uma filha. Tenho vontade de chorar por sentir saudade de minha mãe, quando cuidou de mim depois de Billy me embriagar, que foram os meus últimos momentos com ela.

A última vez que vir o Tom foi naquele dia, depois disso só as lembranças e a raiva de um coração partido. Estou cansada de só sentir isso. Saudade do tempo que tudo era simples e tinha meu melhor amigo ao meu lado, mesmo que o assassino da história, fosse ele.

Não querendo estar mais deitada, me sento na cama e coloco meus pés no chão, como é tão bom pisar no chão de novo. Então a porta se abre, ao me virar para ver quem é, fecho minhas feições na hora.

— Pensei que não te veria nunca mais! — Falo assim que fecha a porta.

— Não compareceu há nem um dos velórios, estes sendo pessoas queridas por você. — Roger fala ao parar na ponta da cama, vestindo roupas casuais provavelmente veio de casa. Agora que perdeu seu cargo importante na polícia.

— Acha que eu não sofro pela morte Markon? — Fui direta com ele, já estava cansada de joguinhos.

— Ao contrário, você é a quem mais sofre com isso! — falou condolente, algo que ele não é.

— O que você quer? — Não serei nunca mais feita de boba.

— Não precisa ficar na defensiva tudo já acabou! — Se defendeu. — Eu só quero paz entre nós, querendo ou não, somos família. — Abre os braços demostrando que está na defensiva. — E íntimos! — Completa. Tinha que solta alguma coisa.

— Éramos! — Enfatizo. — Não somos mais, não quero nada além de sermos do mesmo sangue.

— Fazer o quê? — Dá de ombros. — Só queria saber se estava bem, você mais que merece! — Coloca as mãos no bolso.

— Eu estou bem! — respondo abaixando a guarda, tudo já acabou. — Margô está me mimando muito.

— Ela sempre faz isso, eu e Felipe estamos mal-acostumados. — Rimos. Estico-me até alcançar a mesinha ao lado da cama, puxando a caixinha de veludo com o colar que me deu de aniversário.

— Roger queria te entregar isso, obrigada, mas não posso ficar com isso. — Ele olha para a caixa, mas não pega.

— Pode ficar. — Ele solta um riso irônico. — Eu nunca comprei um presente para você, na verdade quem comprou foi o Tom. Tem um rastreador nele, ele queria entregar, mas eu insistir e Maggie decidiu que deveria te entregar. Não sabia que você estava transando cm ele também.

— Roger! — O repreendo. — Tom e eu foi totalmente diferente do que nós tivemos. — Abro a caixinha de veludo e olho para o colar.

Tinha que ter sido Tom, ele sempre me enxergou como eu sou, e saber que ele comprou algo pensando exatamente em meus olhos. Meu coração aperta queria muito ver ele e estar em seus braços novamente.

— Você estar certa! — fica olhando para o chão por um tempo. — Fique bem, eu quero seu bem, mesmo contudo o que tenha acontecido eu sempre me importei com você. — Sorrir e se retira sem mais nenhuma palavra.

Desisto de querer me levantar e me deito de novo. Fico admirando o colar pela primeira vez, pensando na pessoa certa por ter ele em minhas mãos.

(...)

"Eu tenho você! — Grito desesperada, mas nada saída da minha boca e me via caído nas profundezas do mar escuro e sua risada maléfica ecoava por todos os lados."

Acordo de uma vez com um pesadelo que tive com Alec Morovisk, ele me achava e conseguia me matar. Olho para o quarto agora iluminado pelo sol da manhã, me levanto e abro a porta chamando por Margô para me ajudar, quando olho para baixo vejo uma pequena caixinha, pego e levo para dentro do quarto abrindo, paro no meio do quarto ao ver uma bala com o meu nome raspado nele, pego o papel no fundo da caixa e abro.

" A minha vingança é fazer você ver as pessoas ao seu redor morrer e tudo por culpa sua. Você é quem mais sofre com isso!"

Começo a tremer, fechos os olhos achando que ainda estou sonhando, mas quando abro vejo que não é um sonho. Algo dentro de mim sabia que Alec Morovisk estava vivo, e pior que haveria mais mortes, não bastava matar minha família, além da própria morte dos seus. Agora queria mais mortes? Nunca desejei a morte de ninguém, na verdade desejo de um, o qual achei que estava morto. Então escuto Margô gritar, mesmo mancando corri descendo as escadas. Margô está aos prontos no braço de Bryan que a consola enquanto Jaqueline conversa com o policial na porta de casa.

— O que aconteceu? — Pergunto exasperada. Jaqueline me olha com os olhos cheios d'água.

— Por favor Bryan, leve mamãe para dentro. — Pediu com a voz suave, ele acena e sai com Margô em seus braços. Depois de um tempo vira para mim e chora. —Papai morreu! — E caí aos prantos, me aproximo e abraço seu corpo.

—Sinto muto, foi um latrocínio seguido de morte. — Explica o policial. As lágrimas descem junto com a mulher em meus braços, pois no fundo eu sei não foi um roubo qualquer e sim Alec Morovisk.

— Obrigada por nos avisar! — Agradeço e me despeço do policial fechando a porta. Abraço a Jaqueline. — Vá ajudar sua mãe ela precisa de você mais do que tudo agora. — Ela acena e saí por onde Margô entrou nos braços do filho.

Subo as escadas, eu não posso deixar isso acontecer.

Não com eles!

Entro no meu quarto e pego meu celular e ligo para o senhor Cooper. No terceiro toque ele atende.

— Senhorita Williams me ligando plena manhã, pelo sinal, tenho certeza de que não é coisa boa! — Brinca, mas realmente é a verdade.

— Você está certo infelizmente. — Digo sem delongas. — Eu quero que o senhor venda todas as minhas ações, apenas me deixe com uma porcentagem de lucro que me deixe viver bem. — Um silêncio foi apenas o que ouvir do outro lado.

— Senhorita eu quero lembrar que o seu pai conseguiu com muito esforço conquista o que você tem agora, eu não posso deixar que faça isso. Os lucros são muito bons! — Advertiu.

— Por isso que entrego em suas mãos senhor Cooper, você fará a escolha correta, eu confio em você. Não será difícil vender as ações. — Ele suspira forte no celular.

— Como queira senhorita Williams! — Confirma. — Prepararei os ofícios dos contratos, mas poderia saber o que pretende?

—Fugir! — Digo somente. — Quero encontrar um propósito. — Mas eu sei qual é o verdadeiro propósito e não descansarei até ter ele esteja morto de verdade. Não viverei nunca mais a mercê dele.

— Um pouco inusitado! — diz surpreso. — Você tem passado por muitas coisas, merece espairecer a mente e aproveitar sua juventude, pode deixar que eu resolvo isso.

— Obrigado senhor Cooper, Até! — Nos despedimos e desligo jogando o telefone na cama. Eu tenho que sair daqui eles não merecem isso, e agora eu não vou falhar.

Fora De Controle.(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora