Capítulo 23

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Não consigo parar de lembrar do Steve e dos momentos maravilhosos que tivemos, foi a nossa despedida literalmente, no outro dia fui comunicada que não teria mais aulas com ele e nem com o Filipe. Que teria que usar a última semana para me preparar para a cerimônia de comemoração do meu aniversário no sábado. Porém meu aniversário ocorrerá na sexta-feira. Markon insistiu, pois, a festa será para os assessores e acionistas da empresa. Só para me apresentar para um bando de idiotas ricos que não tem nada para fazer de melhor.

Não tive contato com ninguém Maria está preenchendo meus dias com coisas inúteis, me preparando para ficar bonita na festa. Passei o dia no salão me segurei o máximo para não sair de lá e fugir. Não por estarem cuidando do meu cabelo, até deixei cortarem ele um pouco abaixo do ombro deixaram bem volumoso, mas porque ela fala muita besteira.

Já se passaram quatro dias tortuosos, estou de frente ao espelho no meu quarto experimentando o vestido que Maria escolheu para a festa. Óbvio que detestei, mas não me importo, não estou com nenhum ânimo para discutir, se estivesse nua seria a mesma coisa.

Está bem, exagerei!

O vestido é costas nuas e na frente tem um "v" até a metade da barriga. Evidenciando os meus seios médios em um tecido fino até os pés. Estou bonita, parecendo uma mulher completa. Mesmo que já me sinta assim a muito tempo. Agora todos poderiam ter certeza disso. E assim aprenderam a não me subestimar antes da hora.

— O que achou? — Maria pergunta com o seu sorriso cínico, ela sabe pela minha cara que não gostei.

— Tanto faz. — Respondo dando de ombros, continuo a olhar para o espelho, desprezo é o mínimo que ela merece.

Amiga da minha mãe? Como pode?

— Então vai ser esse, pode tirar Margô! — Ordena.

Margô me ajuda a tirar o vestido sem amassá-lo. Viro e sigo ao closet e visto um short e uma camiseta amarela com vários passarinhos pequenos. Saio, me jogo na cama e começo a mexer no celular.

É infantil? É.

Mas seria fazer isso ou bater nela até a morte. Prefiro a segunda opção, mas não farei.

Ela me olha, espera que a dê atenção, porém quando ver que não darei. Dispensa Margô e quando se retira, fala.

— Amanhã é seu aniversário, seu advogado virar para conversa. — Anda até ficar na minha frente. — Estou até surpresa que não esteja fazendo birra por isso!

Bom, posso voltar a opção dois!

— Não vai adiantar de nada, além o que eu mais quero agora é ficar livre de vocês. — Falo sem dá muita importância.

— Que bom vejo que está sendo sensata, até certo ponto. — Tiro atenção do meu celular que estava apenas jogando para não olhar para ela, mas agora foi impossível.

— A que ponto?! — Debocho.

Sua postura não hesita nem uma vez.

— Desça para comer algo. Mesmo que me agrade essa sua greve de fome, assim sua barriga ficará mais seca para o vestido.

Não espera a resposta, joga o seu veneno e saí.

Sua hora está chegando. Vou morrer, mas essa vai para o inferno comigo.

(...)

Sexta chegou e passei o dia no quarto, Margô como sempre trouxe comida para mim como uma verdadeira mãe. Mas estou sem fome, a dor no meu peito é grande. A sede de vingança misturada com saudade, causa isso.

Fora De Controle.(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora