Capítulo 12

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Tenho que tentar descobrir com quem ou o que Maria pretende fazer. Confesso que fiquei eufórica pelo que presenciei. Porém isso tudo caiu como balde de água fria em cima de mim.

Já se passaram dias e ainda não descobrir nada. Na verdade, não tive nem tempo, meus horários estão sempre ocupados, pela manhã tenho aulas com Filipe e a tarde com o Professor Martz. Nossa relação não é das melhores, ele é muito sério e eu fico na minha observando.

Tenho que entrar no computador do escritório, vasculhar alguma informação além das que Filipe me deixa mexer, não sabia muito como usar um computador, mas com as aulas de Filipe estou aprendendo algo, fora que fica quase toda manhã tentando me seduzir, confesso que ficava atentada. Filipe é um homem muito atraente, e isso não posso negar, ele despertava algo em mim. Despertava, passado, depois que eu vi Maria saindo de seu quarto, descabelada, não estou lutando contra os encantos dele, todo o resquício de algo morreu com a descoberta.

Quando morava na vila com minha mãe não tinha isso. Estou começando a ficar familiarizada com essas tecnologias.

— Tem alguma pergunta? — Steve pergunta me tirando do devaneio. Pisco um pouco tentando focar minha atenção na explicação. Não tinha escutado nada do que falava.

— Não! — Respondo com desânimo. Ele me olha por cima dos óculos de graus e passa um papel.

— Responda estas perguntas. — Manda com o seu ar de superioridade. Reviro os olhos. Pego o papel e começo a ler.

Não entendo nada, minha mente está em outro lugar. Eu tenho que fazer alguma coisa! Amanhã já é sábado e eu ainda não sei nada. Todos conspiram contra mim, sinto isso, podem achar que é loucura, mas não é. Depois daquele beijo do Roger, sinto mais ainda, não devo confiar em ninguém.

Ele diz que vai descobrir quem a matou, mas não acredito. Tenho até um instinto de que ele está envolvido na morte dela. Foi bem ele que fechou o caso como suicídio.

Ódio daquele imbecil. Ele quer se fazer de bonzinho para que possa confiar nele, mas ele está lidando comigo.

— Assim você vai partir o lápis no meio!

Pisco algumas vezes quando me dou conta que estava com o lápis na boca. Afasto para dar visão ao objeto que eu estava na boca, percebi que mastiguei a ponta da cabeça. Na verdade, destrocei.

Olha o que ele me fez fazer só em pensar nele.

Olho para o professor que está a me analisar por cima dos óculos. Confesso que isso é até atraente. Seu olhar sério é firme e, com certeza, deve deixar as alunas caidinha por ele. Balanço a cabeça tentando tirar aquele pensamento.

— É desculpe, estou sem Cabeça... É que dizer, acho que você entendeu. — Gaguejo. Não acredito que estou me explicando.

O que está acontecendo comigo?
É os hormônios! Isso mesmo. Deve ser!

Suspiro com os pensamentos. Minha Cabeça está doendo eu não paro nem um segundo.

Ele não fala nada, apenas me olha. Tento desviar minha atenção dele. Isso é constrangedor, mas ele está a olhar diretamente dentro dos meus olhos. Minhas bochechas começam a ficar vermelhas e não consigo disfarçar.

— Com Licença! — Me levanto e saio da mesa.
— Amanhã nós terminamos. — Escuto sua voz atrás de mim. Saio da biblioteca e vou ao meu quarto tenho que planejar alguma coisa.

(...)

Aos passos lentos olho o corredor que dá direto ao escritório de que era do meu pai, tenho que ser rápido. Começo a tremer, estou suando frio a sensação de ser pegue está constante em minha pele. Apresso os passos, chego de frente a porta, pego na maçaneta e giro. Suspiro de alívio, está aberta. Entro e fecho a porta com cuidado para não fazer barulho. Na penumbra da noite, aonde a luz da lua é a única iluminação do escritório. Ando até o armário de ferro que contém quatro gavetas, que está no canto da sala. Puxo a primeira, mas está trancada, tento abrir as outras e estão no mesmo jeito que a primeira. O que deve ter aqui dentro?
Ando em direção a mesa e abro todas as gavetas com a intenção de encontrar alguma coisa. Sinto um volume em um envelope. Abro e tem uma chave. Sorriu de lado e corro para o armário, tento abrir mais não é ela. Bufo.

Fora De Controle.(Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora