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"Alina?"

Entorpecida, ela seguiu a voz de Tam e virou a cabeça para a colega que dirigia. Ah, não.

"Alina, o que tá acontecendo?" Tam exigiu saber.

Alina contornou a pergunta, "O que a gente tá levando?"

"Livro? Foda-se, eu não sei. Me responde." Ela parecia estar ficando com raiva.

Não havia como mentir para Tam, "Senti de novo, Tam."

"O quê?" A amiga não fazia ideia. Elas se encararam. Tam se acalmou, entendendo e voltou a atenção para a direção, dizendo apenas uma palavra para Alina. "Certo."

Era um bairro chique.
Era lugar de gente poderosamente rica.

A primeira coisa que Tam havia falado quando olhou tudo aquilo foi, "Caralho."

"Pois é." Alina havia concordado.

Tam passou o papel para Alina e ela foi guiando a amiga. Antes de estacionarem o carro, Alina passou rapidamente e discretamente uma de suas armas para Tam, que ao estacionar escondeu em seu corpo. A metralhadora era chamativa demais.
Alina estava alerta e avisou. "Não sabemos que espécie é."

"Chefe não nos traria para uma emboscada." Tam parecia confiar no cara.

Elas pararam à porta e tocaram a campainha, uma voz soou.

"Sim?" a voz na campainha perguntou.

Alina se lembrou do que Jef havia dito.
"Uma entrega especial."

Tam olhou incrédula para ela.
Alina deu de ombros.
A porta foi aberta.
Fazendo uma careta de surpresa, Tam bateu palmas silenciosas para Alina.
Elas entraram e uma senhora humana veio ao encontro delas.
Cabelo branco, pele branca e enrugada, uns setenta anos, uniformizada.

Tam sussurrou para Alina, "Não é proibido idoso trabalhar?"

Ela não acreditou no que ouviu. Lançou um olhar de você tá doida? de onde tirou isso? para Tam que respondeu cochichando, "Essa mulher deveria estar aposentada desde a era passada."

Uma pausa e pelo que Alina conhecia de Tam, ela iria acrescentar algum comentário pior do que o anterior. "E eu nem tô falando do período jurássico."

"O senhor aguarda vocês." A idosa interrompeu Tam que tentava não rir das próprias idiotices.

Tam não resistiu, "A senhora está falando de Jesus?" Rindo, Tam esperou ela rir.
A mulher idosa não riu.
Tam parou de sorrir.
"É. Eu acho que não estamos falando de Jesus."

Alina inspirou profundamente.
Infelizmente quando Tam ficava nervosa começava a soltar alguns comentários totalmente desnecessários e outros infames.
Estavam diante de uma porta e, vendo que a mulher apontava para entrarem, ela foi a primeira a adentrar.
Era melhor não dar outra oportunidade para Tam falar.

Estavam em um laboratório.
Luzes azuis, estantes e mais estantes cheias de peças esquisitas. Provavelmente sucata de alta tecnologia, cujo uso só era autorizado pelo governo.

"Dá pra construir uns cinco notebooks com essas peças." Tam estava tão perplexa quanto ela.

Alina revidou, "Cinco? Muito mais que isso."
Elas falavam baixo.

Um Conto KyobanOnde histórias criam vida. Descubra agora