Um Conto Kyoban

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Um senhor próximo aos cinquenta anos olhava para o parquinho, quando Chefe se aproximou.
O homem o saudou primeiro, "Olá, Cedric."

Cedric ficou ao lado do homem e de onde estavam, em uma área mais afastada, observavam as crianças.

"Sabe, Thomas" Cedric continuou, "até hoje eu me pergunto o que o fez dar a sua única filha, de bandeja para o meu pai."

"Sempre confiei em Carls." Ele olhava para sua filha, que conversava com uma senhora idosa. "Queria ver o potencial real dela."

Cedric riu. "O que realmente o traz aqui, Thomas? Pensei que já tivéssemos nos livrado de você."

Thomas contornou a pergunta. "Parabéns pela sua nova namorada, Cedric." Thomas sorrindo, parabenizou-o. "Diga-me, o que vai dizer quando aquela mulher descobrir que o seu pai, treinou ela e a melhor amiga dela, para se tornarem assassinas profissionais de aluguel?" Desviando os olhos, satisfeito com reação de Cedric, Thomas olhou de volta para o parque. "Você sabe que ela vai descobrir."

Olhando para Tam brincando com um bebê nos braços, ele disse, "Não tenho dúvidas."

"Não subestime a inteligência delas." Thomas avisou.

Cedric riu e rebateu, "Eu não cometeria esse erro."

Após um breve momento de silêncio, Cedric voltou a comentar, "O que acha de seu neto?"

Thomas olhou para o bebê de olhos extremamente azuis e com um sorriso de covinhas. "Lindo."

Cedric bufou. "Porque sumiu da vida dela? Olhe para o que você está perdendo."

Cedric não sabia que Thomas, todo dia, deitava a cabeça no travesseiro pensando em onde estaria Alina e o que ela estaria fazendo. E todos os dias ele se lembrava do porquê havia tomado aquela decisão. "Se eu aparecesse ela faria perguntas. Perguntas as quais eu não quero responder. Se ela tivesse me conhecido... Alina não seria quem ela é hoje. Seria diferente. Muito diferente."

Chefe alfinetou, "Quer dizer que ela não seria uma assassina?"

"O que eu quero dizer, Chefe, é que Alina não seria uma simples traficante." Thomas sabia o peso daquela vida. As renúncias que teve de fazer. Se afastar da mulher que amava, quando soube que estava grávida, não foi fácil. Talvez o mais duro foi ter visto o ódio do último olhar que ela havia lhe lançado. Ele jamais esqueceu ou se esqueceria. "Ela seria como uma herdeira. Escondê-la de pessoas poderosas, com as quais negocio até hoje, foi uma artimanha da qual eu ainda me recuso a acreditar que consegui." Thomas pensou no jovem herdeiro ao seu lado. "Ao contrário do seu pai, eu dei uma escolha à ela."

Cedric não engoliu a isca. "Não te incomoda saber que meu pai usava sua ex mulher, a mãe dela, para mantê-la na linha?"

Thomas apenas disse, "Como eu disse, sempre confiei em Carls. Ele era um bom homem."

Cedric pôde apenas concordar. "Sim, ele era."