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O primeiro dia da viagem de retorno ao palácio, havia sido silenciosamente constrangedor.

Pelos menos para Alina.

Asher aparentava estar solene, sem nenhum sinal de perturbação.

A noite chegou e com ela, a mesma estalagem que eles haviam encostado na ida.

Ao descerem do cavalo, ela foi a primeira a quebrar o silêncio, "Por favor, não peça aquela água suja para o jantar."

Alina escutou um som e virou a cabeça, procurando a origem.
Ele exibia um sorriso de divertimento.
Ela continuou a encará-lo, intrigada em como ele parecia totalmente diferente. Entregando as rédeas do seu cavalo à ela, ele entrou na estalagem.

Ao voltar, tentou ao máximo esconder seu desapontamento ao saber que aquela espelunca ainda tinha dois quartos vagos.
Aquele foi o sopro que apagou a pequena chama da esperança de dividir um quarto com ele.
Naquela noite, eles dormiriam em camas separadas.

Entregou a chave dela e se voltava para abrir a porta e entrar no quarto, quando ele avisou, "Não demore para o jantar." E entrou no quarto.

Alina estava parada no corredor com a chave na mão, como na vez anterior. Ela abriu a porta e entrou em seu quarto.

Enquanto se despia, pensava em como aproveitaria aquela noite.
Alina já havia ficado com muitos homens parecidos com Asher.
Quietos e, aparentemente, tímidos.
Esses eram os melhores e os favoritos dela.

Ela gostava de conquistar.
E era isso que pretendia fazer naquela noite enquanto escolhia a combinação de roupas perfeitas para ele.
Homens como Asher sabiam que a fraqueza de um lutador era demonstrar o que sentia à seu oponente. Mas Alina sabia o suficiente sobre homens.
Ela sabia que a maior guerra de um homem era entre as suas duas cabeças.
A de cima e a de baixo.
Por mais que ele não quisesse demonstrar, o seu corpo havia flertado com ela por todo o caminho.
Alina era atenta aos detalhes.
A observação era uma das principais qualidades que a tornava boa em lutas.

Haveria uma guerra naquela noite.

Alina faria as duas cabeças de Asher se tornarem inimigas e enquanto elas estivessem brigando pela razão, Alina esperaria.

Apenas uma das cabeças venceria.
E ela torcia para que fosse a de baixo.

Um Conto KyobanOnde histórias criam vida. Descubra agora