Haviam poucas coisas no mundo que assustavam Tamara. E aquela conversa que aconteceu ali, tinha fortes chances de ser umas delas.
"Matar a líder da Inquisição?" Tam estava supresa. "Lá, onde?"
Alina retomou um ponto da conversa, "Se ela é um corpo desconhecido naquele mundo e ele vai se autodestruir, matando todos... Por que não a deixamos que morra lá?"
Tam falou, "Todos os habitantes morreriam também. Seria... o quê? Bilhares? Exterminação em massa?"
"Não é só matá-la, vocês tem que descobrir como ela atravessa galáxias. Nenhuma tecnologia que circula nesse mundo é desconhecida por mim. O que poderia acontecer se esse transportador passasse por uma cópia? E se começarem a duplicá-lo? Não estou falando de um país. Estou falando de um planeta. Um planeta. Um ecossistema completo e quem sabe, raro. "
Fazia sentido.Ele continuou, "Se ela morrer é provável que a Inquisição entre em colapso sem um líder."
"Duvido. Sempre tem alguém disposto a liderar." Alina observou.
"Não que eu esteja aceitando mas... Como vamos para lá?" Perguntou Tam.
Ele apontou para o círculo de ferro retorcido, cheio de cabos, atrás dele. "Com o meu transportador pessoal."
"Como construiu um?" Tam estava, aparentemente, revoltada. "Você acabou de dizer que é perigoso existir cópias."
"Esse aqui." Ele apontou para o círculo. "É limitado, só permite duas viagens, uma de ida e outra de volta. Posso fazer funcionar."
"Olha, eu acho que não temos nada a ver com isso, cara." Tam estava tentando sair da situação.
"Preciso ser mais convincente, não é?" Ele assumiu uma seriedade assustadora. "Eu sei quem são vocês. Sei os seus nomes, seus sobrenomes. Sei que passaram a infância naquela Academia de Balé e que se eu pedisse para ficarem na ponta dos pés por cinco minutos, vocês não ficariam, mas saberiam como matar uma pessoa em um piscar de olhos. Sei quem são os membros da família com quem vocês tanto se preocupam. Sei com o que vocês, aparentemente, trabalham. Uma pintora e uma cantora dançarina. Sei que mentira vocês contam..." Ele olhou para Alina que se lembrou do rosto da mãe em uma péssima hora e depois olhou para Tam, "...e sei o que vocês escondem no porta-malas."
Elas não falaram nada.
"Sei que o mesmo motivo que as fazem trabalhar como Traficantes de Livros para Chefe, pode ser o mesmo motivo pelo qual vocês entrariam naquele portal e fariam o que estou mandando. Vocês são preparadas para lidar com essa situação. Eu estudei vocês por um tempo. São perfeitas para executar este trabalho." Ele colocou as mãos na cintura e olhou para ambas, "Espero que tenham entendido." Ele acrescentou, "Pela cara de vocês, eu tenho certeza de que entenderam."
O elfo bateu palmas ruidosamente, despertando-as do entorpecimento.
"Ah, que ótimo.""Doutor..." A pixie, que havia sido esquecida em um canto, disse, "A troll."
Ele se voltou para Tam.
"Eu estava quase esquecendo, podemos ter algum problema com você."Alina ficou alarmada. "A gente pode morrer?"

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Um Conto Kyoban
Fantasy"Cada momento que se passava, as batidas de seus corações se aceleravam, a tensão se acumulava nos músculos e seus corpos se preparavam para o desconhecido. Tam não conseguia pensar em mais nada a não ser ir e voltar, viva. Alina estava preocupada c...