Capítulo 2

166 24 21
                                    

O mundo parecia rodar, Caio olhava para todos os lados tentando achar alguma solução. Haviam poucas pessoas naquela rua, não tinha nenhum policial a quem pedir a ajuda e sequer saberia como fazê-lo. Então decidiu fazer a única coisa que podia. Correr. Foi atrás do carro. Ele era atlético, seu pai que fora militar antes de largar tudo para se tornar um advogado renomado em São Paulo, manteve seu estilo de vida regrado e sempre motivou ele e sua irmã mais nova realizarem atividades físicas. Por isso seu porte físico o ajudou naquele momento.

Ainda que o carro tentasse correr a rua era estreita demais para que pudessem realizar qualquer tipo de manobra mais ousada. Mais a frente Caio avistou que ainda haviam alguns artistas com seus quadros pelo chão e alguns ambulantes vendendo algumas bolsas de marcas falsificadas. Ao tentar desviar desses o carro quase bateu e subiu na calçada, mas adiante tinha algumas barreiras de contenção, não puderam seguir e então foram obrigados a dar ré. Algumas pessoas se aproximaram do carro umas curiosas para ver se estava tudo bem e outras furiosas pelo risco que foram expostos, a manobra ficou mais difícil por isso.

Caio conseguiu alcançar o carro quando este já estava pronto para sair em disparada. Começou a bater nos vidros com o punho fechado.

— Deixem ela! Deixem a garota! Gritou.

A porta traseira do lado do passageiro se abriu e por algum motivo, que Caio considerou idiota, ele imaginou que a soltariam, mas não foi o que aconteceu. Um homem forte que aparentava ter quase um metro e noventa e mais de cem quilos, o que se podia notar pelo modo desconfortável que ele estava dentro do SUV, apontou uma pistola para ele de dentro.

Entra pezzo di merda!  Disse o homem.

Caio não sabia italiano, mas entendeu muito bem o que ele quis dizer, levantou as mãos e entrou devagar. O brutamonte que agora estava entre ele e Heidi no banco traseiro, deu uma coronhada em sua barriga assim que ele se sentou.

— O que você pensou que estava fazendo nos seguindo seu idiota? — Disse o homem que antes havia tirado a foto de Heidi e Caio. — Nós só precisávamos da garota, porque você foi inventar de nos seguir. Ele balançou a cabeça em negação sentado no banco de passageiros na frente de Caio.

O homem de cabelo raspado ao seu lado pegou uma abraçadeira de nylon e prendeu suas mãos. Heidi o olhava assustada e quase resignada.

O carro seguiu por alguns minutos, foi reto, virou à esquerda, depois virou à direita algumas vezes e em pouco tempo estavam seguindo reto por uma rua paralela ao Rio Tibre.

Vamos lá Caio hora de lembrar as horas com seu pai reclamando no seu ouvido pensou.

Ele sabia que tinha que aproveitar a sensação de controle que os bandidos tinham sobre eles e esperava que Heidi pudesse ajudá-lo de alguma forma, mas não podia falar com ela então assim que o homem do meio começou a falar com os dois da frente Caio se apoio mais no banco e olhou para Heidi. Ela percebeu. Caio apenas anuiu para ela e esperou que ela pudesse de alguma forma contribuir para quando ele fizesse o que tinha que fazer.

Heidi anuiu de volta ainda que não soubesse para que.

Caio teria que improvisar. Ainda que se liberasse não conseguiria destravar a porta. Então faria o que seu pai o ensinou a fazer caso estivesse em um carro afundando na água: quebraria o vidro da janela, mas antes tinha que tirar as abraçadeiras sem que o homem o impedisse.

Respirou fundo e começou a ação que não poderia durar mais do que quinze segundos caso contrário poderia dar tudo errado. Seria tempo o suficiente para o homem diante dele se ajeitar para atirar nele, com certeza ele não queria isso.

Vou te encontrarOnde histórias criam vida. Descubra agora