Capítulo 35

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Tinham chegado em frente à cancela do estacionamento da Rivoli Capital Market com quase trinta minutos de atraso. Fato que levantou suspeita do segurança que sentava na cabine de entrada. Ele foi até a van da WeClean.

Dove sono gli altri due che vengono sempre... Martin e Christian? Perguntou o segurança em italiano.

— Ele perguntou onde estão os outros dois que costumam vir o Martin e o Christian. — Disse uma voz no ouvido de Mateus. Era Chiara falando com ele por um micro ponto eletrônico. — Repita o que eu disser agora: Hanno cambiato turno. Io sono Malik e lui é Roberto (Aponte para Caio). Saremo noi a pulire oggi.

Mateus repetiu e eles apresentaram seus crachás. O segurança olhou desconfiado, voltou à cabine disse alguma coisa em seu rádio. Recebeu o positivo e abriu a cancela.

Mandou-os passar.

Já distante se dirigindo à vaga que Christian havia indicado onde estacionar Mateus agradeceu Chiara.

— Muito obrigado, ainda bem que não me saí muito mal.

— Você foi ótimo, mas evitem situações em que se exponham tanto não sabemos onde o sinal pode falhar e isso complicaria as coisas.

— Ainda bem que eu já aprendi minhas frases em italiano: buona sera, grazie, va bene, prego, si signore, senza problemi... Enquanto recitava as frases gesticulava com as mãos como se segurasse coxinhas. Estamos prontos. Brincou Caio.

— Engraçadinho. Disse Mateus.

Ambos desceram da van pegaram alguns produtos na parte de trás e seguiram em direção ao elevador de serviço que dava acesso ao prédio. Saíram do subsolo e subiram até o décimo andar. Teriam que começar a limpeza real. Aquilo obviamente não fazia parte dos planos, mas descobriram através de um dos funcionários da WeClean que o movimento só reduzia no prédio cerca de duas horas depois.

Caio sabia que não seria fácil ficar passando esfregão por tanto tempo já que ainda sentia dores pelo disparo que tinha recebido. Contudo não seria isso que o pararia. Por mais doído que fosse. E ele que achava que limpar a casa quando sua mãe pedia fosse ruim. Nada é tão ruim que não possa piorar. Escondeu um leve sorriso no rosto e começou a passar o esfregão sem fazer muita força pelo chão. Onde será que você foi parar Heidi? Pensou. Como fazia todos os dias.

Eles não se dedicaram como Christian e Martin deviam fazer, mas dava para enganar bem. Ou pelo menos era o que queriam acreditar. Com o passar dos minutos as salas foram se esvaziando.

Eles sabiam onde queriam ir era no servidor no mesmo andar que estavam. Só tinham um problema. Embora a maioria dos funcionários da empresa já tivessem saído, ainda era possível ver alguns homens passeando pelo prédio, eram vigias. Não trajavam ternos escuros ou coletes a prova de balas. Estavam vestidos com roupas comuns. Camiseta ou polo e a maioria uma calça jeans. Era como se estivessem apenas fazendo um trabalho de praxe. Quando eles passavam pelos corredores olhavam feio para os rapazes, mas não comentavam nada. Sabiam que ninguém arriscaria alguma coisa ali. Pena para eles que estavam errados e essa confiança facilitou as coisas.

Ao se dirigirem para o local onde o servidor se encontrava, passaram por um escritório imponente. Não tiveram dúvidas de que era do líder do lugar, pois nos vidros que isolava a sala estava escrito "ALPHA". O escritório tinha uma mistura entre o clássico e o moderno, ao mesmo tempo que tinha móveis antigos era misturado com cadeiras modernas e quadros de ambos os gêneros clássico e moderno. Em frente à sala do ALPHA havia uma outra sala de espera simples com cadeiras, uma mesinha e um galão de àgua. Do outro lado dessa estava o que eles queriam.

— Você não quer dar uma olhada no escritório primeiro? Indagou Caio.

— Não queria nem estar aqui, quem dirá ali dentro. Já imaginou se o dono disso tudo aparece ali. Vamos  para onde temos que ir.

— Tudo bem, mas se na volta der tempo quero ver se encontro alguma coisa ali.

Mateus apenas balançou a cabeça resignado.

Não havia ninguém na sala de espera, porém quando estavam para sair dela, deram de cara com um dos vigias do cruzando o corredor e logo começaram a fingir que estavam limpando. Este entrou na sala e fez questão de passar por onde Mateus estava limpando. Ele não se importou com fato de sujarem o lugar, pelo qual ele não dava a mínima, mas o desaforo certamente o irritou. Caio não pode deixar de perceber e o olhou quase suplicando para ele não dizer nada ou tudo ia por água abaixo. Felizmente Mateus não era tão impulsivo como o amigo e apenas guardou o rancor para si.

Depois de uns dez minutos na sala eles foram para frente do servidor, olharam para os lados para ver se alguém os observava e quando se sentiram prontos anuíram um para o outro.

— Chiara eu só espero que você esteja certa sobre esse cartão. Disse Caio.

Ele não ouviu nenhuma resposta e então decidiu inserir o cartão sobre uma trava na porta. Quando ele o colocou uma luz vermelha acendeu e por segundos que pareceram uma eternidade eles esperam alguma resposta da trava.

Click. Luz verde.

— Abriu. Disse Mateus.

Os dois ouviram a voz de Chiara em seus ouvidos:

— Eu sempre tenho razão, caras.

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