Capítulo 15

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O taxista conhecia bem o caminho que Caio lhe havia indicado. Era ao lado da Estação de Metrô Garbatella. Que é um bairro popular localizado a poucos minutos do centro da cidade. A noite verão fazia o trajeto parecer ainda mais curto, isso acontecia pelo pouco movimento nas ruas nesta época do ano.

Ao saírem do carro Mateus arrumou o cabelo e ajustou-se da melhor maneira que podia. Vendo seu amigo comportar-se como um garoto adolescente, Caio, deu um leve sorriso sarcástico para ele.

— Que foi? Disse Mateus sério.

— Nada não...

Quando o táxi já não estava mais por perto eles viram alguém se aproximar com um capuz na cabeça. Não estava frio, mas aquela era uma boa ideia. Nunca se sabe quem está olhando.

Eles estavam em um ponto de ônibus com cobertura e assim que a pessoa chegou perto deles ela tirou seu capuz.

— Olá rapazes — Disse a Hacker. — Não esperava que nós chegaríamos a nos apresentar... Muito menos nessas circunstâncias.

— Meu nome é Mateus — Disse esticando a mão o rapaz que há pouco tempo corria como um velocista pelo centro de Roma —, é um prazer.

— Eu sei... Mateus de Oliveira Gonçalves, economista, vinte e cinco anos— disse ela é então apontando o dedo para seu amigo disse — e você é Caio dos Santos Albuquerque, advogado e com a mesma idade.

— A essa altura me surpreenderia se a essa você não soubesse. Disse Caio.

— Se eu não soubesse, eu não estaria aqui e vocês provavelmente ainda estariam correndo pela cidade.

— Evidentemente. Respondeu Caio

— Meu nome é Chiara.

— Nome bonito. Disse Mateus alheio ao que os dois estavam dizendo antes.

— Muito obrigada.

— Só isso, não tem mais? Indagou Mateus.

— Por enquanto só Chiara basta.

Chiara pediu-lhes para segui-la. Ainda não havia amanhecido então, por mais que as ruas fossem iluminadas, não conseguiam ver muito bem o que o bairro tinha a oferecer. Todos os comércios estavam fechados. O que podiam ver eram vários prédios enfileirados que aparentavam ser o dobro do tamanho dos que tinha frequentado em suas estadias em Roma.

Tomara que ela não more no último andar, vai ser difícil pular pela janela se for preciso pensou Caio.

Depois de cruzarem várias ruas e darem algumas voltas pelo bairro enfim chegaram em um prédio bem parecido com qualquer outro da rua, Chiara abriu o portão de entrada que dava acesso a um pequeno hall que clareou com o movimento deles.

Sem porteiro aqui também... Caio não gostava muito da ideia, mas não era nada comum encontrar porteiros nos prédios da cidade. Um deles, com certeza, teria evitado a correria que tiverem aquela noite. Pelo menos este prédio tinha elevador. Entraram nele e só pararam no quinto andar.

Apartamento quinhentos e dezessete. Caio disse para si na esperança de não esquecer caso fosse preciso.

O apartamento estava pouco iluminado e Chiara não acendeu as luzes quando entraram. Pediu para não fazerem barulho colocando o dedo na boca.

Sem entrar na sala seguiram por um corredor até chegarem a um quarto. Chiara clicou no interruptor e ele se iluminou, mas não totalmente. O quarto era grande, tinha um computador desktop com luzes neons e três telas, do lado deste tinha um laptop aberto e ligado, tudo isso em meio a uma dezena de celulares, teclados mecânicos e fone de ouvido que deveria ser do tamanho da cabeça da garota. A cama foi o que assustou Caio e Mateus, tinha outra garota deitada nela. Com um pouco mais luz no quarto eles ouviram a voz feminina vindo da cama.

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