Vou te encontrar

Capítulo 36

Ao ouvir a voz de Chiara se vangloriando Caio deu um sorriso. Estava feliz por ela estar certa. Eles precisavam descobrir tudo o que podiam sobre a Rivoli Capital Market e seja lá quais fossem os seus planos. A porta à sua frente se abriu assim que ele a empurrou e dentro viu o que esperava encontrar. A sala a sua frente devia ter cerca de 20 metros de comprimento e uns 15 de largura. Dentro do lugar vários servidores estavam enfileirados e dezenas de luzes piscavam nos painéis destes, havia também algumas telas e teclados que pareciam computadores em alguns dos servidores. Fecharam a porta atrás de si e se perguntaram:

— E agora?

— Agora vocês me mandam a foto do lugar onde estão. Disse Chiara no ponto eletrônico.

Caio pegou o celular no bolso, tirou uma foto e logo a enviou por mensagem para Chiara. Poucos segundos depois ela respondeu:

— Não acho que deva ser muito complicado — ela não falou nada por uns 10 segundos e depois continuou — Vocês precisam inserir esse USB que entreguei pra vocês e manter a internet do celular de vocês conectada durante todo o procedimento. Pode ser que demore um pouco, mas devo conseguir acessar às informações que precisamos. Se elas estiverem aí, né?!

— Tudo bem. Respondeu Caio.

Ele fez o que a hacker indicou. Esperou acontecer alguma coisa. Na tela apareceu um emoji de "joinha". Chiara e seu humor peculiar pensou Caio. 

Quando você está fazendo alguma coisa errada, sabe que não deveria estar fazendo e o risco é extremamente alto o tempo nunca funciona a seu favor. O que Chiara fez deve ter demorado pouco mais do que 15 minutos, mas para ambos os rapazes que estavam presos dentro daquele setor, parecia que tudo corria em Slow-Motion. Até o suor em suas frontes parecia deslizar mais devagar

Em certo momento apareceu um símbolo de download na tela. Não parecia rápido.

— Então pessoal... Parece que o resto do procedimento vai demorar um pouco mais do que o esperado. Não estou conseguindo transferir os dados pela internet, a segurança deles é muito forte. Por isso estou usando um algoritmo para achar os dados que parecem ser mais importantes para que sejam baixados neste dispositivo USB que têm aí. Eu não conseguiria transferir tudo, mas tentei abrir uma brecha para ter acesso aos servidores quando quisesse, mas não consegui.

— Tudo bem, você está dando o seu melhor. Vamos conseguir. Disse Caio.

Mateus o olhou satisfeito com a repentina positividade do amigo e fez um sinal de positivo com a cabeça para ele, que retribuiu. Caio estava focado, mas não menos ansioso do que sempre. Perambulou pela sala o tempo todo enquanto esperavam por novidades. E elas chegaram, só que não da forma que ele esperava. Ouviu um som vindo da porta pela qual eles entraram. Não tinham muitos lugares onde se esconder. Poderiam tentar se posicionar atrás de alguns dos servidores ainda assim não conseguiriam esconder o carrinho com os produtos de limpeza.

Caio então indicou que iria para a parte de trás da porta. Mateus sem saber o que fazer pegou uma vassoura e começou a varrer. A porta foi se abrindo devagar. Um jovem um pouco atabalhoado apareceu e se surpreendeu com Mateus.

— O que você está fazendo aqui?! Disse ele.

Caio fechou a porta sem fazer barulho e antes do jovem falar mais alguma coisa seu braço rodeou o pescoço dele assim como uma sucuri amarra as suas presas e em poucos segundos ele já estava desmaiado.

— Viu só?! Coisa de filho de militar treinado — brincou Caio — Mas e você porque se meteu a varrer?

— Ué, eu sou filho treinado de uma faxineira!

Caio quis gargalhar, mas não podia. Amarram o rapaz como podiam, com Silver Tape. O jovem acordaria em breve e talvez alguém pudesse procurá-lo. Não que as pessoas se preocupem muito com o cara do T.I., ainda assim antes ou depois alguém o procuraria.

— Chiara, não podemos ficar aqui por muito tempo. Houve um incidente. Disse Caio.