Capítulo 12

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Depois de conversarem por poucos minutos com a Hacker, ela se dispôs a aceitar novos trabalhos até por um preço mais em conta porque ela queria saber o desfecho da história, pouco profissional? Bem provável, mas quem não gostaria de saber o resto depois de ouvir o começo. Caio disse que caso fosse necessário eles entrariam em contato e então ela passou um número para que pudessem contatá-la. Ambos o salvaram em seus celulares. Prevenir é sempre melhor do que remediar.

Eram sete horas da noite quando decidiram voltar à delegacia. Parecia um pouco mais agitada do que a noite anterior, mas não era nem de longe como uma delegacia no centro de São Paulo no mesmo horário. Alguns telefones tocando, teclados sendo tratados com pouco amor e carinho e alguns policiais circulando pelo lugar. Os únicos presos naquela noite? Alguns garotos bêbados, que pelas suas caras inchadas, haviam trocado afeto em forma de socos bem direcionados. Eram três, dos quais dois tinham os lábios e olhos inchados e o terceiro que sorria orgulhoso.

O bom de ser jovem é sentir-se invencível. O perigo em ser jovem? O mesmo motivo.

Caio se dirigiu a mesa de Giancarlo que não parecia nada feliz em ter que lidar com os garotos briguentos. Pareceu pouco surpreso com a visita de Caio e Mateus.

— E aí rapazes alguma novidade?

— Na verdade sim. Disse Caio.

— Muito bem, algo que me distraia um pouco dessas picuinhas de pirralhos. O que vocês têm de novo para me dizer?

— Na verdade, talvez vocês tenham algo para nós. Disse Mateus criando duvida em Giancarlo.

— Nós? Como assim?

— Vocês encontraram um corpo hoje, Antonio Abruzzi acredito seja o nome dele. Disse Caio

— Sim, encontramos um corpo o nome na verdade é Antonio Abrazzo...

Caio olhou para Mateus que deu de ombros.

— Cheguei perto — Disse Mateus com um sorriso sem graça —, Abruzzi... Abrazzo. Tudo igual.

— Tanto faz. O que tem ele? Continuou Giancarlo.

— O corpo que vocês encontraram é de um dos homens que sequestraram a Heidi.

— Isso talvez complique as coisas. Disse Giancarlo pensativo.

Caio e Mateus ficaram olhando para o policial esperando ele continuar, mas antes dele falar qualquer coisa Giancarlo ponderou um pouco o que dizer. O que ajudou a aumentar a expectativa dos amigos.

— Porque o Piero é quem assumiu o caso e não sei se vocês perceberam, mas ele não estava muito disposto a investigar o caso de vocês.

— Claro que percebemos, mas isso não te deixa mais preocupado ainda? Não deveria ser normal esse tipo de comportamento. Disse Mateus incomodado.

— Você precisa fazer algo, temos uma vida em jogo aqui, onde já se viu esse tipo de comportamento? Isso é prevaricação. Disse Caio ainda mais impaciente do que já estava.

— O Piero sempre foi assim, mas nunca tivemos problemas sérios com ele. O que eu posso fazer é tentar ver o que está por trás disso tudo, mas não sei até onde posso ir.

— Você precisa descobrir quem é esse sujeito. Emendou Caio.

— Pelo que soube ele trabalha em uma imobiliária como vendedor. Afirmou Giancarlo.

— Te parece razoável que um vendedor de imóveis saia por aí sequestrando turistas? Indagou Mateus.

— Não... Eu vou investigar.

— Qual é o nome da imobiliária? Perguntou Caio.

— Por que a pergunta?

— Talvez me ajude a ter mais respostas.

— Vocês não estão bancando os detetives não é?

— Claro que não. Disse Caio. Não tinha a menor intenção de discutir o que já havia descoberto com policial, ainda não confiava o bastante nele.

RR immobiliare. Conhecem?

— Não. Responderam os rapazes.

—Esse é meu número pessoal. Se precisarem de mim ou descobrirem mais alguma coisa entrem em contato diretamente comigo, não precisam vir sempre aqui. Talvez seja melhor assim. Disse Giancarlo assim que viu Piero entrando na sala principal da delegacia.

Poucos segundos depois Piero se aproximou da mesa deles. Apoiou-se com as duas mãos sobre ela. Giancarlo não gostava quando ele fazia aquilo. E era visível em seu rosto.

— Alguma novidade? Disse Piero para eles.

— Não, eles vieram ver se descobrimos alguma coisa. Respondeu Giancarlo evasivo.

— Não rapazes, nenhuma novidade. Talvez a garota de vocês apenas foi buscada pelo cafetão dela, nunca se sabe. Muitas Garotas vem do leste europeu para fazer esses trabalhos aqui. Esse é minha linha de investigação no momento. Se aparecer alguma novidade entraremos em contato.

Caio queria esmurrá-lo, mas nunca é uma boa ideia agredir um oficial da lei. Mateus conhecendo o amigo segurou sua mão, que já estava com o punho fechado e tenso, por debaixo da mesa.

— Muito obrigado. Disse Mateus levantando-se da mesa.

Caio continuou encarando Piero, Mateus bateu de leve com a palma da mão em seu ombro e então ele o seguiu.

Filho da puta! Era o que queria ter dito, mas ainda não era o momento ideal, ele esperava que pudesse fazer isso logo, mas antes precisava entender como tudo se encaixava.

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