Capítulo 33

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Já fora do prédio de Diallo e Fred os rapazes se sentiram aliviados. Cada hora eles iam parar em uma situação mais desconfortável e sempre vinha a pergunta na cabeça: Qual vai ser a próxima loucura? Pela primeira vez sabiam qual seria o próximo passo a ser dado. Sequestrar dois inocentes por algumas horas para invadir o prédio de uma multinacional. Que plano genial pensou Caio.

O combinado era que Ilaria os levariam até os empregados da WeClean e eles deveriam interceptar a van deles que entraria no prédio da Rivoli Capital Market às oito da noite. Não poderiam perder muito tempo para não levantar suspeitas da segurança do prédio. Chiara tinha conseguido forjar cartões falsos de acesso à RCM e outros da WeClean para que não levantassem suspeita. Os da empresa de limpeza eram meramente estéticos e os da multinacional dava acesso ilimitado aos dois dentro do prédio, pois ela havia conseguido hackear todos os limites de entrada que havia encontrado no código.

Eles não sabiam bem o que procurar, mas quando entrassem na empresa, mas Chiara tinha dado um pen-drive para eles para que pudessem ter acesso à intranet da empresa e quem sabe obter mais informações sobre o que tinha por trás da fachada que usavam da boa empresa de empreendimentos que eram.

Assim que se despediram de Emanuele, que havia pedido para que não o procurasse novamente, porque já tinha feito muito mais do que gostaria e do que deveria por eles, ainda que no fim das contas ele nunca tenha feito nada sem se beneficiar.

Caio e Mateus foram com Ilaria até a WeClean. E lá esperam por algumas horas até que vissem os empregados se dirigirem até a RCM.

— Olha ali! Disse Caio para Mateus, que estava no banco traseiro do carro, enquanto esperavam estacionados próximo à saída de carros da WeClean.

— Tem certeza? Respondeu Mateus.

— Sim, são eles mesmos. Disse Ilaria apontado para a foto que tinha dos homens em uma pasta de papel pardo.

Ligou o carro e começou a segui-los. Ilaria já tinha ideia do caminho que eles fariam para chegar à empresa. Seguiu-os por um quilômetro. Ao passarem perto de um antigo armazém abandonado os ultrapassou e fechou a rua com o carro. A van da WeClean freou rápido e deu para ouvir o barulho do pneu derrapando no asfalto. Por uns dois metros não tocou no carro dela.

Caio e Mateus já saíram do carro ostentando as armas. O motorista, que era o filipino, alçou as mãos do volante assustado com o que parecia ser um assalto.

O bairro onde estavam era distante do centro e pouco movimentado, ótimo para o que precisavam fazer.

— Sai do carro agora! Gritou Caio.

— Anda sai! Disse Mateus para o motorista.

O motorista saiu sem pensar duas vezes. Do outro lado, o polonês, do mesmo tamanho de Caio só que uns trinta quilos mais pesado, também desceu.

— Levanta as mãos! Disse Caio.

Mateus do outro lado já amarrava os braços do motorista.

— Eu disse levanta as mãos ca... — Caio não teve tempo de terminar o palavrão que estava para dizer e caiu para trás depois de levar um direto no queixo.

Atordoado, viu o grandalhão correr, ele passou pelo carro de Ilaria que ao ver o homem passar ao seu lado como um vulto. Deu marcha ré no carro e o acertou o suficiente para que ele caísse ao chão. O porta-malas do seu carro ficou todo amassado.

Mateus correu para ajudar o amigo a se levantar, ficou feliz em ver que estava tudo bem, no limite do possível, e então foram até pretenso pugilista e o amarram, com muito esforço, enquanto ainda se debatia no chão querendo fugir.

O local onde abordaram a van foi escolhido de propósito, pois o armazém abandonado não era utilizado por ninguém havia quase dez anos, segundo o que disse Chiara, então seria um bom lugar para manter os reféns até que eles terminassem a incursão à RCM.

Enquanto Caio vigiava os empregados da WeClean, Mateus estourou o cadeado que impedia a entrada ao armazém. O lugar era uma antiga base de uma destilaria que faliu, mas não se podia dizer isso se não soubessem antes. Apenas algumas garrafas quebradas no chão e outras jogadas podiam relembrar um pouco o passado do lugar. A única coisa que restava ali era o mato resiliente nascendo entre o concreto do piso e o armazém enferrujado.

Caio olhou para os homens e jogou umas peças de roupas para eles e disse para se trocarem.

— Sem gracinhas dessa vez. Disse Caio mostrando a pistola que tinha em mãos.

Atrás dele Ilaria estacionou seu carro, saiu alguns minutos voltou com a van. Os homens se trocaram a contragosto, mas não depois de muita reclamação em suas línguas nativas. Caio sabia que fora xingado até a sua nona geração, mas isso não era importante. Precisavam sair dali rápido.

Os homens estranharam quando viram Mateus e Caio vestirem os macacões deles, mas já não podiam reclamar ou dizer qualquer coisa porque depois que se trocaram foram amarrados e agora amordaçados. Não seria nada conveniente que eles gritassem enquanto carros passassem pela rua então foi um mal necessário.

— Esse macacão tá todo sujo. Reclamou Caio da roupa do homem que o atacara. Enquanto se debatia no chão fez a lambança, por sorte a roupa era em tom azul marinho e a sujeira não chamaria muita atenção. Assim ele esperava.

— Ele precisava inventar de atacar e se a gente atirasse nele?! Maluco desmiolado. Respondeu Mateus.

— E aí acho que não resta dúvida com quem vamos ter que trocar ideia. Disse Caio.

Eles precisavam de informações sobre onde ir ao prédio da Rivoli e somente um deles poderia dizer para eles. Esperavam que o mais baixinho colaborasse.

— Ei, você! — Disse Caio para o empregado filipino que arregalou os olhos apavorado. — Isso, você mesmo!

Caio foi em sua direção e tirou a mordaça da sua boca.

— Como faço para ir ao servidor da Rivoli Capital?

O homem pareceu não entender e ao seu lado o esquentadinho que atacara Caio, começou a bufar e balançar a cabeça em negação.

— Para de palhaçada. — Disse, para ele, Caio claramente irritado. — Se eu quisesse machucar vocês já tinha feito. Onde ficam os servidores da Rivoli? Insistiu.

O polonês continuou a negar com a cabeça. Caio então abaixou sua mordaça.

— Você quer dizer alguma coisa? Disse Caio.

— SOCORRO!!!! Gritou ele.

O segundo grito nem começou. Caio deu um soco na boca do estômago do homem e cobriu sua boca mais uma vez. Bateu levemente em sua cabeça e então disse:

— Sabia que você não tinha nada para dizer.

O outro refém estava cada vez mais assustado. Respirava ofegante mesmo sem ter feito esforço, o suor corria pelo seu rosto. Ele vai abrir o bico pensou Caio e tinha razão.

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