Capítulo 9

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Ao ouvir a estranha voz Caio olhou assustado para Mateus que juntou os ombros sem saber o que dizer. Caio olhou para o computador e também não disse nada e nem foi preciso.

— Esse celular que vocês têm é um dos meus?

— Si... Sim. Disse Caio

— Ótimo então não deve demorar muito para eu resolver, mas temos dois modos para resolver isso, mil euros para fazer isso em até três dias ou dois mil e quinhentos para resolver isso agora.

—Wow!— Disse Mateus para Caio. — Isso é muito dinheiro.

— A gente tem aquele lá depois a gente pensa em como restituir... Disse Caio.

— A escolha é sua. Disse Mateus

— Precisamos resolver isso agora. Disse Caio se dirigindo à voz do computador.

—Excelente. Vejo que estão no centro de Roma preciso que vão a um lugar para resolver isso mais rápido. Posso encontrá-los, no Panteão, parece que está no itinerário de vocês mesmo. Haha.

Os rapazes estavam assustados, assustados demais. Mas já estavam com os pés no lamaçal e precisavam sair dele.

— Tudo bem e como eu pago você?

— Cripto moeda, você vai fazer um depósito na minha conta.

— E como eu vou poder confiar que você vai fazer o serviço?

— Se eu quisesse, eu mesmo já tinha feito esse depósito pelo seu próprio computador, mas tenho ética.

Caio não sabia se aquilo era verdade ou não, então não se arriscou.

— Mil agora e o resto depois que o serviço estiver feito.

— E como eu vou confiar em você?

— Não acabou de dizer que pode fazer isso sozinho, se não pagarmos, você pega o resto a força. Disse Mateus.

— Vejo que não são tão bobos assim.

— Obrigado. Disse Caio, mas não estava nada satisfeito em como aquilo era conduzido.

— Em uma hora vocês precisam estar em um dos restaurantes em frente a fonte do Panteon. E espero que até lá já tenham pagado o que combinamos.

— E como vamos nos encontrar, não sabemos quem é você. Disse Mateus curioso.

— Vocês não vão me encontrar, eu vou encontrar vocês, não vai ser muito difícil ver um rapaz de dreads e outro de cabelo cacheado juntos. O porte físico de vocês ajuda a chamar atenção também.

Mateus balançou a cabeça incomodado e apontou para a lente da webcam do notebook. Caio abriu a boca surpreso.

— Vocês são principiantes, eu sei, mas de alguma forma interessante eu gostei de vocês. Não precisam se preocupar. O lugar é publico e muito movimentado, justamente para a segurança de nós três.

— Tudo bem. Eu não tenho outra escolha, eu preciso resolver isso logo. Tem uma vida em jogo.

— Vocês querem me contar sobre o que se trata ou não precisa?

— Acho melhor não, você já sabe o bastante.

— A escolha é de vocês. Resolvemos isso e se tudo correr bem e precisarem de mais alguma coisa. Já sabem como entrar em contato. Até mais.

— Ok até mais. Disse Caio e não ouviu mais nada.

No e-mail dele chegou mais uma mensagem:

Essa é minha conta. Vocês têm trinta minutos para depositar o dinheiro ou é melhor esquecer o trato.

Caio se afobou e abriu várias páginas para descobrir como fazer a transferência. Descobriu que teria que usar o seu cartão para depositar o valor em uma corretora de cripto moedas e depois transferir de sua conta para a do Hacker. Faltando apenas cinco minutos para o tempo acabar ele conseguiu completar a tarefa e levantou a mão para o alto e Mateus bateu nela.

— High five. Disseram em uníssono.

Arrumaram as coisas e saíram do apartamento. Estavam a quinze minutos de distância do Panteão. Foram até o carro e chegaram em dez, próximos de um local em que poderiam estacionar e depois seguiram a pé até o lugar combinado. Sentaram-se em um restaurante do lado de uma delicatesse. Foi o primeiro restaurante que encontraram diante da fonte, que era simples comparada com a Fontana di Trevi, tinha um obelisco no meio e algumas esculturas de rostos e de peixes que jorravam água pela boca. O chão da praça era revestido pelo típico sanpietrini de Roma, que eram pedras escuras em formato quadrado. Um clássico romano.

Os rapazes sentaram-se em uma mesa que ficava no lado de fora do restaurante, assim podiam ver toda a movimentação pela praça. Dois minutos depois apareceu um garçom que entregou os cardápios dizendo-lhes para ficarem à vontade. Embora estivessem do lado de uma delicatesse que vendia produtos salgados como salames, presunto de Parma, linguiças e outros tradicionais italianos, o que era salgado mesmo era o preço daquele restaurante. E enquanto reclamavam disso uma garçonete chegou ao lado deles.

Avete scelto?

Não falamos italiano, mas acho que entendi essa.

— Oh desculpa. Disse a jovem garçonete que devia ter uns vinte anos, com seus cabelos loiros e curtos raspados ao lado, tinha um sex appeal peculiar.

— Sem problemas. — Disse Mateus, sorrindo, um sorriso que Caio conhecia bem. — Vou querer um antipasto di mare e duas bruschettas de tomate e manjericão.

— Vou querer o mesmo. Disse Caio olhando Mateus e rindo.

— Só isso? É tão pouco. Disse a jovem enquanto digitava o pedido em um celular.

— Sim, não estamos com muita fome. Disse Caio para a garota que demorou mais alguns segundos fechando o pedido e em seguida entrou no salão do restaurante.

Os rapazes estavam atentos olhando para todos os lados procurando alguém suspeito que pudesse parecer um hacker. E então Caio falou:

— Gostou da garçonete né?

— E se eu tiver gostado?

— Nada! É que é impossível eu não saber quando você tá interessado em alguém. Você sempre lança esse seu olhar fajuto de galanteador latino.— Caio Riu e continuou antes do amigo responder. — Lambe levemente o lábio e abre um sorrisão.— Caio o imitou e antes de terminar gargalhou sem muito escândalo, mas bem que gostaria.

— Você é um palhaço, segunda vez que digo isso hoje não é? Vou fazer o que se funciona?

— Funciona é? Posso listar as vezes que deu errado.

— E eu as vezes que deu certo.

E então Caio viu algo estranho, uma garota parecida com a garçonete subindo em uma Scooter do outro lado da praça, mas estava com uma camiseta diferente. Já eram mais quinze minutos que tinham feito o pedido e nada, nem as bebidas tinham chegado e quando isso aconteceu, então Caio chamou o garçom.

— Nós fomos atendidos, mas ainda não chegou nada...

— Me desculpe eu me esqueci da mesa de vocês, muitos turistas hoje. Era verdade, a praça estava cheia e por isso Caio desconfiou ter visto errado.

— Tudo bem, nós fizemos o pedido para uma garçonete e até agora nada.

— Estranho, não tem ninguém assim no período da tarde a não ser que a Loredana tenha vindo mais cedo hoje... Tudo bem não importa, me diz qual é o pedido de vocês e eu vou conferir. Disse o garçom e puxou um bloquinho de pedidos.

Então Caio entendeu. Puxou o Celular de Heidi do bolso, clicou para desbloquear e este abriu para a tela inicial sem nenhum pedido de senha. Ele sorriu.

— Não precisa mais, obrigado.

Mateus o olhou para ele surpreso e então Caio alegre mostrou-lhe o telefone de Heidi desbloqueado.

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