Capítulo 21

50 11 50
                                    

Caio sempre amou sorrisos, era uma das coisas que mais apreciava nas outras pessoas, mas o sorriso daquele homem mexia em seu âmago. Não pensaria duas vezes em enfiar aquela faca em sua garganta. Por sua culpa havia perdido Heidi. E ali naquele breve momento pensou: se ela não está com eles, onde ela está? Só poderia ter a resposta depois, porque agora ele tinha que achar um modo de sair dali.

Se não sabiam onde ela estava e Piero foi atrás deles, com certeza não era com boas intenções. Os tiros que já lhe haviam disparado que o digam. Precisava fugir. Mas como? Quanto mais olhava ao seu redor mais notava homens suspeitos, não eram muitos. Uns seis ou sete. Não queriam chamar muita atenção, porque se quisessem teriam ido em maior número, mas eram suficientes para enfrentar dois, se Mateus tivesse ido com ele. E sem sombra de dúvidas seria mais fácil agora, já que ele estava sozinho.

Ok Caio! Plano?!

N°1 - não morrer.

Parece uma boa ideia. E o resto?

Terei que improvisar, mas não morrer me parece uma boa ideia.

O sujeito que havia falado com ele e Heidi na Fontana di Trevi estava as suas costas e um homem vinha da cada ponta da praça, que era quadrada. Sabia que não poderia enfrentá-los em uma luta corporal então teria que correr. O melhor que poderia fazer era correr em direção a Petra pois dali não vinha ninguém. Ainda assim não encontraria nenhuma rua que lhe desse saída daquela região. Teria que dar de frente com alguém, mas era um risco que valia a pena, já que as opções eram poucas.

Então começou a correr. Petra assustou-se. Quando Caio correu ela viu os homens que vinham em sua direção então tentou segurá-lo pelo braço. Ele caiu e a faca voou para longe dele.

— Me solta!

Caio a empurrou, rolou para o lado e saiu em disparada, sabia que tinha perdido alguns metros de vantagem por culpa da garota. Teria que deixar a faca para trás. Perdeu sua única proteção, mas continuou correndo em um leve ziguezague com medo de alguém disparar contra ele. Não achava que alguém cometeria essa loucura por ali naquele horário, afinal de contas não estavam muito longe de locais turísticos e onde tem concentração de turistas, tem polícia.

Teria que deixar mais um carro para trás, não tinha tempo de entrar no carro do avô de Chiara, sair da vaga e fugir. Dezenas de coisas passavam pela sua cabeça e ele só queria correr e sair dali o mais rápido possível. Não deixaria machucarem Heidi como fizeram com a irmã dele, mas precisava primeiro sair vivo dali, ou melhor, não morrer. Afinal é sempre bom seguir o plano.

Iludiu-se ao pensar que não disparariam contra ele. Quando já estava chegando na rua ouviu novamente os barulhos da noite anterior, parecia que pedras estavam sendo arremessadas ao seu redor. Quando passavam muito perto dele, conseguia ouvir zunidos.

Acho que aparentemente, para eles, já não importa mais se eu sair vivo daqui.

Contudo além de sorrisos, ele adorava contrariar as pessoas, então agora estava ainda mais decidido em não morrer. Mateus, inclusive, diria que ele só não morreria por causa disso.

Perto de uma árvore próxima à rua, uma raiz alta decidiu lutar capoeira com ele e lhe deu uma rasteira. Mais uma vez Caio foi parar ao chão. Conseguiu olhar para trás por mais um instante. Os homens corriam em sua direção alguns tentavam antecipar o caminho que ele faria, o fotógrafo vinha em sua direção sem titubear. Ele apontou a arma e atirou. Caio que ainda rolava no chão sentiu o tiro bater no chão ao seu lado e ricochetear em direção a um pneu que estourou bem próximo ao seu ouvido.

Vou te encontrarOnde histórias criam vida. Descubra agora